O Presidente da República, João Lourenço, que se encontra em visita de Estado, para participar na cimeira EUA/África, esteve, no dia 12 de Dezembro, como convidado, na Câmara de Comércio dos Estados Unidos da América/Angola, em Washington, onde diante de uma razoável plateia de empresários americanos, escancarou, mais uma vez, as portas da riqueza material, dos angolanos, ao capital estrangeiro, no caso norte-americano.
Ficar bem na fita, não pode ser uma estrada de sentido único, pois adoptar o modelo de economia ocidental, em África, com países em vias de desenvolvimento, é um autêntico suicídio, para os seus autóctones e bênção para os países desenvolvidos.
Era bom ouvir no discurso de João Lourenço, um sentido patriótico, na defesa da soberania angolana, estimulando os investidores americanos (ocidentais, chineses, árabes, africanos) a investir, em Angola, mas em parcerias com empresários ou empreendedores angolanos, regulando-se as percentagens de cada uma das partes.
Mais, era mister ter-se ouvido, que a exploração dos minérios e sua transformação, deve(rá), doravante, ser a 100%, em Angola. Isso significa a construção de indústrias transformadoras, excluindo-se a exportação de matérias-primas em mais de 90% de cada mineral.
Infelizmente foi o mais do mesmo e quem imperou foi o complexo de colonizado, assimilado e complexado, ao dizer que poderiam vir, não só nos diamantes, mas noutras áreas minerais, porque a nova lei de economia (a economia de mercado neoliberal) é inspirada nos “pais do colonialismo africano”, que pressupõe, agora, sub-repticiamente, para Angola e o nosso continente, a submissão total ao Fundo Monetário Internacional, que inviabilizam a autonomia e auto suficiência dos nossos povos, que devem, com base em líderes de curta visão, vender as nossas melhores terras aráveis, as empresas públicas, a indústria ou sua destruição, o controlo das importações, o domínio da banca, entre outros, tudo deve ficar, na mão do capital estrangeiro.
Esta é a forma de valorizar o actual paradigma, que transforma, os novos colonizadores em investidores, que vêem com uma agenda bem estudada de subjugação.
Não foram nesta deslocação e nesse encontro os angolanos defendidos e representados, pelo contrário, sentiram mais uma vez a legitimação das novas ideias neocoloniais.
Finalmente, o Presidente da República mostrou, novamente, nos Estados Unidos, não saber a quantas andam as políticas do próprio executivo, ao afirmar, pasme-se, que a relação com, a Boeing, fabricante americana de aviões, comprometida, pela bestialidade do programa económico e a visão obtusa do ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, que alugou, de uma companhia europeia, em quase falência: HiFly, portuguesa, que opera com tripulação própria, contra o despedimento dos trabalhadores negros angolanos.
Mais, os aviões da TAAG foram excluídos do espaço europeu, estando a operação a cargo da empresa contratada, que vai ter no próximo ano mais seis aviões da Airbus. Assim o que disse João Lourenço é para ser levado a sério ou só para animar os americanos e depois apunhala-los, quando chegar a Angola? Esperemos, todos para ver…