A casmurrice e cegueira das autoridades presidencial, política e judicial angolanas, está a ser todos os dias desmascarada. Multiplicam-se os casos e o Povo começa a ter coragem de mostrar que, afinal, o rei vai nu.
P rimeiro foi o massacre de mais de 750 crentes da congregação religiosa de José Julino Kalupeteka (ilegalmente preso), no Monte Sumi, Huambo. Seguiu-se a detenção e condenação de Arão Tempo e José Marcos Mavungo, em Cabinda, este último, julgado e condenado a seis anos de prisão, por advogar a realização de uma manifestação pacífica (constitucionalmente consagrada, art.º47.º), para denunciar a má governação.
Seguiu-se as prisões arbitrárias dos 15+1 jovens presos políticos, acusados de tentativa de golpe de Estado, por estarem a ler um livro sobre a forma de combater a ditadura, portando 3 blocos, 12 lapiseiras, um lápis de carvão e uma pen-drive, numa livraria.
Todos estes casos denunciam, como nunca, a verdadeira natureza anti-democrática do executivo angolano.
As motivações das detenções, principalmente dos jovens presos políticos, são indubitavelmente de índole política, tanto que o regime, assumiu ser uma ditadura, em função do livro de Gene Sharp, que inspirou o de Domingos da Cruz.
“Não fosse o regime ditatorial e estariam em liberdade e não em prisão, os jovens 15+1, por estarem a cultivar a leitura e os conhecimentos históricos e académicos”, disse Nzola Mendenzy.
Na Europa e outras partes do mundo, até mesmo em tribunas onde o MPLA tinha alianças e solidariedades políticas, como a Internacional Socialista, calcorreia um movimento de condenação a perversão das liberdades e dos direitos humanos, num país onde a “Constituição Jessiana” titula como sendo democrática.
“Nós estamos muito preocupados com a realidade em Angola e a Casa Branca tem estado a acompanhar o processo com apreensão e indignação, principalmente com a prisão dos jovens políticos e de um que está em greve de fome, correndo risco de morrer, porque o Presidente Dos Santos, quer voltar a implantar o comunismo em Angola. A América e o Ocidente, estão atentos e no devido tempo, tomarão uma posição concertada e contundente”, disse ao F8, por telefone, a partir de Washington, o assessor diplomático americano John Lee.
A política do bastão adoptada pelo Titular do Poder Executivo, que autoriza a Polícia Nacional, os Serviços de Segurança do Estado e Militar e as Forças Armadas, a espancar, prender e assassinar, todos que clamam por mais liberdade e democracia, torna o regime uma autêntica monarquia ditatorial, onde o Presidente, face a este tipo de políticas, se compara a um monarca da Idade Média.
Isto pelo facto de sempre que os cidadãos (que não sejam do MPLA, partido no poder), pretendam fazer recurso a uma norma da Constituição, como o art.º 47.º, que permite a liberdade de reunião e manifestação pacífica, sem necessidade de autorização, o regime com medo, ordena a intervenção policial ou militar, contra populares indefesos, numa clara demonstração de violação da constituição e da lei, bem como dos direitos humanos.
“O que tem ocorrido é uma clara demonstração de estarmos diante de um regime de cariz colonial, fascista e ditatorial que supera, inclusive, um outro que muitos angolanos conheceram no tempo colonial; o de Salazar”, assegurou ao F8, o analista político e professor universitário, Martins Manuel, acrescentando, no entanto, haver uma grande diferença entre o regime de António de Oliveira Salazar e o de José Eduardo dos Santos.
“O primeiro (Salazar) como fascista e ditador, tinha o condão de cumprir e respeitar a maioria das leis que fazia aprovar, o presidente de Angola (Eduardo dos Santos) não. E, mais grave, viola a constituição feita para agradar o seu próprio umbigo, para além de dar asas à institucionalização da violência, da discriminação, das arbitrariedades, do assassinato dos opositores e alta corrupção, só compatível com a mais abjecta ditadura pessoal e partidocrata”, afirma.
Hoje, nos táxis, nos restaurantes, nos serviços, nas escolas e universidades, o tema de conversa é o avolumar das injustiças e a cegueira da decisão do Titular do Poder Executivo em aprisionar os 15+1, jovens, que se tornaram presos políticos, por terem, diz a acusação, sido apanhados, a ler um livro de Gene Sharp e Domingos da Cruz, sobre ditadura, portando ainda; 12 lapiseiras, um lápis de carvão e três blocos.
“Esta gente é demente e não parece ter sentido de Estado, pois só assim se assiste a insensibilidade de um presidente da República a agir pior que o colonialista Salazar, que concedia habeas corpus e não assassinava tanto os nacionalistas angolanos que eram considerados terroristas”, denunciou o nacionalista e economista Matondo Konda.
