Regime angolano tem medo da própria sombra

Em Portugal a corrupção chegou, viu e (con)venceu - Folha 8

Por Paulo Morais

Mais uma vez. Já é habitual, mas não podemos aceitar, há que repudiar este hábito. A polícia angolana usou a violência de forma gratuita contra manifestantes na última semana.

Ao tentar impedir as manifestações, o regime mostra assim que não sabe conviver com o contraditório e revela uma das suas facetas mais marcantes, a intolerância. O envio de polícia com intervenções brutais sobre manifestantes é típico de um regime que tem medo da própria sombra e cuja estrutura de poder se decompõe.

Desta feita, a polícia chegou ao ponto de abandonar os feridos à sua sorte, não se admite. O auxílio e a assistência médica tiveram de ser prestados pelos populares, que os levaram para o hospital. Por outro lado, a perseguição a opositores do regime tem de acabar. As sevícias sobre o activista Nito Alves, que chegou mesmo a ter o braço esquerdo deslocado, chocam a comunidade internacional.

Na luta pelo poder, as permanentes traições entre os actores da classe política e a corrupção generalizada provocam insegurança até na própria estrutura deste poder autocrático em desagregação. Contaminam tudo e todos, da administração pública aos negócios e outras actividades.

O comportamento da Polícia na última semana não é admissível num estado que se afirma “democrático” e que quer conviver na cena internacional. Ou o poder angolano acaba com estas práticas selvagens ou deve ser banido da cena diplomática internacional.

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