RUAS PODERÃO SER O MAIOR PARTIDO DE CONTESTAÇÃO SOCIAL

A rua está aí! Aqui! Ali! Pronta para fervilhar! O Executivo prepara armas de todos os calibres, contra a alternância. Será a luta entre o sair e o ficar, continuando. Entre o bem e o mal. Entre o voto do BASTA e o voto da BATOTA. A teimosia e o instinto batoteiro, já calcorreia, antes mesmo da convocação das eleições gerais. Satânico!

Por William Tonet

A oposição bajuladora, como das outras vezes, vai acantonar-se no politicamente correcto, enquanto a UNITA cimenta a rejeição de um regresso às matas, para desgastar as instituições. Sobra a juventude descrente, cansada e convertida, por força das prisões arbitrárias, do desemprego, assassinatos, fome e miséria, para se assumir como a verdadeira oposição, capaz de liderar o grande exército das ruas, em prol da defesa das liberdade e democracia.

A maior mobilização dos movimentos de rua, por várias cidades, províncias, está marcada para depois de publicado o resultado eleitoral de Agosto de 2022, no país, seja positivo ou negativo, o sentido para a alternância.

Será a confirmação da vitalidade do voto popular, contra a fome, o elevado preço das vacinas infantis, a malária, paludismo, dengue, tuberculose, desemprego, miséria, injustiças, prisões arbitrárias e, fundamentalmente, contra as políticas fascistas da extrema-direita.

Os cidadãos, maioritariamente jovens, que ingenuamente acreditam numa alternância de rumo político, através da deposição do voto nas urnas, querem dar um BASTA, ao futuro indefinido.

O anseio de ver elaborado um projecto país, com os povos no centro do orçamento, visando a proclamação da independência imaterial, alimentam a vontade de não mais continuarem a ser agentes passivos e cúmplices da “procissão 46”, que desde 1975, discrimina e assassina o sonho de milhões.

Negando a opção de revolução armada, a juventude engendra uma revolução social de penas, inspiradas em vozes de indignação, através das longas avenidas comunicacionais, antes desenhadas por Luther King e Mahatan Gandi.

Os cidadãos sabem estar entre a perpetuação dos malefícios da INDRA/CNE e os ganhos da libertação das grilhetas opressoras.

A opção pelos actos de rua é por estes evidenciarem o anseio dos povos por governantes comprometidos com os ideais populares de defesa da soberania, política, partidária, económica e social.

Um governo verdadeiramente eleito das entranhas da cidadania livre, capaz de dialogar e aceitar as propostas de equidade, molas de uma governação com os cidadãos de diferentes matizes mentais.

E o eleito, distante da macumba (feitiço) da fraude e batota eleitoral é, primeiro, o partido da ALTERNÂNCIA! Uns a corporizam na Frente Patriótica Unida, outros na tripla Adalberto/Chivukuvuku/Filomeno, não que tenham a varinha mágica, mas por portarem uma imagem de anti-fascismo e anti-terrorismo de Estado, capazes de, num mandato, reverterem a história do colonialismo opressor.

A maioria sonha por um Poder Constituinte puro “construído” pela verdadeira soberania popular, com a eleição da primeira Assembleia Constituinte, cujo objecto será o de colocar os cidadãos no centro do debate orçamental.

Mas, pese a euforia, a cidadania forjada pelo aumento da literacia, aconselha cautela, na ida às ruas das cidades, ao invés das matas, para que os genocídios não “morram solteiros”, na justificativa dos algozes, da opção armada, ser condenável constitucionalmente e pelos demais instrumentos jurídicos do direito internacional.

Por esta razão a prudência aconselha que a vontade de mudança não seja ofuscada pela imprudência de qualquer meio de luta, justificar os fins, como tem sido a lógica dos algozes, para se perpetuarem no poder.

Eles (extrema-direita, entregacionistas das riquezas nacionais) podem, em acções emotivas dos cidadãos, hastear a bandeira de representantes (mesmo ilicitamente) do Estado de direito, para assassinar, cometendo mais um genocídio.

Por isso, ir às urnas de voto, votar, conscientemente, pela mudança é um imperativo de libertação das algemas da injustiça e da opressão.

É preciso a partir de hoje; futuro, expandir, por todas avenidas e lavras mentais, o plantio da semente da liberdade, fortalecendo o amplo movimento plural democrático angolano, capaz de respeitar e unir todas as forças de esquerda e da cidadania social, contra a lógica da extrema-direita neocolonial e corrupta.

Os que negarem as ruas, mas não abraçarem a lógica da extrema-direita, podem inundar as avenidas das redes sociais, organizando grandes manifestações de protestos, nas redes virtuais, em nome da revolução das ideias.

Mais do que antes é preciso resistir à lógica do covarde silêncio, abandonar a comodidade dos armários, dando corpo ao manifesto da liberdade, não pensando, unicamente, no umbigo, para não se continuar a “legitimar” o projecto hediondo de um executivo que aprisiona, tortura e assassina milhões de autóctones, em nome exclusivo de um ego sarcástico.

Condenar a INDRA, a CNE, a batota e fraude eleitoral não é bastante para salvar a democracia incipiente.

