Menos 88.300 barris
de petróleo por dia

A produção petrolífera angolana voltou às quebras em Junho, equivalente a 88.300 barris diários no espaço de um mês, afastando-se da Nigéria, que consolidou a liderança entre os produtores africanos, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

De acordo com o último relatório mensal daquela organização, relativo a Junho e divulgado hoje, Angola atingiu neste mês uma produção diária média de 1,431 milhões de barris de crude (após revisão da OPEP ao relatório de Maio), com dados baseados em fontes secundárias.

Com este registo, em volume produzido, Angola continua atrás da Nigéria, país que viu a sua produção aumentar em Junho 27.800 barris diários, para uma média de 1,660 milhões de barris por dia, segundo os mesmos dados da OPEP, igualmente com base numa revisão aos de Maio.

Durante praticamente todo o ano de 2016 e até Maio de 2017, Angola liderou a produção de petróleo em África, posição que perdeu desde então para a Nigéria.

A produção naquele país foi condicionada entre 2015 e 2016 por ataques terroristas, grupos armados e instabilidade política interna.

O acordo entre os países produtores de petróleo para reduzir a produção e fazer aumentar o preço do barril obrigou Angola a cortar 78.000 barris de crude por dia com efeitos desde 1 de Janeiro de 2017, para um limite de 1,673 milhões de barris diários.

Um acordo que Angola terá “furado” em Outubro passado, ao produzir 1,689 milhões de barris por dia, segundo os dados da OPEP com base em fontes secundárias.

O relatório da OPEP refere também que, em termos de “comunicações directas” à organização, Angola terá produzido 1,448 milhões de barris de petróleo por dia em maio, neste caso um corte equivalente a 38.000 barris diários face a Maio.

Já a Nigéria aumentou o volume produzido, oficialmente, em 11.600 barris diários, para 1,511 milhões de barris de petróleo por dia em Junho.

No mesmo relatório da OPEP, mas neste caso com dados de Maio, Angola continua entre os três principais fornecedores de petróleo à China, com uma quota de 12% do total, atrás da Rússia (14%) e da Arábia Saudita (13%).

Angola enfrenta desde final de 2014 uma profunda crise económica, financeira e cambial decorrente da forte quebra nas receitas petrolíferas.

Em menos de dois anos, o país viu o preço do barril exportado passar de mais de 100 dólares para vendas médias, no primeiro semestre de 2016, para 36 dólares por barril, segundo dados do Ministério das Finanças de Angola.

Desde o início de 2017 que as vendas de petróleo angolano têm estado, em regra, acima dos 50 dólares por barril no mercado internacional, tendo, entretanto, ultrapassado os 70 dólares.

Lusa

Artigos Relacionados

Leave a Comment