O primeiro satélite dito angolano começou cerca das 19 horas, como previsto, a sua trajectória para o espaço, a partir da estação de lançamento de Baikonur, Cazaquistão, onde permanecerá 15 anos úteis.
Após o lançamento pelo foguete transportador ucraniano Zenit, o satélite levará 7 horas para ficar em órbita e depois terá mais ou menos dois a três meses de testes. Findo este período, o equipamento estará apto para ser usado, até completar os 15 anos previstos de vida útil.
Uma delegação angolana, composta pelo ministro das Telecomunicações e Tecnologia de Informação, José Carvalho da Rocha, ministro de Estado e do Desenvolvimento Económico e Social, autoridades religiosas e tradicionais assistiu “in loco” ao lançamento.
Em Angola os angolanos acompanharam o arranque e trajectória do foguete Zenite pela televisão, assistindo à separação do propulsor, onde se queimou o combustível, e depois a aceleração final até ao espaço.
Antes, cidadãos angolanos mostraram-se ansiosos quanto ao lançamento do satélite e destacaram o seu optimismo sobre o êxito da missão.
O Angosat, construído na Rússia, tem mil 55 quilogramas e 262.4 quilogramas de carga útil. Ficará na posição orbital 14.5 E e terá uma potência de três mil 753 W, na banda CKu, com 16C+6Ku repetidores.
Como satélite geoestacionário artificial, estará localizado a 36 mil quilómetros acima do nível do mar, e a sua velocidade coincidirá com o da rotação da terra. Conseguirá cobrir um terço do globo terrestre.
O centro de controlo e missão de satélites do Angosat1 encontra-se na comuna da Funda, norte da província de Luanda. O satélite angolano vai possuir um centro primário de controlo e missão em Angola e outro secundário na Rússia, em Korolev.
O projecto Angosat é resultado de um profundo estudo sobre a viabilidade da produção de um satélite angolano, entre a Comissão Interministerial de Coordenação Geral do Projecto de Telecomunicações via Satélite de Apoio Multissectorial, criada por Despacho Presidencial nº 21/06 de 21 de Junho.
O estudo contou com o consórcio russo, liderado pela empresa ROSOBONEXPORT, RSC Energia (construtora do satélite Angosat-1).
No ano de 2009, firmou-se o contrato entre o Governo da República de Angola e a Federação da Rússia, representados pelo Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação da República de Angola e FSUE “Rosoboronexport”, respectivamente, para a Construção, Lançamento e Operação do satélite Angosat-1.
O Angosat é a denominação do primeiro satélite angolano geoestacionário, que trará oportunidades de expansão dos serviços de comunicação via satélite, acesso à internet, à rádio e transmissão televisiva.
Um dos propósitos desse projecto, parte integrante do Programa Espacial Nacional, é a criação de competências nacionais no domínio das tecnologias de comunicação por satélite. Este é um dos sete projectos do Programa Espacial nacional.
A forte aposta no espaço, para que as comunicações cheguem a todo o país, começou com 10 anos de negociações entre Angola e a Rússia, seguindo-se a construção, em 2013.
Pretende-se com o Angosat1 fazer do país uma referência de excelência no âmbito espacial, com reconhecimento mundial na criação e capacitação de quadros altamente qualificados nas áreas de Engenharia e Tecnologia espacial.
Outro propósito é apoiar o desenvolvimento sustentável, a defesa e segurança do estado, através da pesquisa e desenvolvimentos de tecnologias aeroespaciais, contribuindo para o posicionamento de Angola como um dos líderes na área Espacial em África.
Para a materialização desse projecto, 47 engenheiros espaciais foram formados na Argentina, China, Coreia, no Brasil, Japão e Rússia, para garantir o seu funcionamento.
A equipa de engenheiros é composta por 13 em canal de serviço, nove em análise de sistema, sete em planeamento, seis em administração de redes, igual número de directores de voo, quatro em balística e dois em gestão de projectos.
Os especialistas, formados em sete fases, concluíram três mil horas de aulas em engenharia e tecnologia espacial, construção de nano e pico satélites, revisão e aceitação técnica de projectos espaciais, formação sobre HUB Vsats, operações e missões espaciais, certificação em arquitectura do Angosat1 e certificação de especialização em operação e controlo do Angosat1.
Folha 8 com Angop
Que se mantenha lá nos seus próximos 15 anos. Ansiosa para ver os resultados!
se este artefato tecnologico vai ajudar nas telecomunicações na África Austral, Angola está de parabéns..[….]