Breves, bravadas e lamentos

Breves, bravadas e lamentos - Folha 8

No próximo dia 5 de Janeiro celebrar-se-á em surdina uma efeméride totalmente fora de moda: o retorno em força de um general às lides políticas depois ter sido, quase, organizado um Requiem para marcar o dia da sua definitiva saída do palco político angolano.

Por António Setas

E stamo-nos a referir ao general 4×4, Higino Carneiro, também conhecido por Peito-Alto em virtude do seu grande dinamismo e vontade de vencer.

Porém, aquando da sua passagem pela rapidamente extinta comissão de gestão de Luanda, ele lançou uma ideia de todo anedótica: pintar as casas do país de acordo com o horizonte temporal que ele mesmo propôs.

É claro que a ideia não passou de um nado morto. Nos tempos que se seguiram o seu astral deu uma cambalhota e o ex-super-ministro passou mal, esvaziado de poder depois da criação do Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN). Saliente-se, já agora, que se tratava de uma ressurreição, pois o dito Gabinete já existia no tempo do partido único e até era coordenado pelo camarada José Eduardo dos Santos.

A única diferença é que o mais recente GRN, o da era moderna, era uma espécie de instituição fantasma e do que ali se passava sabia-se que o General Kopelipa era o seu director e pouco mais. Fosse o que fosse, a verdade e que “Peito-Alto” eclipsou-se e no momento em que parecia que ia desaparecer de vez, ao ser enviado para as “Terras do Fim-do-Mundo”, Kuando Kubango, para o lugar duns muadiê da UNITA que por lá tinham passado antes sem deixar rasto, mentira, era subida aos céus e pensamos que vai ser uma famosa promoção do Peito-Alto se Higino conseguir arrumar a casa sem muito esgaravatar nos fundos rotos do Estado e dar seguimento a um fabuloso projecto, o do investimento turístico plurinacional e monumental do rio Okavango.

O a-propósito do OGE

O s arautos do Futungo não se cansam de embandeirar em arco a propósito do crescimento económico de Angola, cada vez mais de resto, após a apresentação das linhas mestras do Orçamento Geral do Estado (OGE) para o ano de 2015.

Facto marcante e, se não estivéssemos onde e com quem estamos, altamente encorajador, é o montante que será consagrado ao sector social, com uma data de projectos augurando céus azuis para o povo.

O menos que se possa dizer é que até calha bem, pois urge tirar a imagem do Executivo angolano do lamaçal em que se encontra.

É que, segundo um dos últimos relatórios internacionais sobre o estado na nossa Nação, Angola, entrementes é: 161ª sobre 179 na liberdade económica; é 168ª entre 178 na transparência é 138 entre 139 na competitividade; 168ª entre 178 na liberdade monetária; 135ª entre 178 na liberdade financeira; 138ª entre 178 em gastos do governo; 135ª entre 178 em liberdade de investimento; 167ª entre 178 em direitos de propriedade; 170ª entre 178 em corrupção; 155ª entre 178 em liberdade de trabalho; 41ª entre 178 em liberdade fiscal; 132ª entre 178 em liberdade financeira. Vamos a isso, mãos à obra, vamos limpar a nossa imagem!

Celso mal avô…lol, né?…kkkk!

A lgumas más línguas que por aí oficiam fazem correr o mujimbo de que o perito em comunicação social, Celso Malavoloneke, acabará por ser, mais cedo ou mais tarde, recuperado pelo regime JES/MPLA e será chamado para integrar o seu staff de especialistas desse ramo do saber.

À parte o facto de o Celso ser mestre do seu destino e poder recusar essa proposta, a verdade é que se a aceitar, evidentemente, nem tudo serão rosas nessa sua nova cruzada.

Haverá escolhos, a começar pelo que lhe é apontado como pecado, um monte de pecados, entre os quais o facto de ele pensar com a cabeça que tem e estar a defender as suas ideias (não obstante ele ter sido ofendido por um amigo nosso – que muito o lamenta -, que se esqueceu de pôr aspas na palavra ofensiva).

É claro que o Celso não tem cor política e é uma espécie de ave rara no jardim dos jornalistas comprados, seja por gente das “Américas”, do Futungo, ou do Inferno. Convenhamos, no entanto, que ele se atira de preferência contra tudo o que é da UNITA e do foro dos “revús”, com unhas e dentes e, por vezes, com agressividade evidente, enquanto as suas críticas ao Sistema, ao “ÉME” e a JES, são suaves hinos à sua própria e pessoal liberdade de criticar, com classe, numa de esgrimir argumentos com floretes embotados…

Nunca, jamais, em tempo algum ele enviou farpas agrestes ao regime JES/MPLA, tão-pouco aos seus dignitários, alguns deles autênticos meliantes engravatados. Da pior espécie ! Mas deixemo-nos de pieguices, essa treta de ser ou não ser comentarista imparcial, peço desculpa, é uma ova, continuaremos a gostar dos seus escritos, por ele saber dizer o que pensa e a mostrar tão singelamente, que é, quer queira quer não, um bom pião do MPLA.

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