UNITA CONSAGRA MEMÓRIA DE RAUL DANDA

O Grupo Parlamentar da UNITA consagra o dia 8 de Maio como o Dia do Deputado da UNITA, em homenagem a Raul Danda, um dos mais notáveis deputados à Assembleia Nacional, falecido a 8 de Maio de 2021.

Por Elias Muhongo

As suas intervenções, a sua dedicação, o seu patriotismo, humanismo, inteligência, perspicácia e humor político marcaram e influenciaram o modo de ser e de estar de muitos deputados e dos cidadãos que o ouvissem falar quer em português quer em Ibinda, a sua língua materna.

Segundo a deputada e Vice-Presidente do Grupo Parlamentar da UNITA, Navita Ngolo, na Conferência de Imprensa realizada hoje na sua sede, “o Deputado Raul Danda soube representar condignamente o Grupo Parlamentar da UNITA e desempenhar cabalmente o seu papel de representante e defensor dos interesses mais legítimos do povo angolano”.

Acrescentando que, “queremos com esta comemoração, celebrar a vida, a obra, o legado, o exemplo, a contribuição patriótica e os valores perenes deste expoente deputado e Ilustre filho de Angola e de todos os deputados que estiveram e estão ao serviço do Grupo Parlamentar da UNITA, desde a Primeira Legislatura (1992) à presente (Quinta Legislatura), estejam eles vivos ou a título póstumo”.

Na altura do seu falecimento, o presidente da Assembleia Nacional considerou o deputado Raul Danda “um político comprometido com o país”. Numa nota de condolências, Fernando da Piedade Dias dos Santos sublinhou que Raul Danda sempre foi interventivo nos debates e desempenhou as funções com brio.

O secretário-geral da UNITA, Álvaro Daniel, disse que a morte de Raul Danda não era apenas uma perda para o partido e para Assembleia Nacional, mas para o país. “Conhecemos o Dr. Raul, as suas valências políticas e técnicas e, portanto, é o país que perde um dos melhores filhos”, afirmou.

Na altura, o Grupo Parlamentar da UNITA considerou que Raul Danda foi um “quadro exemplar, patriota destemido, poliglota, homem de letras, cultura e arte, mobilizador e defensor acérrimo dos menos equipados e da identidade angolana e africana, tendo servido com brio e dedicação as tarefas incumbidas”.

Num comunicado, a bancada da UNITA referiu, ainda, que o deputado inspirou várias gerações no partido e na sociedade, pela sua dedicação às causas em que acreditou, pelas suas contundentes e bem fundadas intervenções nos debates parlamentares e demais espaços públicos, sempre acompanhadas de um ditado em ibinda, sua língua materna.

“De trato fácil e disposto a servir, colocou-se sempre à disposição para qualquer solicitação do Grupo Parlamentar, para o cumprimento de tarefas de programação, no contacto com os cidadãos e no apoio moral e material aos que dele precisassem”, lembrou o Grupo Parlamentar, para quem a morte de Raul Danda “retira do nosso seio um valioso e distinto servidor de Angola”.

Álvaro Daniel caracterizou Raul Danda como “um companheiro” que se bateu sempre pela paz, pelo bem-estar das pessoas, democracia, desenvolvimento do país e inclusão dos angolanos, concluindo que a sua morte “é uma grande perda, porque perdemos um advogado do povo e da sociedade em si”. Ainda na óptica do secretário-geral da UNITA, no Parlamento perdeu-se “um grande combatente com ideias firmes e próprias”. “Os seus discursos eram sempre de conteúdo e propriedade. Os jornalistas perdem um grande colega e fazedor de opinião”, frisou.

Para o deputado Manuel “Nelito” Ekuikui, da UNITA, a morte de Raul Danda represento, para o país, uma “perda irreparável”. O também (então) secretário provincial de Luanda disse que, nos debates políticos, o deputado sempre primou pela diferença de opiniões.

“O país perdeu um grande quadro e um filho que soube estar a altura dos desafios que eram colocados à sua frente”, considerou Nelito Ekuikui, para quem “o jornalismo perdeu uma grande voz e o Parlamento um dos seus melhores deputados, que sabia debater na base do respeito e da diferença”.

Numa nota de condolências, o Colégio Presidencial da CASA-CE lamentou a morte de Raul Danda que considerou ter sido “um deputado destemido na defesa dos mais nobres ideias do povo, político de refinada inteligência e urbanidade, compatriota abnegado e de uma empatia e simpatia assinaláveis”.

A CASA-CE considerou, também, a morte de Raul Danda como “duro golpe à democracia, pluralidade de ideias e liberdade de expressão”, cuja partida deixa um enorme vazio no processo de construção do Estado Democrático em curso em Angola.

Por sua vez, o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social considerou que a morte de Raul Danda que, na década de 1990, exerceu as funções de jornalista da RNA, “uma grande perda no cenário político angolano”, ao qual deu “valiosa contribuição para a constituição e consolidação do Estado Democrático e de Direito”.

Raul Manuel Danda era natural de Cabinda, onde nasceu a 13 de Novembro de 1957. Licenciado em Gestão de Empresas e Ciências Económicas pela Universidade Lusíada de Angola. Até à data da morte exerceria o cargo de presidente da 10ª Comissão da Assembleia Nacional, especializada em assuntos dos Direitos Humanos, Petições e Sugestões dos Cidadãos.

Antes disso, foi jornalista na Rádio Nacional de Angola, actor de televisão e de cinema. A nível partidário, foi presidente do Grupo Parlamentar e vice-presidente da UNITA. No último congresso, em Novembro de 2019, foi um dos candidatos à liderança do partido, eleição da qual foi vencedor Adalberto da Costa Júnior.

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