Várias províncias do país foram visitadas pelo Presidente da República, general João Lourenço, sempre acompanhado pelo Presidente do MPLA, pelo Titular do Poder Executivo e pelo Comandante-em-Chefe das Forças Armadas (constitucionalmente apartidárias) ao longo de 2024. No total foram sete, nomeadamente as províncias do Huambo, Namibe, Bié, Cunene, Zaire, Cuanza Sul e Cuanza Norte.
Tal como nos anos anteriores, o objectivo destas visitas de trabalho foi conhecer, ao pormenor, a situação económica e social de cada uma, identificar os investimentos necessários e definir estratégias para o desenvolvimento equilibrado. Isto porque, como se sabe, o MPLA só está no Poder há (faz este ano 50 anos).
Depois da reunião com os governos locais e membros do Executivo central, o general presidente deu várias orientações para resolver ou mitigar situações urgentes e redireccionar os programas de desenvolvimento.
Na província do Huambo, em Janeiro, depois da reunião com o Governo local, anunciou a retoma das obras do aterro sanitário, 13 anos depois da sua paralisação por obra, graças e ordem do… MPLA.
De igual modo, prometeu encontrar melhores soluções para garantir a manutenção das estradas terciárias e secundárias no momento oportuno, sem que estivessem completamente degradadas, uma vez que a prioridade do Governo é asfaltar as estradas nacionais. Tal, recorde-se, como faziam os portugueses antes de o MPLA comprar a independência.
Em Maio, na província do Namibe, ficou decidido que o problema do fornecimento de energia eléctrica deveria ser resolvido com a máxima urgência, para conectar a província à rede eléctrica nacional e promover o desenvolvimento local, evitando o que continua a ser um lema do MPLA: Os apagões dão mais encanto a Angola.
Acções para a melhoria do abastecimento de água também foram recomendadas ao Governo local, assim como a criação de condições para a construção das seis barragens já projectadas. Além disso, foram deixadas orientações/ordens para se avançar com o processo de certificação do Aeroporto Welwitchia Mirabilis, na cidade de Moçâmedes, para torná-lo internacional e fomentar o turismo (de moscas e outros espécies similares).
Outras prioridades (se bem que o governo não saiba muito bem o significado da palavra prioridade) definidas foram a construção de um novo hospital provincial, com uma unidade de hemodiálise, e a construção de “um autódromo para corridas de carro e motorizadas” (quem diria… um autódromo para corrida de carros), a fim de promover o turismo desportivo.
No Cuito, província do Bié, o “querido líder” esteve no mês de Julho e garantiu que seriam intensificados os trabalhos de manutenção e construção de estradas essenciais para o escoamento da produção agrícola e industrialização da região. Por outro lado, seriam também concretizados os projectos de expansão da energia eléctrica (sem esquecer as vantagens dos apagões) produzida no Baixo Kwanza para abastecer o centro, sul e o leste do país.
Com a inauguração da Barragem Hidroeléctrica do Cunje, para servir os municípios de Camacupa e Catabola, o general João Lourenço assegurou que haverá mais oferta de energia e água para permitir o desenvolvimento do Pólo de Desenvolvimento Industrial do Cunje e da Plataforma Logística do Cunhinga.
A produção em grande escala de trigo e arroz, no município do Chinguar, deixou o general Presidente da Reino satisfeito, sobretudo pelo envolvimento das comunidades neste tipo de produção, que contribui para o combate à fome e à pobreza e que, a longo prazo, poderá tingir os valores da produção que os portugueses alcançaram em 1974.
Em Agosto, a capital da província do Cunene, Ondjiva, foi o local escolhido para a primeira reunião anual do Conselho de Governação Local, orientada pelo perito dos peritos e pós doutorando em demagogia, general João Lourenço.
O encontro, que juntou governadores e ministros, ou seja a mais alta intelectualidade do MPLA, avaliou o estado de implementação dos projectos de desenvolvimento do país, de 2023 até ao primeiro semestre de 2024.
O relatório, apresentado na reunião, indicou que o país contava com 3.308 unidades sanitárias em funcionamento, entre postos e centros de saúde, hospitais e centros materno-infantis, 85 concluídas e 116 em construção. Ficava assim garantido que só morreriam os angolanos que estivessem… vivos.
