Crescimento? Sim. Em… baixa

Crescimento? Sim. Em... baixa - Folha 8

A consultora Business Monitor reviu em baixa a previsão de crescimento de Angola para 1,9% este ano, prevendo ainda que a economia do segundo maior produtor de petróleo em África acelere para 3,3% em 2016.

D e acordo com as previsões semanais da consultora do grupo financeiro que detém a agência Fitch, Angola viu a sua previsão de crescimento revista em baixa, de 3,8% para 1,9%, o mesmo acontecendo à estimativa de crescimento para o próximo ano, que passou de 4% para 3,3%.

A tabela que é disponibilizada pela agência de informação financeira Bloomberg duas vezes por mês contém as previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto em vários países, mostrando também a diferença relativamente à previsão da quinzena anterior.

No final de Fevereiro, a BMI tinha elaborado um relatório sobre a evolução do sector petrolífero em Angola, no qual considerava que as grandes companhias petrolíferas vão abrandar os investimentos “ultra-caros e ultra-arriscados” no petróleo de Angola para controlar os custos, mas a produção deverá aumentar nos próximos anos.

“Angola vai ver as suas águas a continuarem a ser exploradas, no entanto antevemos um abrandamento nas perfurações ultra-caras e ultra-arriscadas nas águas profundas e no pré-sal, uma vez que as companhias procuram controlar os custos e exercer mais disciplina orçamental nos seus projectos”, lê-se no mais recente relatório sobre o petróleo e o gás em Angola.

No documento, os analistas da consultora especializada em assuntos energéticos estimam que a produção de petróleo angolano avance para os 1,88 milhões de barris este ano, acelerando para a casa dos 1,9 milhões nos dois anos seguintes e depois passando a barreira dos 2 milhões de barris diários em 2018, ou seja, um ano depois da previsão oficial do Governo angolano, que espera passar dos 2 milhões já em 2017.

Antes, no final de Janeiro, a Lusa já tinha noticiado que a previsão da BMI para Angola estava nos 5% em 2015 e 5,2% em 2016, alicerçada no contributo que o sector não petrolífero dará para compensar os efeitos do choque petrolífero.

De acordo com o relatório sobre o ambiente empresarial no primeiro trimestre deste ano (Angola Business Forecast), a BMI antevê que “apesar de os impactos da queda dos preços do petróleo irem ser fortemente sentidos nos próximos anos, o crescimento do PIB não deverá ser seriamente afectado”.

Na base desta previsão está “a convicção de que o sector não petrolífero será o motor principal do crescimento, alimentado pelas indústrias de capital intensivo como a energia, a construção e os transportes”.

As contas públicas, no entanto, vão sofrer o efeito da quebra dos preços do petróleo, a principal fonte de rendimento para o Governo, tendo representado 76% das receitas fiscais em 2013.

“As quebras das receitas petrolíferas, uma estreita base de taxação e uma despesa pública forte vão manter as contas de Angola firmemente no vermelho nos próximos anos”, estima a BMI, prevendo que o défice orçamental oscile entre os 6 e os 8,5% nos próximos três anos.

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