Isaías Samakuva, um dos três candidatos à liderança da UNITA. afirmou hoje,em Luanda, que o partido, o maior da oposição, está em condições de governar Angola e responder às “necessidades de mudança” no país.
I saías Samakuva, presidente da UNITA há 12 anos, vi disputar o lugar no XII congresso ordinário, entre os dias 3 e 5 de Dezembro.
“Os angolanos devem unir-se, precisam de facto de ver mudanças significativas do país. E aqui nós queremos contar com todos, inclusive com aqueles angolanos que estejam no MPLA, mas que saibam que há a necessidade de uma mudança”, apontou Isaías Samakuva no encontro que manteve, em Luanda, com militantes.
Concorrem igualmente à presidência da UNITA os deputados Abílio Kamalata Numa e Lukamba Paulo “Gato”, sendo que deste acto eleitoral sairá o candidato do partido às eleições gerais já agendadas para Agosto de 2017.
O líder da UNITA – com funções suspensas enquanto candidato – tem sido criticado por se apresentar novamente a votos, 12 anos após a primeira eleição interna, posições que Samakuva rejeita, assumindo que pretende garantir a “estabilidade no partido” com esta recandidatura.
Além disso, considerou que surgirem três candidaturas, no momento actual, entre críticas à “intolerância política” em Angola, representa a “vitalidade e abertura” da UNITA, a qual pretende alargar à restante oposição e sociedade civil.
Samakuva leva ao congresso de Dezembro um plano com linhas de força que passam pelo “reforço e preservação da unidade e coesão do partido”, bem como tomar “medidas preventivas” com vista às próximas eleições gerais.
“Para evitarmos que em 2017 voltem a acontecer as irregularidades verificadas nos pleitos eleitorais anteriores, temos de submeter à Assembleia Nacional propostas de medidas que garantam a integridade de processos eleitorais e acabem com o ciclo de fraudes eleitorais”, defendeu-se na candidatura de Isaías Samakuva.
Num dos documentos que referem as linhas principais da sua candidatura, Samakuva referiu que o “partido-Estado apostou em secar a UNITA” e que “não facilita nenhuma iniciativa”, mas aposta em prosseguir, disse, a recuperação do património do partido do Galo Negro.
“Nos últimos anos, travamos batalhas silenciosas cujo desfecho alterou decididamente tanto a natureza do conflito como os sujeitos em conflito. Hoje, as partes em conflito já não são mais o MPLA e a UNITA, mas o MPLA e o povo soberano de Angola”, acusa ainda, no mesmo documento.
Apesar de confiante na reeleição, Samakuva afirmou que se sair derrotado destas eleições internas ficará ao lado dos novos dirigentes.
“Nós somos servidores do nosso partido, de um projecto”, disse Samakuva.