É preciso lutar, hoje, amanhã e sempre de forma pacífica para que as vozes, as nossas vozes, sejam ouvidas lá onde as “portagens da liberdade”, sejam capazes de aplicar sanções aos opressores e ditadores, que usam os votos, para justificar o fim do fascismo.

É preciso recusar as urnas, previamente, programadas por um país da União Europeia: Espanha, que condena a invasão à Ucrânia, mas não faz o mesmo, com a batota em Angola-África. Segue-se-lhe Israel, que na mesma senda, acolhe dinheiro de sangue dos oprimidos, instalando redes informáticas, para a manutenção da ditadura fascista.

Os israelitas ficariam agradados se uma empresa comprometida com o nazismo, fizesse as eleições, em Israel?

Diante deste quadro sombrio, compensa não reclamar nas ruas, antes de Agosto de 2022, se não franquearem as nossas fronteiras, observadores pró-democracia de África, América Latina, Ásia, União Europeia e Estados Unidos?

Se não, então lutemos, hoje e sempre, porque o amanhã já começou e a batota não tem vergonha e, já navega, com lemes da utilização indevida dos milhões do erário público, para se perpetuar no poder com apoio dos funcionários radicais e neofascistas do Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial.

Os cidadãos devem indignar-se agora, denunciar interna e externamente, os dois golpes de Estado, em vigor, dados com a alteração parcial da Constituição e a Lei Eleitoral, para beneficiar um autor e uma força política. É preciso a união popular para derrotar os golpistas e os seus aliados internos e externos, indiferentes ao genocídio dos povos angolanos. Kafunfu/Lunda Norte, Monte Sumi/Huambo, foram ontem e apenas obtiveram da comunidade internacional, o voto do cinismo…

Os angolanos precisam de sorrir e sonhar por um país plural, seja qual vier a ser a sua configuração final, no futuro: unitário ou federal, onde os seus filhos possam eleger a melhor forma de governo e configuração dos limites geográficos, diferentes da Conferência de Berlim.

Mas, a queda do executivo da extrema-direita do MPLA, não pode esmorecer a mobilização, contra os novos entes, até não serem implantados os grandes projectos de reforma constitucional de MUDANÇA!

Não precisamos de ter medo de exigir, nas ruas, que são de todos nós, a libertação dos nossos direitos e sonhos. Exigir, como objectivo primário e fundamental do Estado, a auto-suficiência em tudo, construindo e elegendo, também, um novo direito, baseado nas normas jurídicas consuetudinárias, distante da visão exclusivista e dependente, do direito positivo, grego-germano-romano é um imperativo.

Um novo direito capaz de respeitar o valor das nossas culturas, tradições, línguas, usucapião e direito à terra, educação para todos e saúde primária obrigatória, em cada sanzala.

A indignação geral, baseada na força das vozes e argumentos libertários são o verdadeiro antídoto para derrotar a extrema-direita e o fascismo.

Por isso, para vencer a LIBERDADE é preciso a união dos verdadeiros democratas, colocando-se no papel, as normas jurídicas de uma Constituição Livre, assente na soberania popular, inclusiva e participativa, onde o pobre, os pobres e as diferentes línguas maternas, estejam, sempre no centro do orçamento, para resolução dos ingentes problemas das angolanas e angolanos.

Não tenhamos ilusão de esperar os deputados, que não atrelam o conceito povo, como elemento basilar, da sua acção, pois tantas vezes se distanciam de quem os elegeu, em nome das mordomias.

Se não formos nós; intelectuais revolucionários e democráticos, povos oprimidos de todas as latitudes, a libertação nunca chegará e o fascismo da extrema-direita, uma vez mais, triunfará.

Não é nas matas, que a revolução triunfará, desta vez, porque as ruas também são nossas e é nelas que vamos reconquistar a independência material e proclamar a independência imaterial, para nos libertarmos, verdadeiramente, das grilhetas dos substitutos do colonialismo fascistas.

Uma Angola nova está a nascer e não pode falhar, pois nela não existirá o livre arbítrio para os ditadores, fascistas e entregacionistas das riquezas angolanas.

Na nova Angola não haverá injustiças, alimentadas pela impunidade fascista, nem genocídios sem responsabilidade criminal dos agentes. Na nova Angola, no primeiro ano, será construída a pátria, com um hino, bandeira e símbolos, escrutinados por todos, em referendo ou eleição.

Lançaremos as sementes para a construção da nação, com a constitucionalização das línguas maternas, as tradições, a culinária e o direito consuetudinário. Seremos uma nação forte, constituída no respeito dos vários povos, onde a equidade será a norma relevante, capaz de catapultar a educação e o professor, no pedestal maior, para o desenvolvimento da libertação imaterial.

Lutemos hoje e sempre, pela verdadeira LIBERTAÇÃO E DEMOCRACIA, se não quisermos, sucumbir nas garras do fascismo de extrema-direita, que na caça do voto, baixa os preços da cesta básica, por três meses, para aprisionar os eleitores, pelo estômago, até Agosto. Isso chama-se corrupção eleitoral.

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