Os angolanos, que eram dos visitantes que mais estavam a aumentar os gastos em Portugal, registando uma subida em 21% no primeiro semestre, a partir de Julho reverterem completamente a tendência e até Setembro, inclusive, acumularam uma quebra em 36,1%.
D ados do Banco de Portugal recolhidos pelo PressTUR mostram que, no conjunto dos primeiros nove meses deste ano, Angola continua a ser o 5º mercado emissor que mais contribui para a receita turística portuguesa (gastos de turistas estrangeiros), se bem que já em quebra de 2,7% ou 11,73 milhões de euros, para 427,91 milhões.
Esta quebra deve-se por inteiro à evolução no terceiro trimestre, em que os gastos dos angolanos caíram 36,1% ou 65,79 milhões de euros, para 116,50 milhões, revertendo o aumento em 54,06 milhões para 311,41 milhões, que se verificava no final do primeiro semestre.
O ano de 2015 começou com um aumento dos gastos turísticos dos angolanos em Portugal acima de 30%, em 30,4% ou 37,91 milhões de euros no primeiro trimestre, mas no segundo trimestre houve desde logo um abrandamento do ritmo de crescimento, que ficou em 12,2% ou 16,15 milhões de euros, para 148,69 milhões.
O pior foi o terceiro trimestre, que começou logo com uma queda dos gastos dos angolanos em 23,2% no mês de Julho, seguindo-se quebras em 36,8% em Agosto e em 47,6% em Setembro.
Fontes do sector relacionam esta evolução com o impacto da crise económica em Angola, motivada em grande medida pela quebra do preço do petróleo. Esse impacto, de acordo com dados recolhidos pelo PressTUR também já é visível nos aeroportos portugueses.
Nos primeiros nove meses deste ano o número de passageiros em voos entre Lisboa e Angola decresceu 1,1%, para 317.971, em grande medida pela quebra em Setembro, que foi em 10,3%, para 39.056, com quebra em 10,9% em voos da companhia angolana TAAG, para 19.309, a qual, no conjunto dos primeiros nove meses do ano tem um decréscimo em 0,6%, para 155.928.
No Aeroporto do Porto, onde a TAAG é a única companhia a ter voos de e para Luanda, nos primeiros nove meses deste ano tem um decréscimo de passageiros em 1%, para 48.171, embora no mês de Setembro tivesse registado um aumento em 8%, para 5.463.