Várias preocupações sócio-económicas que afectam a província da Huíla, principalmente nos sectores da educação, saúde, transporte, agricultura e turismo foram apresentadas pelo governador provincial, Nuno Mahapi, ao Presidente da República, João Lourenço. Consta (o Folha 8 não conseguiu confirmar) que também foi dado conhecimento ao Presidente do MPLA e ao Titular do Poder Executivo.
O encontro, em que também estiveram presentes auxiliares do Executivo Central, deu início à visita dita de trabalho de dois dias do Chefe de Estado à província da Huíla, antes da sua deslocação ao Cunene.
Durante a reunião o governador da província da Huíla, Nuno Mahapi, identificou a educação entre as principais preocupações e desafios, por ter cerca de um milhão de alunos, em 1.573 escolas, e a maioria em salas ao ar livre. Salas ao ar livre são, recorde-se, uma inovação do MPLA, implementada desde que o partido trocou os colonialistas portugueses por colonialistas autóctones do MPLA, em 1975.
“Se conseguirmos construir todos os anos na província da Huíla 45 escolas de 12 salas, Excelência Senhor Presidente da República, nesse quinquénio conseguiríamos mitigar ou resolver acima de 80 por cento do nosso grande desafio”, declarou o governador do MPLA.
O governador considerou importante a merenda escolar, por reduzir a abstenção dos alunos, mas explicou que o orçamento actual não permite a sua implementação em todas as escolas… ao ar livre.
O ensino técnico-profissional também foi destacado como potencial solução para os desafios educacionais, desde que se atenda à necessidade construção de escolas técnicas em todos os municípios da província.
Entretanto, o governador alertou que a necessidade de a construção não deve cingir-se a infra-estruturas, “mas também estender-se à construção, ou à preparação do homem que vai leccionar nestas escolas”. O Folha 8 apurou que quando Nuno Mahapi fala “do homem que vai leccionar nestas escolas”, está a referir-se a… professores.
No sector da saúde, realçou a necessidade de se fortalecer os cuidados primários, de modo a reduzir a pressão sobre os hospitais de referência, bem como a necessidade de se promover a saúde preventiva e a criação de um programa de capacitação de quadros e de aquisição de ambulâncias.
“Gostaríamos também de pedir a vossa ajuda para aquisição de um grande lote de ambulâncias, para resolver os problemas dos 14 municípios. Os hospitais de referência no Lubango estão satisfeitos. Têm ambulâncias, mas nos municípios está o nosso maior problema”, reforçou.
Nuno Mahapi enfatizou – com um raro sentido de oportunidade – ainda a importância da água, agricultura familiar e dos transportes para o desenvolvimento da província, e os investimentos em infra-estruturas, como caminho-de-ferro, aeroporto e estradas para promover a conectividade e a mobilidade.
O sector energético foi apontado também como vital para a auto-suficiência da província e aumento da capacidade de exportação para outras regiões.
O governador indicou progressos na construção de infra-estruturas de energia, que vão permitir a interconexão entre municípios. Nuno Mahapi apelou à continuação dos esforços para que sejam superados os desafios energéticos e permitir o crescimento industrial e social da província.
O sector privado foi considerado crucial para impulsionar o desenvolvimento e criar empregos para a juventude, com a colaboração público-privada para investir em infra-estruturas turísticas e desportivas, aproveitando o potencial da região neste domínio.
“A Huíla, o petróleo verdadeiro que tem, chama-se turismo. E nós não podemos perder de vista este potencial turístico. Primeiro, devemos investir nos homens que vão trabalhar no turismo e depois fazer as infra-estruturas para que o turista chegue a estes pontos turísticos com maior facilidade e encontre os serviços”, declarou.
No final, o governador anunciou que a província vai albergar um jogo da selecção angolana de futebol no dia 7 de Setembro.
“Graças ao esforço que Vossa Excelência fez na reabilitação do campo, os Palancas Negras vão jogar cá, para se qualificarem ao CAN. Gostaríamos de convidar Vossa Excelência a vir assistir ao jogo connosco”, concluiu.
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