Angola poderá integrar o calendário da Dakar Series já em 2015, com etapas entre Luanda e o deserto do Namibe, disse o director do Instituto de Fomento Turístico (Infotur) angolano, Eugénio Clemente.
De acordo com informação daquele responsável, a estrutura da organização da prova de rali todo-o-terreno está a ser fechada com os promotores, decorrendo também trabalhos internos no Executivo, entre os ministérios da Hotelaria e Turismo e da Juventude e Desportos.
Eugénio Clemente sublinha que, “administrativamente”, o processo está fechado, decorrendo apenas “acertos” em questões “técnicas” para o anúncio formal da competição.
A Dakar Series é um conjunto de três provas anuais que respeitam o espírito do Rali Dakar e que são promovidas desde 2008 pelo mesmo organizador, a Amaury Sports Organisation. Em 2014, os três ralis realizaram-se na Argentina, no Paraguai e no Peru.
A América do Sul tem sido palco do Rali Dakar desde 2009, depois de a edição de 2008, com partida prevista para Lisboa, ter sido cancelada por razões de segurança, que desde então afastaram do continente africano a mais importante prova de todo-o-terreno do mundo.
O dirigente do Infotur vê na realização desta prova uma forma de promoção internacional do turismo angolano, nomeadamente pela repercussão das imagens da competição no deserto do Namibe.
Caso se concretize, as provas do Dakar Series deverão acontecer no mês de Junho, com a competição a iniciar-se em Luanda, com o desembarque, por via marítima, das viaturas concorrentes.
Estão previstas etapas entre Luanda, Kuanza Sul, Benguela, Huíla e Namibe, com especial destaque para esta última província e para o vasto deserto que existe nesta região do sul de Angola. “Prevê-se a realização de duas etapas finais no Namibe”, indicou Eugénio Clemente.
Aquele deserto, que esteve na lista de 27 candidatos às sete maravilhas naturais de Angola, é partilhado com a Namíbia e integra o Namib-Naukluft National Park, a maior reserva de caça em África, devendo constituir o grande destaque desta prova automobilística.
Neste deserto – um dos mais antigos do mundo e que permanece em condições áridas ou semiáridas há pelo menos 55 milhões de anos – existe a “Welwitschia Mirabilis”, uma planta que pode atingir uma longevidade de mil anos e que é uma imagem de marca internacional deste território.