Patissa pela porta grande

O escritor angolano Gociante Patissa vai representar Angola, a convite da união dos Escritores Angolanos e do Instituto Cultural Alemão Goethe na Feira Internacional do Livro de Frankfurt a decorrer de 17 a 23 de Outubro na Alemanha.

Segundo a nota de imprensa da União dos Escritores Angolanos (UEA) enviada ao Folha 8, Angola faz parte de um conjunto de 19 países convidados para prestigiar o referenciado certame literário.

Neste evento, a delegação angolana vai proceder à entrega de livros de autores angolanos a universidades federais alemãs, estreitar relações bilaterais com instituições congéneres, além de participar nas mesas redondas, sessões de autógrafos e debate digital.

A Feira Internacional de Frankfurt é dos maiores encontros mundiais do sector editorial e conta com cinco séculos de realização. Os países participantes terão a oportunidade de saber mais sobre a história da literatura alemã e ao mesmo tempo dar a conhecer o que se faz e aspira de literatura nas suas sociedades de origem.

A par da comercialização de obras e negociação de direitos autorais, o evento vale ainda por ser uma plataforma de oportunidades intelectuais diversas, com destaque para os ciclos de conferências.

Para a União dos Escritores Angolanos, o convite recebido para uma tão importante montra intelectual representa não só o progressivo reconhecimento da vitalidade da literatura angolana, mas também um saboroso fruto do exercício permanente da diplomacia cultural, que passa pela tradução de antologias e pelo estabelecimento e preservação de boas relações e parceria.

Gociante Patissa é um nome relativamente recente na história da literatura angolana, mas com consideráveis sinais de uma carreira promissora.

BIOGRAFIA. Daniel Gociante Patissa nasceu na comuna do Monte-Belo, município do Bocoio, província de Benguela, em Dezembro de 1978. Tem licenciatura em Linguística, especialidade de Inglês, pelo Instituto Superior de Ciências da Educação da Universidade Katyavala Bwila (ex Agostinho Neto).

É membro efectivo da União dos Escritores Angolanos e colaborador do Jornal Cultura, da Edições Novembro. Foi distinguido com o Prémio Provincial de Benguela de Cultura e Artes 2012, na categoria de Investigação em Ciências Sociais e Humanas, «pelo seu contributo na divulgação da língua local Umbundu, na perspectiva das tradições orais, através do conto e novas Tecnologias de Informação e Comunicação».

No sector da sociedade civil serviu como gestor de projectos de desenvolvimento comunitário, tradutor/intérprete (Umbundu-Português-Inglês) e jornalista “free lance”.

Entre 2003-2010, foi realizador e moderador de mesa redonda radiofónica sobre cidadania e saúde preventiva, editando ao mesmo tempo o Boletim informativo, educativo e cultural A Voz do Olho, ao serviço da AJS (Associação Juvenil para a Solidariedade), ONG angolana que ajudou a fundar em 1999. Serviu ainda a Save The Children e a Handi-cap International nas províncias do Huambo e Benguela.

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