E não se contendo foi debitando mais exemplos do que viveu e pensa: “Basta verificar o número dos sobreviventes do “Processo 50”, dos do “4 de Fevereiro” e dos da “Clandestinidade”, no período colonial, que chegaram até a independência e, em contraposição, veja o volume dos assassinatos de opositores do regime de Eduardo dos Santos e do MPLA, tendo apenas como referência o 27 de Maio de 1977, para contabilizar quantos chegaram aos tempos desta democracia de fachada. Eles são assassinos! São piores que os colonialistas portugueses e muitas vezes que os nazistas, sem querer ser muito duro. E com toda esta violência contra os jovens me pergunto: José Eduardo não é mesmo estrangeiro e por esta razão, nos está a colonizar, com toda esta insensibilidade”, concluiu Matondo Konda.
Pelo volume de lamentações, das opiniões e tensão que se vive, a situação em Angola inspira cuidados, muitos cuidados mesmo e, numa hora, minuto ou esquina qualquer, tudo pode acontecer, por nada apontar que uma atitude ou medida de bom senso, vinda do Presidente da República, salvo o de mandar para as fedorentas masmorras do regime, mais cidadãos que pensem diferente, possa descomprimir o clima.
Nem lhes perguntaram!…Seja como for Angola estava destinada a tornar-se num território da esfera soviética, com usufruto dos recursos naturais (petróleo) para os EUA…
O Estado Novo considerava os territórios ultramarinos como parte integrante de Portugal e nessa perspectiva alcançar-se o progresso real, com tempo e sabedoria…consistente! Ainda ninguém teve a coragem de fazer a análise do que seriam hoje esses territórios se tivessem continuado portugueses (que eu continuo a considerar como tal e voltar a essa união como a solução para eles e para nós…uma CPLP convertida em união político-económica). Mas afinal quem é que tem a coragem de dizer aquilo que esses territórios ganharam com a independência?! Um balanço sanguinário de morte e miséria irreversível!!! Liberdade? Aonde? …e perguntem aos que morreram nas guerras fratricidas, aliás previstas por Salazar se as independências acontecessem…está escrito!…e ainda dizem que o 25 se Abril foi uma revolução sem sangue!…ou será que os “pretos” não contam?…Meu Deus!…
Seja como for, obrigado pela resposta. Eu amo o povo de Angola como se fossem portugueses. Aliás, por vezes mostram sê-lo mais do que os de cá…
Cumprimentos
Salazar??? Tomara os desgraçados dos angolanos que Salazar tivesse vivido mais 50 anos…Seriam certamente hoje, um povo rico, próspero e culto.. Como é que há cegos que ainda podem falar mal do maior estadista de todos os tempos? Competente, incorruptível, sacrificado ao serviço de Portugal (incluindo Angola), senhor do progresso progressivo, consciente e equilibrado! Têm o que merecem?…Não, ninguém merece a miséria, muito menos quando não a pediram e a impuseram como no caso de Angola…Ou ainda há dúvidas de que as “independências” foram fabricadas pela “nomenklatura internacional, perante o crescente desenvolvimento de Portugal antes do malfadado 25 de Abril? O Povo português de Angola (estou a incluir todos, independentemente das raças) não queria a independência e os que supostamente queriam, foram enganados!!! Por isso choremos a memória de Salazar, pois como dizia, só se choram os mortos que os vivos não souberam merecer!…
O Povo português de Angola não queria a independência? Se calhar até queria. Malfadado 25 de Abril? É a sua opinião, legítima como qualquer outra. Ao fim e ao cabo, se a nossa liberdade termina onde começa a sua, a sua termina onde começa a nossa. De qualquer modo, obrigado pelo comentário.
Liberte o povo por favor estão nuns fazer de escravo
A vitalidade política de um governante ela comporta-se desde já de ditaduras, repressões ,exclusões,na corrupção institucional,no enriquecimento familiar.E também apega-se a outros métodos de segurança que é manter os serviços de segurança do estado ao seu alcance de modo a se sentir cómodo e forte.
No caso de vitalidade e tendo em conta a faixa etária do tal dirigente ou governante este carrega no seu íntimo o espírito de continuidade de repressão e de manutenção na ideia de que morro no poder se morrer resolvo tudo que faço de mal ai perpetua-se utilizando artifícios de fraudes eleitorais corrompendo grupos de intelectuais lhes incutindo a atitude de bajulador Uma angola como nossa a coragem de todos nós deve prevalecer recordo uma das linguagens do Falecido Frei João Domingos dizia que angola para renascer terá de haver derramamento de sangue este fala no momento que já havia paz no país esqueço do jornal privado.