PROTECCIONISMO E EXCESSIVA IMPUNIDADE

No dia 3 de Fevereiro de 2022, foi publicada no Folha 8 (formato digital) uma Denúncia sobre a Gestão da Universidade 11 de Novembro, assinada por mim. No dia 5 do mesmo mês e ano, foi publicado o conteúdo da mesma denúncia na edição semanal impressa do referido jornal.

Por Jorge Manuel Simba (*)

A prova de que o denunciante só falou verdade, é publicação no Cabinda Buala Buitu, duma denúncia intitulada “RECÉM-LICENCIADOS DA UNIVERSIDADE 11 DE NOVEMBRO DIZEM-SE BURLADOS PELA REITORIA”. O próprio Reitor fez questão de me encaminhar a referida denúncia.

Entretanto, antes de me enviar a referida denúncia, que é verdadeira, enviou-me uma mensagem com o seguinte teor: “Que Deus te abençoe, Jorge apesar de tudo o que fazes e como fazer”. Fiz uma mera transcrição. Para mim é uma mensagem ameaçadora. O ideal seria o Reitor explicar publicamente o conteúdo da sua mensagem.

Espero que denunciar vícios que ocorrem numa Instituição Pública não deveria ser considerado de crime, e seria uma atitude e prática encorajadora para o combate pragmático dos males no nosso país.

Já passaram mais de 7 dias desde que a denúncia se tornou pública, e há uma grande inacção dos órgãos, tanto os do MESCTI como os que intervêm na administração da justiça no país, quer residentes em Luanda, quer estabelecidos em Cabinda. Este silêncio pode pôr em causa ou desacreditar a verdadeira justiça aplicável em Angola.

Pessoalmente, deduzo tratar-se de um autêntico proteccionismo e de uma prova de impunidade. Pois, vejamos: quando um taxista fez uma denúncia contra um agente regulador de trânsito (filho de pobre e desprotegido) porque cobrou ou pediu dinheiro, a IGAE apareceu de imediato para actuar, mas para a Reitoria da UON, que prejudica financeiramente os jovens recém-licenciados e compromete o Serviço Público e o próprio combate contra a corrupção e a impunidade, as autoridades de justiça nada fazem.

A justiça que demora é uma verdadeira injustiça. Quem atrasa com a justiça, contribui para a injustiça.

A gestão financeira nesta Universidade é extremamente danosa. Localmente e em sede de processo de averiguação, disciplinar ou penal, poder-se-á explicar melhor.

Espero que o MESCTI acompanhe de forma muito especial a gestão financeira da Universidade 11 de Novembro, no âmbito das atribuições do Governo.

No dia 23 de Junho de 2021, aquando da visita ministerial, muitos docentes e não docentes queriam falar sobre a gestão da Universidade. Infelizmente não lhes foi dada esta oportunidade.

(*) Director do Gabinete Jurídico da Universidade 11 de Novembro, Cabinda

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