Se, por um lado, adeptos do futebol nacional esperam por boas prestações das Palancas Negras no Campeonato Africano das Nações (CAN), por outro, nada esperam além do mal desempenho igual às edições passadas em que participou. Um destes adeptos é o Gomes Vunge, céptico nas abordagens, afirmou que se a selecção Nacional passar de grupo nada mais seria do que um autêntico milagre.
Por Domingos Miúdo
Para Gomes Vunge, a equipa treinada por Pedro Gonçalves não garante bons alicerces, capaz de ser demolida muito facilmente diante duma selecção de peso. “As opções do treinador não têm sido boas porque acaba levando jogadores não muito consistentes e, por outra, no próprio onze inicial que acaba fazendo nota-se a falta de entrosamento entre os atletas”, daí que, afirma, Angola não tem uma selecção forte.
Francisco dos Santos, consultado pelo Folha 8, salientou estar muito decepcionado com as Palancas Negras fruto dos resultados desanimadores agregados nos torneios passados, por conta disso pouco se interessa com os jogos da selecção angolana. Contudo, destacou a juvenilidade da selecção Nacional, acreditando que ainda há potencialidades por se explorar e disso resultar numa vitória contra a Argélia, que será já na segunda-feira, 15 de Janeiro, às 20 horas.
De acordo com o Belmiro Mussungo, jogador de futebol, o país conta com uma selecção forte, mas não tão forte quanto os seus adversários, que têm qualidades desportivas superiores à selecção nacional, daí que, para passar de grupo, Angola terá de aplicar um trabalho que lhe custará muito suor.
Outro que concorda que as Palancas Negras é um conjunto forte é o Xavier Augusto, afirmando que a convocatória de Pedro Gonçalves é aceitável, apesar de algumas baixas como é o caso do Mbala Nzola.
Sobre as estatísticas que classificam Angola como uma das mais fracas selecções na prova, Pedro Kalanji citou o famigerado adágio do desporto rei, “futebol é uma caixinha de surpresas”, trazendo o exemplo de Leicester City, clube inglês, quando saiu da segunda divisão para a primeira, a “Primier League”, como uma equipa fraca, que posteriormente, surpreendeu o mundo inteiro vencendo a taça da primeira divisão. Portanto, espera-se por surpresas destas, selecção angolana vencendo o CAN no Costa do Marfim.
Para o Belmiro Mussungo, as estatísticas fazem sentido em função do trabalho que as nações apresentam ao longo do tempo, mas, ressaltou, que elas não dizem tudo, principalmente, para um dado jogo que quem controla não é a estatística, mas sim a determinação de cada jogador. “As estatísticas carregam-nos ao poço, mas o comprometimento que cada atleta possa ter com a equipa poderá nos catapultar ao pódio”, determinou.
O resultado do último amistoso de preparação para o CAN, em que Angola quebrou o jejum de golos, vencendo a selecção de Bahrain por três bolas a zero, em nada surpreenderam os entrevistados, que disseram que esta vitória foi contra uma selecção sem expressão, fraca e sem média, o que não é agradável se comparado com aqueles de níveis aceitáveis, com quais mal conseguiram fazer um golo sequer. Para eles, seria digno de aplausos e um bom indicador para seus oponentes se este resultado fosse contra a selecção da República Democrática do Congo, no penúltimo jogo de preparação.
Angola foi sorteada no Grupo D, com Argélia, duas vezes vencedora da competição, Burkina Faso e Mauritânia. Os dois primeiros classificados de cada um dos seis grupos qualificam-se para os oitavos de final, bem como os quatro melhores terceiros. A fase final do CAN-2023 terá lugar de 13 de Janeiro a 11 de Fevereiro de 2024.
Neste sábado, 13 de Janeiro de 2024, a selecção anfitriã do torneio, a Costa de Marfim, estreia-se diante da Guiné-Bissau na partida que assinala a abertura do Campeonato Africano das Nações e que será disputada no Estádio Olímpico de Ebimpé, cuja capacidade é de 60 mil expectadores, um estádio moderno, localizado em Ebimpé, Abidjan, capital económica da Costa de Marfim.