JOÃO LOURENÇO CASTIGA TÉTE ANTÓNIO

Angola participa, na qualidade de observador na reunião de Ministros das Relações Exteriores do G20 com uma delegação chefiada pelo ministro de Estado para Coordenação Económica, José de Lima Massano. Téte António deixou de ser ministro das Relações Exteriores?

A reunião decorre em Brasília, Brasil, e tem na agenda, entre outros, assuntos como a resolução dos conflitos na Palestina e na Ucrânia, bem como na reforma da governação global.

A delegação angolana, que participa do evento, é chefiado pelo ministro de Estado para Coordenação Económica, José de Lima Massano, coadjuvado pelo secretário de Estado da Cooperação e Comunidades, Custódio Vieira Lopes.

Consta do documento que à margem da reunião, com o intuito de concertar e alinhar estratégias de actuação, bem como a preparação, José de Lima Massano, orientou um briefing, no qual participaram membros da delegação angolana, tendo igualmente visitado as instalações do Consulado Geral de Angola no Rio de Janeiro.

Enquanto presidente do G20, o Brasil estabeleceu como prioridades, a inclusão social, o combate à fome e a pobreza, a promoção do desenvolvimento sustentável e a reforma das instituições de governação global.

O Grupo dos vinte (G20) reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e, a partir de 2024, a União Africana, cuja principal atribuição é apoiar o crescimento e o desenvolvimento por meio da arquitectura financeira internacional e de governação nas grandes questões económicas globais.

Fonte do Governo brasileiro antecipou que, à excepção de dois ou três países (como China e Itália, que virão com vice-ministros), todos os outros deverão estar representados pelos ministros dos Negócios Estrangeiros.

A mesma fonte adiantou que a indicação que o Governo brasileiro tem da parte russa é de que o chefe da diplomacia da Rússia, Sergey Lavrov, marcará presença no Rio de Janeiro.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, também estarão presentes no evento que conta também com a presença como convidados dos chefes da diplomacia de Portugal, João Gomes e o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa.

Em comunicado, o Governo brasileiro enfatizou que a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G20 ocorre num “momento de grande instabilidade geopolítica, com crises se desdobrando em diversas regiões do mundo”.

“Entre os temas mais urgentes a serem discutidos estão a situação no Médio Oriente e a ofensiva russa na Ucrânia, que continuam a gerar preocupações globais em relação à crise humanitária instalada e aos desdobramentos geopolíticos e económicos dos conflitos”, frisou a diplomacia brasileira.

Nos últimos dias, o Presidente brasileiro, Lula da Silva, provocou um atrito diplomático com Israel ao comparar os ataques à Faixa de Gaza com o Holocausto quando “Hitler resolveu matar os judeus”.

Por outro lado, a expectável presença de Lavrov no Rio de Janeiro acontece também depois da morte, na semana passada, do opositor russo Alexei Navalny.

Contrariando os líderes ocidentais que se apressaram a acusar o Kremlin, a diplomacia brasileira não teceu qualquer nota de pesar e, no domingo, em Addis Abeba, Lula da Silva afirmou que “se a morte está sob suspeita, você tem que primeiro fazer uma investigação para saber do que o cidadão morreu”.

Outro dos pontos principais, que tem sido uma das bandeiras do Governo brasileiro e que deverá estar em cima da mesa nas reuniões é a “necessidade de reformas nas instituições de governança global” como nas Nações Unidas, Organização Mundial de Comércio e bancos multilaterais.

As prioridades da presidência brasileira para o seu mandato à frente do G20 são o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global, nomeadamente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, algo que tem vindo a ser defendido por Lula da Silva desde que tomou posse como Presidente do Brasil, denunciando o défice de representatividade e legitimidade das principais organizações internacionais.

O Brasil, que exerce a presidência do G20 desde o primeiro dia de Dezembro de 2023, convidou Portugal, Angola, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega e Singapura para observadores da organização.

Portugal estará presente, ao longo do mandato do Brasil, em mais de 100 reuniões dos grupos de trabalho, em nível técnico e ministerial, em cinco regiões brasileiras, culminando com a Cimeira de chefes de Estado e de Governo, que será realizada no Rio de Janeiro, em 18 e 19 de Novembro de 2024.

Os membros do G20 são as 19 principais economias do mundo: Estados Unidos da América, China, Alemanha, Rússia, Reino Unido, França, Japão, Itália, índia, Brasil, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Indonésia, México, Turquia, mais a União Europeia e a União Africana.

O grupo, criado em 1999, após as sucessivas crises financeiras da década de 1990, tem como objectivo favorecer a negociação internacional, numa base de diálogo ampliado e tendo em conta o peso económico crescente de alguns países, que, juntos, representam 90% do Produto Interno Bruto mundial, 80% do comércio mundial (incluindo o comércio intra-UE) e dois terços da população mundial.

Trata-se de um grupo com significativa influência sobre a gestão do sistema financeiro e na economia global.

O G20 estuda, analisa e promove a discussão entre os países mais ricos e os emergentes sobre questões políticas relacionadas com a promoção da estabilidade financeira internacional, e encaminha as questões que estão além das responsabilidades de uma organização.

Folha 8 com Lusa

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