O sector da indústria criou 10.047 novos postos de trabalho, enquanto o do comércio gerou 80.856 empregos. Ainda alguém se recorda dos 500 mil empregos prometidos na primeira legislatura do general João Lourenço.
No sector da energia, foram realizadas 46.646 novas ligações domiciliares, que beneficiaram mais de dois milhões de pessoas, ao passo que 500.375 novas ligações permitiram o acesso à água potável a mais de cinco milhões de cidadãos.
Os governadores e ministros também abordaram temas ligados à aceleração da agricultura familiar, reforço da segurança alimentar, reforma do Estado, segurança pública, turismo e construção de estradas, com objectivo de promover o desenvolvimento sustentável e melhorar a vida das populações.
No mesmo mês, o general João Lourenço visitou a província do Zaire e o tema crítico foi o contrabando de combustíveis e de produtos da cesta básica para a República Democrática do Congo, uma prática que tem afectado a economia local e exige medidas urgentes para o seu combate.
Poucos dias depois, o Presidente criou uma comissão multissectorial para travar esse tipo de crime, comandada pelo Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, o general Francisco Furtado.
Outro resultado da reunião com o Governo do Zaire foi o anúncio da construção de um novo estádio de futebol (vital num país com 20 milhões de pobres) em Mbanza Congo, com capacidade para até 10 mil espectadores, cujas verbas deverão ser incluídas no Orçamento Geral de Estado (OGE) deste ano que agora começa.
Além disso, ficou decidido que a província ganhará um pavilhão multiuso a ser construído na cidade do Soyo, com recursos igualmente previstos no OGE de 2025.
No Cuanza Sul, em Outubro, o general João Lourenço indicou como uma das prioridades a elaboração e construção do projecto de controlo das cheias na cidade do Sumbe, com acções de drenagem, depois da conclusão do projecto de infra-estruturas integradas.
Em função dos recorrentes casos de vandalismo em escolas, o Governo local deverá implementar acções para o combate deste mal e preservação do património escolar, assim como garantir a inclusão de pessoas com deficiência visual, com a disponibilização de máquinas e papel para escrita e braille.
No sector da saúde, foi recomendada a adaptação do Centro Médico de Quibaúla para funcionar como Hospital Pediátrico da província.
O edifício do Centro de Acolhimento de Menores também deve ser adaptado para acolher o Instituto Superior Politécnico do Cuanza Sul, assim como poderá ser recuperado o património histórico-cultural, como as Fortalezas da Quibala, Quicombo e Libolo.
Ainda no Cuanza Sul, o Governo local foi orientado a preparar uma estratégia de concessão dos aeródromos da Quibala e da Cela para investidores privados, e reverter para o Estado as terras aráveis não aproveitadas pelos donos, a fim de dinamizar a construção de infra-estruturas essenciais para a população, como serviços de identificação e registo civil.
Por fim, em Novembro, o general João Lourenço visitou a cidade de Ndalatando, província do Cuanza-Norte, e recomendou o apetrechamento urgente do Hospital Municipal de Cambambe, para garantir o atendimento adequado à população, e a conclusão do Instituto Superior Politécnico de Ndalatando, por ser estratégico para a capacitação de jovens da província.
O governo local foi também orientado a priorizar a reabilitação dos troços rodoviários Catete-Maria Teresa e Zenza de Itombe-Cachilo-Ndalatando, bem como a construção de uma portagem e um posto de pesagem no Zenza de Itombe, para assegurar o controlo eficaz da circulação entre as regiões norte, leste e centro do país.
As unidades fabris e fazendas em situação de abandono ou subutilização na província do Cuanza-Norte vão ser revertidas para o Estado, tal como vai acontecer no Cuanza Sul, para a reintegração destas infra-estruturas no tecido produtivo da região.
Em síntese, o general presidente acredita que só quando o MPLA completar um século de governação ininterrupta (já só faltam 50 anos) Angola será um Estado de Direito, democrático e que conseguirá – ao menos – alimentar o seu Povo.