Europa quer saber o que se passa com os activistas

Embaixadores de países europeus reuniram-se hoje em Luanda com o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos de Angola, Rui Mangueira, para abordar assuntos relacionados com a situação política do país, nomeadamente sobre os 15 activistas detidos desde Junho.

N o final do encontro, de mais de uma hora, o embaixador da União Europeia em Angola, Gordon Kricke, escusou-se (o que só por si é revelador) a falar à imprensa, mas junto de fonte diplomática apurou-se que a situação dos 15 jovens activistas detidos, incluindo a de Luaty Beirão, há 24 dias em greve de fome, esteve na origem da reunião solicitada pelos diplomatas europeus.

No encontro, estiveram presentes ainda os embaixadores de Portugal, França, Itália, Espanha, Suécia, Polónia e Alemanha.

Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui Machete, questionado sobre a situação do activista luso-angolano, Luaty Beirão, anunciou que estava agendado o encontro realizado hoje em Luanda, entre os embaixadores da União Europeia e o ministro da Justiça de Angola, Rui Mangueira.

Segundo Rui Machete, Portugal está a acompanhar do “ponto de vista humanitário” o caso, acrescentando que da parte de Angola tem havido informações sobre a questão humanitária do caso.

“Nós estamos a acompanhar do ponto de vista humanitário, visto que se trata de uma matéria interna de Angola, no que diz respeito ao problema da averiguação se existe, ou não existe, uma infracção de carácter penal. Nisso não nos imiscuímos”, afirmou o ministro português.

O luso-angolano Luaty Beirão, de 33 anos, faz parte de um grupo de 17 jovens – dois dos quais estão em liberdade provisória – acusados formalmente desde 16 de Setembro passado de prepararem uma rebelião e um atentado contra o Presidente Eduardo dos Santos (há 36 anos no poder sem ter sido nominalmente eleito), mas sem que haja uma decisão do tribunal de Luanda sobre a prorrogação da prisão preventiva.

Na última semana multiplicaram-se em Luanda acções pacíficas apelando à libertação dos detidos, em solidariedade com Luaty Beirão e contra o alegado excesso de prisão preventiva já aplicada.

Acções essas que foram violentamente reprimidas pela Polícia Nacional do regime, não escapando até as igrejas.

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