O líder da Comunidade Angolana do Ontário (ACO), uma organização não-governamental, quer “unir” todas as associações lusófonas no Canadá para criar uma grande colectividade da lusofonia.
“A emigração angolana para o Canadá é recente, comparando com outros países lusófonos. Convidamos as associações portuguesas e brasileiras a juntarem-se a nós, os demais Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), para, todos juntos, fazermos uma grande associação da lusofonia”, disse à agência Lusa Rui da Silva, de 45 anos, presidente da ACO.
A Comunidade Angolana do Ontário assinalou no domingo o seu 25º aniversário, num evento que decorreu na sua sede, localizada no 1685 da Dundas Street West, em Toronto, que juntou dezenas de angolanos. Além da degustação de gastronomia típica do nosso país, foi exibido o filme intitulado “Rastos de Sangue”.
Segundo aquele responsável, que se encontra no Canadá há 16 anos, a ACO é mais do que uma associação, é a “casa dos angolanos” no Canadá, no Ontário, mais concretamente na cidade de Toronto.
“Acolhemos todos os angolanos desta área da cidade. Esta é a sede de um conjunto de outras associações que colaboram connosco, como é o caso da Associação de Angolanos em Otava, a Casa de Angola de Hamilton e temos outra filial em St. Catharines”, frisou.
Rui da Silva, natural de N’ Dalatando (Kuanza Norte), explicou ainda que actualmente a ACO tem nas suas instalações aulas destinadas a crianças sobre a História e Geografia de Angola, e de língua portuguesa. São também disponibilizadas aulas de explicação para Matemática, Geografia e História para ajudar os mais novos na sua integração com a cultura angolana.
Em termos de projectos para o futuro, o dirigente gostava que a ACO fosse mais conhecida “não só na província, mas também em termos federais”.
A ACO tem colaborado com a embaixada em Otava, disponibilizando as suas instalações em Toronto como um “verdadeiro consulado”, visto que são disponibilizados serviços de registos consulares, cédulas e registos de nascimento, passaportes, e ajuda no preenchimento de formulários de imigração no Canadá.
“A comunidade angolana no Canadá é muito jovem comparativamente com a portuguesa e com a italiana, mas com o decorrer do tempo, tem-se verificado “uma boa integração na sociedade canadiana”, disse um dos presentes nas comemorações, António Amaro, natural de Luanda, de 32 anos, que vive no Canadá há 17 anos.
Por sua vez, Joyce Santos, de 30 anos, natural de Luanda, no Canadá há 15 anos, pede uma maior “participação dos angolanos e amigos de Angola” nos eventos da associação.
Desde 2002 que colabora com a ACO, reconhece que hoje em dia os angolanos já estão bem integrados na sociedade canadiana, um dos factores que os afasta da associação.
“Agora também estamos mais integrados na sociedade canadiana, as pessoas têm as suas vidas, já não participam tanto nas actividades. Mas não estamos aqui só para ajudar, mas também para todos possam conviver connosco e para que as crianças aprendam um pouco das suas raízes”, concluiu.
Segundo dados fornecidos pela ACO, calcula-se que existem cerca de três mil angolanos em Toronto e área envolvente.