Diz o MPLA através da sua agência de propaganda, a Angop, que as crianças do país reconheceram hoje, em Luanda, as acções e esforços que estão a ser desenvolvidos pelo Executivo para garantir uma melhor qualidade de vida para elas.
“O reconhecimento vem expresso numa mensagem lida na cerimónia de abertura do VII Fórum Nacional Sobre a Criança, que decorre de 13 a 14 deste mês, sob o lema “Protecção e Desenvolvimento Integral da Criança, Compromisso Nacional””, escreve o comunicador da Angop.
Ao ler a mensagem, o representante da província da Huíla, Dário Costa, em representação das crianças de todo país, referiu que neste Fórum “os adultos vão se unir para avaliar como têm estado a trabalhar para o nosso bem e o nosso futuro, bem como encontrar maneira de trabalhar cada vez mais e melhor para nós”.
As crianças pretendem, de acordo com a vontade expressa no documento, que os adultos continuem firmes, punindo severamente todos aqueles que insistem em cometer crimes contra si. Em boa verdade, quando forem adultos (se algum dia o forem) vão concluir que os crimes contra si foram, afinal, cometidos por ordem, activa ou passiva, do rei-presidente.
“Estamos atentos e vemos que os adultos estão a trabalhar muito e a fazer grandes esforços para o cumprimento integral dos 11 compromissos assumidos para a sobrevivência, protecção e desenvolvimento das crianças”, disse o jovem que – na interpretação da Angop – também “reconheceu a construção de escolas, hospitais, centros infantis, creches e casas, bem como o acesso à água e luz, como bens adquiridos, no quadro do slogan “dar à criança tudo o que ela merece””.
“Mas ainda não chega para todos. Por isso, vocês, mais velhos, ainda não podem parar, até poder proporcionar boas condições para todas as famílias angolanas e suas crianças”, acrescentou Dário Costa, “garantindo”, contudo “que as crianças se comprometem em continuar a estudar, proteger os meios construídos ou adquiridos para que tenham melhores condições”.
Neste âmbito de lavagem mental, reeducação (patriótica) e fidelização canina ao querido líder Kim Jong-un, perdão, Eduardo dos Santos, importa não esquecer que o regime mantém, entre outras, a estrutura dos chamados Pioneiros, uma organização similar à Mocidade Portuguesa dos tempos coloniais.
Num Estado de Direito, que Angola diz – pelo menos diz – querer ser, não faz sentido a existência de organismos, entidades ou acções que apenas visam a lavagem ao cérebro e a dependência canina perante quem está no poder desde 1975, o MPLA, nem perante um presidente nunca nominalmente eleito e que está no poder desde 1979.
Dependência essa que, como todas as outras, apenas tem como objectivo o amor cego e canino ao MPLA, como se este partido fosse ainda o único, como se MPLA e pátria fossem sinónimos.
Tal e qual como nos tempos da militância marxista-leninista do pós-independência (11 de Novembro de 1975), o regime angolano continua a reeducar o povo tendo em vista e militância política e patriótica. E tanto a militância política como a patriótica são sinónimos de MPLA. Quem pensar diferente ou vai para os campos (ou esquadras) de reeducação, ou leva um tiro na cabeça.