“COLONIALISMO ECONÓMICO, FORA DE CABINDA”

«A Direcção Politica da Frente de Libertação do Estado de Cabinda e as Forças Armadas Cabindesas, FLEC-FAC, deploram veementemente a homilia de Sua Santidade, Papa Francisco, proferida durante o encontro ecuménico no estádio de Mártires em Kinshasa, na recente visita episcopal à RDC, pedindo a saída do colonialismo economico, da RDC e de África.

1- O ciclo do colonialismo Politico em África lusófona, terminou em 1975, com as independências em 5, das 6 Colónias Ultramarinas Portuguesas de África.

2- A Colônia Ultramarina de Cabinda, na África Central, por causa das suas especificidades económicas, as autoridades portuguesas ligadas ao Processo de Descolonização, arquitectaram o satânico projecto, do MPLA ocupá-la militarmente no dia 2.11.1974, como forma de instalar-se no poder em Luanda. Foi um erro político fatal, não terem negociado com os Cabindas que, até teriam cooperado, para facilitarem à situação, tendo em conta a coabitação durante a guerrilha, contra a tropa portuguesa, um gesto que a ambição económica, diluiu das memórias ingratas, algumas ainda vivas, no partido erguido sob alicerce de areia e, agora já não suporta as enxurradas.

3- Na verdade, como dizia Emmanuel Kant “só consentindo sacrifícios é que o homem se torna livre”, o povo de Cabinda, ciente de que o futuro pertence aos que resistam, assumindo riscos, combate de armas na mão, há 49 anos, contra o “Colonialismo Econômico do MPLA, com Angola e Portugal, como seus caudalinos do conforto, da eleita sucursal, a “colmeia” de corrupção das suas elites.

É digno, recordar-se que Cabinda, foi ocupada um ano antes da independência de Angola e, só depois do 11.11.1975, transformada em Província, é que Angola marca a presença na história, levada pelo MPLA. E, se assim não fosse?

4- A FLEC-FAC, louva e julga assertiva, a homilia do Santo Padre, esperando que tenha sido audida pela Comunidade Internacional na sua generalidade e, de forma particular por Portugal e Angola, os “laboratórios” da satânica ocupação do MPLA à Cabinda, contra todas as normas do Direito Internacional.

5- A África deve sentir-se plenamente livre do “colonialismo econômico” que o assola. Não obstante a endémica ocupação económica, Cabinda e Sahara Ocidental, encontram-se ainda afectos às Constituições Coloniais europeias da Península Ibérica, sob o silêncio, cumplicidade ou passividade da ONU e UE, organizações onde perfilam portugueses na liderança, fiéis conhecedores da realidade.

6- No dia 1 de Fevereiro de 2023, o Protectorado de Cabinda, completou 138 anos; a Colônia Ultramarina, completa 90 anos.

Os símbolos do poder portugueses, o hino, o escudo e a bandeira, encontram-se em Cabinda, aguardando que o Parlamento Português, se recorde em resgatá-los com dignidade e honra devidas.

7- No dia 2 de Novembro de 2022, a ocupação militar, ilegal e irresponsável do MPLA à Cabinda, completou 48 anos; a “colonização económica, política e administrativa” 47 anos.

8- A Direcção Politica da FLEC-FAC, analisando o percurso dos acontecimentos, conclui que, ” a nossa razão é tão forte, quanto não vaticinamos que força possa vencê-la”. Logo, sobre Cabinda, não há vencedor antecipado do conflito e, se o haver, serão os povos de Cabinda e Angola, que no pós conflito, empenhar-se-ão, ao desenvolvimento em paz plena, sem guerra.

8- Lamentavelmente, notamos com muita tristeza que, todas as iniciativas do regime do MPLA para alternar o status quo de Cabinda, resultam em nada, mesmo empregando dinheiro do petróleo local.

Só um referendo, pode ser a decisão comum e unânime, para desafiarmos com clareza, o demonstrado nas últimas eleições que, num país democrático, a decisão, seria diferente e, pôr-se-ia o ponto final, na “Colonização política e económica de Cabinda” onde Portugal e MPLA/Angola, são os únicos protagonistas.

9- Não pedimos tanto, nem nos aconselham pedir menos. O referendo para a autodeterminação de Cabinda, é o nosso objectivo.»

Nota: Comunicado da Direcção Política da FLEC-FAC assinado pelo seu presidente, Emmanuel Nzita.

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