Deus no Céu e José Eduardo dos Santos na terra

José Eduardo dos Santos

Milhares, talvez milhões, de militantes do MPLA na província do Huambo percorreram hoje, sábado, algumas artérias da cidade capital, numa marcha de apoio ao discurso sobre o estado da Nação, proferido pelo Presidente do partido e da República, José Eduardo dos Santos, durante a abertura da III Sessão Legislativa da III Legislatura da Assembleia Nacional, a 15 deste mês.

Durante o evento, que contou com a presença do 1º secretário do MPLA e governador da província, Kundi Paihama, os militantes, amigos e simpatizantes do partido que está no poder desde a independência, em 1975, acenavam bandeiras e cartazes com a fotografia do Presidente José Eduardo dos Santos. Kim Jong-un não faria melhor.

A marcha teve início no largo Saidy-Mingas (centro da cidade) e terminou no largo adjacente ao comité provincial do MPLA (na parte baixa). Os participantes gritavam, em uníssono, “Camarada Presidente José Eduardo dos Santos, os militantes, amigos e simpatizantes do MPLA no Huambo, estão contigo”.

No final da marcha, Kundi Paihama reafirmou o apoio incondicional que os militantes do partido nesta região depositam no Presidente José Eduardo dos Santos, também conhecido por “querido líder” ou o “escolhido de Deus”, comprometendo-se em assumir todas as orientações da mensagem sobre o estado na Nação, com vista a melhoria da condição de vida e do bem-estar do povo.

Para o político e dirigente partidário, esta marcha constitui uma grande manifestação de apoio ao discurso do Titular do Poder Executivo, que sob sua direcção o país tem ultrapassado todas as barreiras que atentam à preservação da independência e a soberania nacional.

Kundi Paihama chamou atenção da juventude no sentido de apostar na formação académica e profissional, de modo a estar melhor preparada do ponto de vista científico, técnico-profissional e cultural, promovendo valores nacionais comuns com respeito pela diversidade sócio-cultural, combatendo o consumo de drogas e todas as práticas que desvirtuam o normal e dinâmico desenvolvimento da juventude, condição primária para afirmação da angolanidade.

Nem no regime colonial de Salazar se fazia um tão canino culto do regime e do presidente como o faz o MPLA, só faltando (e já esteve mais longe) dizer que só existem Deus no Céu e José Eduardo dos Santos na terra.

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