O governo angolano perspectiva para os próximos anos, talvez 20 ou 30, a melhoria da qualidade de vida da população, a prestação de mais atenção à juventude, a promoção de emprego, o desenvolvimento do sector privado e a inserção competitiva de Angola no contexto internacional.
Aos anos que estas promessas ecoam pelas barrigas vazias dos angolanos. Desta feita o autor da afirmação de tão mau gosto foi o economista Afonso Chipepe.
Em declarações à Angop, a propósito de mais um aniversário da Independência Nacional que se assinala terça-feira (11) e que sempre teve o MPLA no comando, Afonso Chipepe referiu que tudo isso passa pela criação de condições de estabilidade, eficácia e eficiência da economia, de modo a garantir a sustentabilidade, o desenvolvimento a longo prazo, a redução da inflação , a obtenção de saldos orçamentais positivos e a reorganização do sistema financeiro.
Em síntese, bem que Afonso Chipepe poderia dizer que tudo isto passa por Angola ser um Estado de Direito. Bastaria isso. Mas, se pecar em pensamento é muito grave, pecar nas palavras ditas pode significar a morte do artista.
De acordo com o economista, a independência trouxe para o país a estabilidade, o crescimento e o emprego que constituem a força maior, não só económica, mas também política, social e institucional, pensando sempre na perspectiva de se criar mais emprego para a juventude, e com isto, a riqueza e o rendimento como sustentáculo para o combate à pobreza e à melhoria das condições de vida da população.
Considerou aliás primordial garantir os pressupostos básicos necessários ao desenvolvimento, por forma a preservar a estabilidade macro-económica, promover uma política nacional da população e activa de emprego, a valorização do capital humano, o aumento da produtividade e a diversificação e modernização da estrutura orgânica e económica do país.
A independência, ressaltou, trouxe para além da liberdade de sermos angolanos, a liberdade de sermos nós os próprios os donos da terra e decidirmos o nosso destino.
“Só seremos verdadeiramente independentes quando Angola conseguir cristalizar o seu potencial económico, competindo de igual modo na esfera económica regional e mundial”, disse Afonso Chipepe.
Resta uma dúvida. Afonso Chipepe não falou uma única vez da dívida que os angolanos têm para com José Eduardo dos Santos, ou foi a Angop que se esqueceu?