“Poeira do Tempo” de José Mena Abrantes

No dia 02 de Outubro (terça-feira), pelas 18H00, será lançada  no Camões – Centro Cultural Português (Av. de Portugal nº 50), em Luanda, a mais recente obra de José Mena Abrantes, “Poeira do Tempo”.

Na “Poeira do Tempo”, o autor apresenta quatro “histórias” em géneros diferentes. À primeira, uma crónica, intitulada “A Mancha Escura”. A segunda, intitulada “Sinfonia Inacabada”, o autor chama de noveleta. A terceira, uma prosa intercalada com citações sobre a Lua, intitulada “O Lado Negro da Lua”. A última,  um poema de pastores e pescadores intitulada “Do Mar e do Deserto” Em  “Mancha Escura”, através do personagem Bentinho, de seu nome próprio António Bento Sobrinho,  nascido no Icolo e Bengo, o autor percorre a história das últimas décadas de Angola. Da resistência nacionalista,  passando pelas emoções da independência do país e posterior conflito interno, Bentinho vai procurando retirar dividendos pessoais, em cada tempo e cada momento, na tentativa de exorcizar o destino de desventura, vaticinado, à nascença, por uma sábia  mais velha, a quem o futuro haveria de dar razão. Em “Sinfonia Inacabada” o autor, numa prosa poética, corrida e mas intensa, deixa aflorar, livremente, uma torrente de sentimentos, onde se cruzam a mágoa, a tristeza, a amargura e a decepção do personagem Moacir Alfredo João, que foi obrigado a “renunciar ao lado luminoso das coisas e das gentes”, mantendo os olhos fechados para sempre. Com o universo sonoro que lhe restava, tinha esperança de compor uma sinfonia que lhe desse sentido à  vida. No “Lado Negro da Lua”, o autor intercala episódios dramáticos de grande violência e barbárie  com citações de autores e cientistas sobre a Lua, conotando aqueles  actos hediondos de derramamento inútil  de sangue humano com o “lado negro da Lua”. No poema   “Do Mar e do Deserto”, o autor  recorre ao diálogo para identificar os caminhos comuns e pontos de contacto entre o  mar e o deserto.  A mesma imensidão a enformar a existência do ser humano sobre a Terra. José Mena Abrantes é natural de Malange, dramaturgo, poeta, escritor, e jornalista. Licenciou-se em Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde estabeleceu  os primeiros contactos com teatro, que viria a ocupar um espaço predominante na sua vida, primeiro como actor e, posteriormente,  como  dramaturgo, encenador e director. Participa, com regularidade, em Festivais de Teatro em países de África, Europa e América, como autor, encenador e director. Como  jornalista, colabora com vários órgãos de comunicação social angolanos, portugueses, moçambicanos e franceses. É Assessor  do Presidente da República, há cerca de 25 anos. Detentor de obra literária bastante diversificada, com mais de vinte títulos publicados, José Mena Abrantes foi galardoado com vários prémios. Por três vezes,  com o Prémio Sonangol de Literatura e uma vez com o Prémio Nacional de Cultura e Artes em Literatura.

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