UNITEL RECONHECE FALHAS MAS NÃO SABE A ORIGEM

A Unitel, principal operadora de telecomunicações angolana, admitiu hoje que uma “actuação maliciosa” estará na origem das “perturbações” na sua rede, registadas seis vezes em menos de um mês, assumindo não ter ainda horizonte para resolução imediata.

“Perturbações” na rede da operadora angolana, sobretudo nos serviços de voz e SMS, têm-se verificado desde 17 de Fevereiro passado, “incidente” ocorrido igualmente nos dias 26 e 27 de Fevereiro, 5, 10 e hoje, 11 de Março, como reconheceu a empresa.

“Neste momento, os grandes fornecedores da Unitel na rede 3G, nomeadamente o principal fornecedor europeu de infra-estrutura e um fornecedor americano, estão a dar suporte para que seja encontrada a origem e corrigir o problema”, disse hoje, em conferência de imprensa, o director geral da operadora, Miguel Geraldes.

O responsável, que falava em Luanda, sobre a sequência de “perturbações” que vêm afectando os seus serviços, admitiu a existência de uma “actuação maliciosa” na sua rede.

“Apesar de improvável, uma vez que a Unitel tem uma rede suficientemente segura, não está por agora descartada a possibilidade de existir actuação maliciosa”, salientou.

“Tem-se a percepção de que a Unitel teve um ataque, mas não temos conhecimento que tenhamos tido um ‘hacker’ ou um ataque”, assegurou.

Pelo menos três “perturbações” na rede da operadora foram registadas neste mês de Março, nomeadamente nos dias 5, 10 e hoje, nas primeiras horas do dia, como recordou Miguel Geraldes, lamentando a situação.

Segundo o director geral da Unitel, vários ‘softwares’ já foram instaladas, na sequência das “anomalias” registadas, sobretudo na rede 3G, mas apesar dos esforços empreendidos até ao momento a operadora não detectou a causa do problema.

“Os nossos fornecedores estão engajados com a nossa equipa, estão em trabalho corrente em 24 horas por dia, mas infelizmente até à data ainda não conseguimos verificar a origem, porque o que está a acontecer na rede são impactos erráticos e não conseguimos ainda detectar a origem desse impacto”, frisou.

Alguns técnicos estrangeiros, afectos aos fornecedores da operadora angolana, estão a caminho de Angola para aferir a origem e a resolução do problema que a Unitel enfrenta nos últimos dias.

“Não obstante, não posso dizer neste momento o espaço de tempo que vamos atingir este objectivo. Esperemos que seja o mínimo possível, mas, eu diria que muito provavelmente durante a próxima semana”, apontou.

“Isto quer dizer que durante o fim-de-semana e na próxima semana possam haver interrupções no serviço de voz e SMS, mas no serviço de dados não há problemas porque se processa de forma bastante fluida”, realçou.

Miguel Geraldes reiterou que uma “actuação maliciosa” poderá estar por trás das atuais “anomalias” que a operadora regista, argumentando que a mesma “até pode não ter sido feita de forma intencional”.

“Pode ter sido feita uma configuração errática na rede e nós ainda não conseguimos encontrar essa situação”, disse.

A Unitel, que tem uma equipa em alerta máximo desde 17 de Fevereiro passado, assegura que já operacionalizou a compensação de mais de 719 clientes afectados pelas referidas perturbações.

O director geral da operadora angolana de telecomunicações deu conta ainda que nos últimos dois anos a empresa fez investimentos de cerca de 150 biliões de kwanzas (cerca de 290 milhões de euros).

Lusa

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