EM OITO ANOS O MPLA COLOCOU O PAÍS NO FUNDO DO PRECIPÍCIO

O País do MPLA, cada vez mais distante do País dos cidadãos, bateu no fundo. Como nunca antes… O regime ao não conseguir, em Janeiro de 2025, dar fuba, feijão, tomate e lombi, a baixo custo, tendo férteis terras e farta água, mostra gritante incompetência.

Por William Tonet

Ao impedir que o peixe do nosso longo oceano, esteja no prato da maioria, o executivo denota maldade indescritível. Principalmente, por escancarar, “neo-colonialmente”, os mares aos arrastões da União Europeia, China, Rússia, que levam tudo e…não deixam nada…

Os últimos oito (8) dos 50 anos de governação ininterrupta do MPLA estão a ser os mais sofríveis, com altos preços da cesta básica, desemprego, inflação, impostos astronómicos, falso combate à corrupção que deriva em roubalheira nos contratos públicos, através da escorregadia contratação simplificada e órgãos da Administração do Estado.

Neste quadro dantesco, reconheçamos, o maior trunfo a ser apresentado no 11 de Novembro de 2025, pelo Presidente da República, será raquítico.

Mais 2 milhões de angolanos que se “alimentam”, diariamente, nos contentores e monturos de lixo, 6 milhões de crianças fora do sistema de ensino, 17 milhões de miseráveis, 7 milhões de desempregados, 50% de crianças sem nunca terem sido vacinadas, comércio, indústria e câmbio na mão de fundamentalistas islâmicos, especuladores asiáticos e ocidentais, num quadro de completa perda da soberania económica.

INDEPENDÊNCIA SEM ALMA E AS 60 TONELADAS DE COCOZINHO

O MPLA, cada vez mais insensível, a fome e miséria dos 20 milhões de pretos pobres, gasta mais de dois (2) biliões (mil milhões) de Euros, para organizar as comemorações do 11 de Novembro, data da Independência do MPLA.

Basta ouvir os “maputados” do regime a falar, na Assembleia Nacional, para se ter a percepção do que gravita na sua geografia mental: Agostinho Neto e o MPLA, são diferentes dos demais. Logo a independência e Angola são suas propriedades, daí nunca terem partilhado o palanque com outros actores políticos, nem mesmo os de Alvor.

Basta rememorar a recusa de altos dirigentes do MPLA, em transformar o Largo 1.º de Maio, em Largo dos heróis da Independência, colocando os três líderes: Holden Roberto, Agostinho Neto, Jonas Savimbi.

Por esta razão, continuam à céu aberto, a primar, por políticas tribalistas, regionalistas e discriminatórias.

Os do Sul e os do Norte. Nós e os do “Outro lado”. Segue o jargão político malfeitor… UNITA e MPLA.

FALA e FAPLA. Poder e Oposição. Vencedor e Derrotado…

Na verdade, é a repristinação dos tenebrosos períodos de guerra, onde a incompetência governativa era escondida no espalhar de boatos, mentiras, medo e instinto assassino, assente numa retórica boçal.

Derrube de postos de luz: UNITA. Destruição das condutas de água: bandidos terroristas de Jonas Savimbi. 23 anos depois, o culpado é a incompetência, a má gestão do regime, pois estes bens continuam a faltar e falhar…

E para contornar a situação nada melhor que forjar uma acção guerrilheira, com uma acusação estapafúrdia direccionada para as gentes do Sul. Precisamente! Com uma cúpula, hermenêutica do Huambo e, para não variar, com fortes conexões a UNITA, o ex e actual inimigo visceral. É coincidência? Não! É propositado. Infantil.

E no meio do roteiro, ainda alocar Liberty Chiaca, líder parlamentar da UNITA, numa trama de sair do Huambo com 60 toneladas de explosivos para Luanda é de uma miopia mental digna de figurar no livro do anedotário mundial.

Como esconder tanta tonelada de meios bélicos e, depois, transportá-los, por três a quatro províncias, até Luanda, sem qualquer constrangimento, até mesmo de um menino de 8 anos de idade.

Esta engenharia parece parida numa creche, localizada, no bairro São João, do Huambo, por “oficiaszinho” do mal, que iria rebentar, no palácio presidencial, refinaria, hotéis doses de diarreia, face a epidemia de cólera e paludismo, que ataca milhões de crianças.

E, dada a quantidade “cagal” dos kandengues os danos seriam de difícil reparação pelo que o advogado, não teria toalhitas para a empreitada de limpeza…

ANGOLA NÃO TEM CONDIÇÕES DE IR À GUERRA NA RDC

A Rússia não vai enviar material de guerra e, a China, também não, por o Titular do Poder Executivo ter traído o Sul Global, ao bandear-se para os Estados Unidos, apoiando de forma velada o genocídio israelita contra os civis palestinos.

Se as FAA forem para o Congo Democrático correrão o risco de não ter os meios e munições suficientes de reposição, por indisponibilidade dos velhos aliados se sentirem traídos e, estarem à espera, para devolver o troco a João Lourenço, que no caso ficaria em muitos maus lençóis.

O Presidente do MPLA, para Moscovo e Pequim colocou-se ao lado da OTAN que vaticina(va)m a derrota da Rússia, na Ucrânia e da China em Taiwan.

Até agora, a sua diplomacia perdeu, em toda extensão! A Ucrânia perde terreno, a União Europeia e a OTAN, estão a ser humilhados no terreno, pela ditadura russa e, Taipé está sufocada, pela armada chinesa.

Mas a derrota maior da diplomacia de JLO foi a saída triste de Joe Biden e do partido Democrata dos poderes, em Washington, para em qualquer crise, estenderem a mão “ao aliado angolano”…

A nível regional, enquanto presidente da SADC, João Lourenço distanciou-se da África do Sul (maior economia regional e democracia mais blindada), no processo judicial, junto do Tribunal Internacional de Justiça, para denunciar a barbárie de Israel, em Gaza. Calou-se. Não emprestou solidariedade, sequer a um país membro da organização regional, que honrou o continente e o mundo com a sua acção judicial vencedora.

O Presidente de Angola, perdeu, mais uma vez, pois o pedido sul africano foi acolhido e Israel considerado potência ocupante.

A luz do direito internacional, Telavive, não pode reivindicar direito de defesa, logo, a chacina que está a cometer, contra os palestinos, coloca, também, nas mãos dos apoiantes, a chancela de cúmplices de sangue, ante a barbárie e genocídio, que até Janeiro/2025, ceifou a vida a mais de 46 mil palestinos. Israel perdeu o seu plano estratégico de destruir o Hamas e vergar a determinação dos seus povos, que tal como Jonas Savimbi, também não aceitam o exílio dourado proposto, agora, por Donald Trump.

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