O Presidente angolano, general João Lourenço, em consonância total com o Presidente do MPLA (general João Lourenço) e com o Titular do Poder Executivo (general João Lourenço) antecipou que 2023 será marcado por “grandes desafios”, que exigirão “mais trabalho e unidade de acção”, mas mostrou-se confiante que será possível “ultrapassar sem grandes sobressaltos” o actual “momento difícil”. Não descobriu a pólvora mas, é claro, está prestes a descobrir o caminho marítimo para o… Huambo.
Na sua mensagem ao país (que o Folha 8 aqui transcreve “ipsis verbis” para gáudio dos seus assessores de comunicação) por ocasião do final do ano, o general João Lourenço salientou que o mundo vive um momento de incertezas sem precedentes na história dos últimos 70 anos, pelo que, 2023 afigura-se como “um ano de grandes desafios” também para Angola.
“A situação exigirá de cada um de nós mais dedicação ao trabalho, mais unidade de acção para contrariarmos a tendência negativa da economia mundial. Temos fé que com trabalho, realismo e optimismo, seremos capazes de ultrapassar sem grandes sobressaltos o momento difícil que o mundo vive”, assinalou. Claro que o MPLA é capaz de tudo e mais alguma coisa, seja a plantar couves com a raiz para cima ou ensinar os angolanos a viver sem… comer.
O chefe de Estado, reeleito pelas suas sucursais Comissão Nacional Eleitoral e Tribunal Constitucional (não pelos angolanos) para um segundo mandato em Agosto, realçou que o país optou “democraticamente pela continuidade de um projecto de Nação que tem vindo a merecer a confiança da maioria dos angolanos e da comunidade internacional”.
“Acredito que, juntos, podemos continuar a consolidar o Estado democrático de Direito e edificar uma sociedade inclusiva, de livre expressão, com direitos e oportunidades iguais de justiça e solidariedade social”, disse, comprometendo-se (e todos, nomeadamente os 20 milhões de pobres, sabem o que isso significa há 47 anos) a continuar a trabalhar “com todo o empenho e determinação” na criação das condições para garantir um desenvolvimento harmonioso no país, através de políticas eficazes e de obras estruturantes para captar o interesse dos investidores nacionais e estrangeiros, na diversificação da economia, na criação de emprego, aproveitando as enormes potencialidades que o país oferece”, referiu.
O general João Lourenço reafirmou a intenção de investir “cada vez mais” na educação e saúde, “porque só um povo educado e saudável pode competir e superar, com êxito, os enormes desafios que o mundo impõe a todos os níveis”. Talvez por isso, 47 anos depois da independência, muitas das escolas do país real nem carteiras têm.
“Nesta quadra festiva, renovamos as esperanças de uma vida melhor e priorizamos a nossa atenção para os mais vulneráveis da nossa sociedade, as crianças, os idosos, os doentes e os mais pobres” sublinhou João Lourenço.
“É para elas e para eles que dirijo, em primeiro lugar, os meus votos de que possam encontrar a solidariedade dos seus próximos e da sociedade em geral. Queremos igualmente expressar o nosso apreço a todos os que põem os seus deveres acima dos seus interesses pessoais e que garantem a segurança colectiva das pessoas e bens”, acrescentou.
Para todos os doentes, que se encontram acamados nos hospitais (quando a eles têm acesso) ou em casa (quando têm casa), o chefe de Estado manifestou a sua solidariedade, bem como aos presos que cumprem as suas penas.
Vejamos então na íntegra, “ipsis verbis”, Sic (é só escolher…) a mensagem poética e messiânica à Nação do Presidente do “querido líder” do reino, general João Lourenço:
«Caros Compatriotas
É com um renovado sentimento de esperança e de crença no futuro que desejo a todos os Angolanos e Angolanas residentes no país e na diáspora, uma Quadra Festiva em paz, harmonia e bem-estar.
Este é um momento de fortalecermos os laços familiares e de amizade, de reflectirmos sobre as nossas conquistas e os desafios que temos pela frente e avaliar a nossa contribuição para o desenvolvimento económico e social do nosso país.
No ano que termina, todas essas questões estiveram em destaque e tivemos a oportunidade de optar democraticamente pela continuidade de um projecto de Nação que tem vindo a merecer a confiança da maioria dos angolanos e da comunidade internacional.
Acredito que juntos podemos continuar a consolidar o Estado Democrático de Direito e edificar uma sociedade inclusiva, de livre expressão, com direitos e oportunidades iguais, de justiça e solidariedade social.
Continuaremos a trabalhar com todo nosso empenho e determinação na criação das condições para garantir um desenvolvimento harmonioso do país, através de políticas eficazes e de obras estruturantes para captar o interesse de investidores nacionais e estrangeiros, na diversificação da nossa economia, na criação de emprego, aproveitando as enormes potencialidades que o país oferece.
Vamos investir cada vez mais na educação e saúde, porque só um povo educado e saudável pode competir e superar com êxito os enormes desafios que o mundo nos impõe a todos os níveis.
Nesta quadra festiva renovamos as esperanças de uma vida melhor e priorizamos a nossa atenção para com os mais vulneráveis da nossa sociedade, as crianças, os idosos, os doentes e os mais pobres.
É para elas e para eles que dirijo em primeiro lugar os meus votos de que possam encontrar a solidariedade dos seus próximos e da sociedade em geral.
Queremos igualmente expressar o nosso apreço a todos os que põem os seus deveres acima dos seus interesses pessoais e que garantem a segurança colectiva das pessoas e bens.
A nossa solidariedade vai igualmente para todos os que se encontram acamados nos leitos hospitalares ou em casa, para os separados dos seus entes queridos por estarem a cumprir penas pela prática de crimes, esperando que possam um dia voltar ao convívio da sociedade.
O mundo vive um momento de incertezas sem precedentes na história dos últimos 70 anos, por isso o ano de 2023 afigura-se como um ano de grandes desafios também para o nosso país.
A situação exigirá de cada um de nós mais dedicação ao trabalho, mais unidade de acção para contrariarmos a tendência negativa da economia mundial.
Temos fé que com trabalho, realismo e optimismo, seremos capazes de ultrapassar sem grandes sobressaltos o momento difícil que o mundo vive.
É reiterando a minha crença num futuro melhor que desejo a todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!».
Nota: Atente-se na perspicácia poética de João Lourenço quando se dirige aos “acamados nos leitos hospitalares”. Nada de acamados em camas… mas sim nos leitos. É obra!
Folha 8 com Lusa