FILDA SERÁ ESPELHO DA PUJANÇA ECONÓMICA

A 40ª Feira Internacional de Angola realiza-se de 22 a 27 de Julho próximo, na Zona Económica Especial (ZEE), com presença já confirmada de 16 países, incluindo Portugal, um parceiro tradicional que estará presente com um pavilhão. Hoje também se ficou a saber que Angola está entre os cinco países africanos que mais fazem trocas comerciais com o resto do mundo, numa lista liderada pela África do Sul.

O evento foi apresentado hoje em conferencia de imprensa, onde o ministro da Indústria e Comércio de Angola, Rui Miguêns, referiu que face à nova divisão político administrativa a feira passou a estar geograficamente na província de Icolo e Bengo, passando a chamar-se Feira Internacional de Angola.

Contudo, pela simbologia que o nome representa, a denominação Filda [resultante da anterior designação de Feira Internacional de Luanda] vai também manter-se, sublinhou o ministro.

“Para já iremos manter a denominação Filda, porque ela representa um histórico e depois com alguma tranquilidade encontraremos, se necessário uma denominação distinta”, vincou.

Por sua vez, o presidente do conselho de administração do grupo Arena, Bruno Albernaz, referiu que esta edição tem como lema “50 Anos Consolidando a Independência Económica e a Integração de Angola no Mundo”.

Sobre a participação de Portugal, Bruno Albernaz disse que até ao presente momento estão confirmadas 24 empresas portuguesas, que vão expor os seus negócios num pavilhão próprio de 300 metros quadrados.

“Portugal é um parceiro tradicional da Filda, volta a estar este ano também com um pavilhão, volta a ser um dos pavilhões com maior participação internacional, volta a confirmar aquilo que tem vindo a ser um parceiro tradicional com muitas empresas, não só no pavilhão de Portugal, que é organizado pela AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal], mas também por empresas que vêm de forma isolada”, indicou.

Bruno Albernaz disse que confirmaram já as suas participações de cerca de 1.182 empresas, das quais 93% angolanas, prevendo-se superar as 1.700 participações da edição passada.

Brasil, Portugal, Indonésia, Bielorrússia, Turquia, República Democrática do Congo, França, Namíbia, Itália, Moçambique, Ilhas Virgens Britânicas, Zâmbia, Alemanha, África do Sul, Coreia do Sul e Polónia são os países já confirmados, tendo manifestado interesse de participar também os Estados Unidos da América, Canadá, Arábia Saudita, Espanha e uma empresa sueca.

“Anteriormente a Filda era o inverso, havia muito maior participação internacional do que nacional e este ano a confirmação cada vez mais efectiva de um maior número de empresas angolanas, ou seja, cada vez mais indústria do feito em Angola, cada vez mais indústria de transformação, cada vez mais empresas de serviços angolanas e de agricultura”, realçou Bruno Albernaz.

Na 40ª edição da Feira Internacional de Angola destaca-se o crescimento da participação de empresas dos sectores do agronegócio, da agricultura, agro-pecuária e pescas, da indústria transformadora e extractiva, indicadores que estão a aumentar face ao ano interior.

Para este ano, vai ser novidade o salão da cultura angolana, onde se prevê a exposição de pinturas, artesanato, momentos de poesia, literatura, no âmbito dos 50 anos de independência, que Angola comemora no dia 11 de Novembro deste ano, bem como um pavilhão unicamente dedicado ao sector automóvel.

Rui Miguêns sublinhou que o facto de reunir todos anos um número significativo de empresas, de países presentes, é uma mostra de que “não há perda de interesse na feira, que os empresários, a começar pelos angolanos, mas também os estrangeiros, vêem na feira um veículo importante para se divulgarem os seus negócios, para fazer e concretizar negócios”.

Angola entre os cinco países africanos com mais trocas comerciais

Angola está entre os cinco países africanos que mais fazem trocas comerciais com o resto do mundo, numa lista liderada pela África do Sul, de acordo com um relatório divulgado hoje pelo Afreximbank.

“As cinco maiores economias africanas, nomeadamente a Argélia, Angola, Egipto, Nigéria e África do Sul, contribuíram significativamente para o aumento das exportações da região, representando mais de 56,6% do total das exportações do continente em 2024”, lê-se no relatório do Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank), divulgado em Abuja, à margem dos Encontros Anuais desta entidade.

No relatório, o Afreximbank diz também que “o crescimento excepcional das exportações dos principais países produtores de petróleo, nomeadamente Angola (130,3%) e Nigéria (113%), foi um dos principais motores do impressionante desempenho das exportações do continente” no ano passado.

Estas aumentaram 21% para 758 mil milhões de dólares, cerca de 646 mil milhões de euros, segundo os dados deste relatório.

As trocas comerciais entre países africanos, depois de terem caído quase 6% em 2023, aumentaram 12,4% no ano passado, para 220 mil milhões de dólares (quase 188 mil milhões de euros), e cresceram também com o resto do mundo, após uma contracção no ano anterior, segundo o relatório do Afreximbank divulgado hoje.

A África do Sul, a economia mais industrializada da África subsaariana, “manteve a sua posição como principal nação comercial intra-africana” no ano passado, ano em que registou trocas comerciais no valor de 42,1 mil milhões de dólares (35,8 mil milhões de euros), mais 7,5% que em 2023, impulsionadas essencialmente “pelos fortes laços dentro da União Aduaneira da África Austral e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral”.

O Afreximbank defende que “o comércio intra-africano demonstrou uma resiliência notável, apoiado pela recuperação de grandes economias como África do Sul, Nigéria e Marrocos”.

As trocas dos países africanos com o resto do mundo aumentaram 13,9% em 2024, para 1,5 biliões de dólares (cerca de 1,2 biliões de euros), depois de uma contracção de 5,4% em 2023.

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