Os três Ramos das Forças Armadas Angolanas (Exército, Força Aérea e Marinha de Guerra) vão beneficiar, a partir do próximo ano, de equipamentos mais modernos e concordantes com os actuais desafios, no âmbito da reestruturação em curso, anunciou o Chefe do Estado Maior General das FAA, General de Exército Geraldo Sachipengo Nunda.
O general deu a conhecer o plano durante uma entrevista concedida por ocasião do 23º aniversário da constituição das Forças Armadas Angolanas em Exército Nacional Único que se comemora no dia 9 de Outubro.
De acordo com o General Nunda, os novos meios militares serão manuseados por efectivos capacitados. Neste quadro afirmou que a Força Aérea vai receber novos helicópteros a partir deste ano, que serão utilizados por pilotos formados durante seis anos na Federação Russa.
Deu a conhecer igualmente que a Marinha de Guerra Angolana beneficiará de novos navios, os quais serão também dirigidos por pessoal navegante formado na Rússia, Brasil e Portugal.
O Exército que vai beneficiar de novo equipamento e contará também com militares formados na Rússia e em Cuba.
“A formação dos efectivos das Forças Armadas Angolanas tem de ser um processo bem harmonizado para que a mesma e o equipamento se conjuguem”, salientou o General Nunda, acrescentando que estes procedimentos são abrangentes no âmbito da operacionalidade e da manutenção dos equipamentos que constitui um “grande desafio”.
Segundo o oficial general, este processo vai fazer com que as FAA nos próximos anos se tornem mais modernizadas e bem equipadas, capazes de cumprir as missões que a direcção do Estado definir tendo como prioridade a defesa da independência, soberania nacional e das instituições do País.
O General Nunda destacou que existe uma orientação principal no que se refere à realização do reequipamento das FAA e uma restruturação que esteja adequada aos desafios do momento e do futuro, uma directiva do Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
Ainda no quadro da implementação do processo de reestruturação das FAA, sublinhou os avanços já dados nas unidades e sub-unidades do Exército Nacional no que concerne às condições de acomodamento da tropa, sua alimentação e assistência médico-medicamentosa, factores que vêm contribuindo para a prontidão no cumprimento de missões, no quadro dos princípios da Defesa Nacional.
Destacou de igual modo a criação de instituições de formação superior militar, como o Instituto Superior Técnico Militar, construído em 2008, onde foram formados já os primeiros 120 engenheiros nas especialidades de informática, construção e fortificações, engenharia mecânica e electrotecnia.
Na sua entrevista, o Chefe de Estado Maior General das FAA considerou a situação no País, do ponto de vista militar, “estável”, facto que não implica que as Forças Armadas Angolanas não estejam preparadas, “porque os desafios da segurança nacional são externos e internos”.
“A Constituição da República de Angola estabelece que no quadro sistema de segurança nacional, as Forças Armadas Angolanas devem ter a capacidade de responder os desafios internos e externos”, salientou.
No concernente às demais missões das FAA, o General Nunda frisou que existe um total empenho por parte das Forças Armadas Angolanas no processo de desminagem, factor importante para o programa de reconstrução nacional do Executivo, assim como no apoio as questões de calamidades naturais (enxurradas ou cheias) e casos de epidemias.
No quadro das missões de apoio à paz e estabilidade em alguns países africanos, o General Nunda esclareceu que as Forças Armadas continuam preparadas para o efeito.
A título de exemplo referiu a solicitação por parte das Nações Unidas para que Angola possa integrar um contingente de tropas na República Centro Africana na missão da ONU.
Fontes diplomáticas deram a conhecer que Angola participará no contingente de tropas na República Centro Africana com cerca de 1.800 efectivos.
“Estamos a criar as condições para integração do efectivo na missão em tempo que for definido pelas Nações Unidas“, precisou o General Nunda que, na ocasião, recordou a participação de forças angolanas em operações de paz que ocorreram na República Democrática do Congo, República do Congo em 1997/1998 e na Guiné-Bissau (2010).