As exportações de Portugal para Angola caíram 28,7% de Janeiro a Setembro deste ano, para 1.590 milhões de euros, ao passo que as importações desceram 21,2%, para 942 milhões de euros.
D e acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) português, a balança comercial positiva de 647 milhões, nos primeiros nove meses deste ano, desceu 37% face ao saldo de 1.035 milhões de euros favoráveis a Portugal de Janeiro a Setembro do ano passado.
Na base desta descida significativa das compras de Portugal a Angola está o preço do petróleo, que desceu consideravelmente desde o verão do ano passado, o que influencia decisivamente os números, não em quantidade mas sim em valor.
A importância de Angola para as empresas portuguesas, nomeadamente as que têm uma vocação mais exportadora, foi hoje mesmo evidenciada no ‘Economic Outlook’ da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que citou o “declínio da actividade económica em Angola” como um dos constrangimentos ao crescimento económico de Portugal.
A queda nas vendas de Portugal a países africanos supostamente lusófonos registou-se também no caso da Guiné Equatorial, país para o qual as exportações desceram 28%, passando de 43,3 milhões de euros de Janeiro a Setembro de 2014 para 31,2 milhões, nos primeiros nove meses deste ano.
Levando em conta os países que de facto são lusófonos, registe-se que para São Tomé e Príncipe as vendas de Portugal também abrandaram, mas apenas 0,9%, ao passo que as importações para Portugal de produtos daquele arquipélago aumentaram 41,5%, passando de 81,4 mil para 115 mil euros no mesmo período.
Em sentido contrário, as exportações de produtos portugueses cresceram em Cabo Verde e Guiné-Bissau, para além de Moçambique, o país com a maior variação percentual – as vendas subiram 17,9%, passando de 225 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2014 para mais de 266 milhões de euros no mesmo período deste ano.
Olhando para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), os dados sobre os primeiros três trimestres deste ano mostram um abrandamento nas trocas comerciais, com as exportações a descerem 22,1% e as importações a caírem 20,3%.