O Presidente de Angola disse hoje em Luanda o que há muito diz o nosso Povo. Mais vale tarde do que nunca? Além das intenções haverá acções concretas. Veremos. João Lourenço afirmou que os angolanos clamam cada vez mais por uma maior intervenção dos diferentes órgãos de justiça no combate a todo o tipo de crime, incluindo os de “colarinho branco”.
João Lourenço falava no acto de tomada de posse do novo Procurador-Geral da República de Angola, general Hélder Fernando Pitta Grós, que substitui no cargo outro general João Maria de Sousa, que atingiu o limite do mandato no princípio deste mês. Não será certamente por falta de generais que não se cumprirão as promessas do general João Lourenço.
O chefe de Estado disse que para se vencer a “batalha” é preciso contar-se com o concurso de todos, desde o pacato cidadão, que em posse de informação da prática de actos ilícitos a pode denunciar às autoridades competentes.
Poder, pode. Mas quem nos garante que, como aconteceu ao longo dos últimos 38 anos, também com a conivência do ministro e general João Lourenço, os denunciantes não serão culpados até prova em contrário?
“Passando pelos diferentes serviços de investigação criminal, financeira, ambiental e outros como também pelo Ministério Público, Procuradoria-Geral da República e obviamente desembocando nos tribunais a quem compete julgar e condenar se for caso disso”, disse João Lourenço.
De acordo com o Presidente da República, se todos esses actores da sociedade e do Estado, conseguirem trabalhar em harmonia e se houver de todos o entendimento de que há necessidade de se “pôr cobro à onda de criminalidade”, que, considerou, “lamentavelmente tomou conta da sociedade”, é certo que esta batalha poderá ser vencida.
“Com esta cerimónia de posse do Procurador-Geral da República, os seus vice-Procuradores e adjuntos acreditamos que a Procuradoria-Geral da República vai conhecer novos dias, uma outra dinâmica, que com certeza vai contribuir para vencermos esta batalha que é de todos nós”, disse.
João Lourenço acrescentou ainda que a batalha é igualmente dos políticos, que querem ver “uma sociedade mais justa, livre daqueles elementos que praticam actos que acabam por ser danosos aos cidadãos, danosos à economia e de uma forma geral ao bom nome do país”.
Por sua vez, Hélder Fernando Pitta Grós, disse que este será “o princípio orientador diário” das acções da Procuradoria-Geral da República.
“O Presidente da República como tem enunciado bastantes vezes o combate à criminalidade, em especial à criminalidade do colarinho branco, o branqueamento de capitais, também à corrupção e por fim ao nepotismo, portanto, nós iremos ter a nossa linha de acção dirigida nesse sentido”, garantiu.
Hélder Pitta Grós era até agora vice-procurador-geral da República para a esfera Militar e procurador Militar das Forças Armadas Angolanas (FAA).
O Presidente nomeou ainda Luís de Assunção Pedro da Mota Liz, que se mantém no cargo de vice-procurador-geral da República, e Adão Adriano António, para os cargos de vice-procurador-geral da República para a esfera Militar e Procurador Militar das FAA, igualmente empossados hoje.
Durante a cerimónia, João Lourenço, na qualidade de comandante em chefe das FAA patenteou com o grau de general e por inerência de funções Adão Adriano António.
Folha 8 com Lusa