Portugal foi ultrapassado pela Bélgica nas exportações para Angola no primeiro trimestre deste ano, mantendo-se a China no lugar cimeiro, segundo o Boletim das Estatísticas de Comércio Externo, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Entre Janeiro e Março de 2022, a balança comercial de Angola apresentou um saldo positivo de 4,55 biliões de kwanzas (10 mil milhões de euros) devido ao comportamento do preço do petróleo, principal produto de exportação.
No primeiro trimestre, as exportações registaram um aumento do valor total na ordem dos 43% e as importações cresceram 16%.
A China, com 50,9%, foi o principal destino das exportações, seguindo-se a Índia com 12,3%, França com 6,6%, Reino Unido com 4,5% e Emirados Árabes Unidos com 2,8% em relação ao valor total.
A China foi também o principal parceiro a nível de importações, garantindo 13,4% dos produtos importados. Seguiu-se a Bélgica com 12,5%, Portugal com 11,7%, Países Baixos com 6,6%, e Estados Unidos da América com 5,4%.
Entre os países africanos, a África do Sul representou quase 70% das exportações, seguindo-se a larga distância a República do Congo (Brazzaville), com 21%, e a República Democrática do Congo, com 3,3%, enquanto do lado das importações dominaram o Togo (42,3%), África do Sul (37%), Marrocos (5,1%), Namíbia (4,1%) e Egipto (2,8%).
Recorde-se que, de acordo com dados Instituto Nacional de Estatística de Portugal, o saldo da balança comercial passou de 621 milhões de euros, em 2020, para 1.360 milhões de euros em 2021, essencialmente devido à quebras nas compras a Angola, o principal parceiro comercial de Portugal nos PALOP.
As compras de Portugal a Angola caíram 79,3% em 2021, passando de 389 milhões de euros, em 2020, para apenas 80,6 milhões de euros no ano passado.
Pelo contrário, as exportações para Angola aumentaram 9,4%, subindo de 870,3 milhões de euros, em 2020, para 952,1 milhões de euros no ano passado.
Em 11 de Fevereiro de 2022, o ministro da Indústria e Comércio de Angola, Victor Fernandes, disse que Portugal continua a ser um parceiro relevante, apesar da diminuição das trocas comerciais entre os dois países. Sim, tem razão. A relevância também se mede pelo índice bilateral de bajulação.
“Portugal continua a ser um ‘player’ relevante na troca comercial com Angola e não é só produtos alimentares, são máquinas, é principalmente serviços até. Portugal exporta muitos serviços para Angola, ao contrário Angola importa muitos serviços de Portugal. Houve uma diminuição, mas continua relevante”, referiu Victor Fernandes.
Segundo o ministro, por força da alteração dos últimos anos, nomeadamente a pandemia de Covid-19 e o aumento da produção nacional, muitos dos produtos que serviram o sentido de importação via Portugal diminuíram a sua cadência exportadora.
Por sua vez, o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, reiterou a parceria entre os dois países, frisando que Portugal aparece em segundo lugar na lista de importações.
“Nós de maneira nenhuma deixamos Portugal de lado, aliás, na importação Portugal é o segundo maior parceiro de Angola, depois de China”, disse o governante angolano, sublinhando que nos últimos 10 anos os dois países têm estado a disputar esta posição.
Mário Caetano João frisou que a China é o maior parceiro, quer nas importações quer nas exportações, domínio onde Portugal ocupa o sexto lugar.
“De maneira nenhuma deixamos Portugal de lado. Portugal de facto é um daqueles parceiros comerciais tradicionais, onde temos estado a averiguar exactamente essas duas componentes primordiais da diplomacia económica, que é investimentos e comércio”, disse.
O titular da pasta da Economia e Planeamento destacou que, com Portugal, o Governo angolano consegue fazer a parceria nestas duas vertentes, ao contrário do que acontece com outros países, nomeadamente os fronteiriços, onde só se incrementa o comércio e pouco investimento.
ANTES DE JOÃO LOURENÇO (TUDO) ERA DIFERENTE
Em 2016, Portugal voltou a ser o país que mais vendeu a Angola, apesar de o volume de negócios ter sofrido uma redução de 12% face a 2015, sendo superior a 1,6 mil milhões de euros, suficiente para destronar a China.
Os dados constam do anuário do comércio externo de 2016, elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola. O documento refere que Portugal atingiu uma quota de 14,89% de todas as importações angolanas, equivalente a 342.517 milhões de kwanzas (1.630 milhões de euros).
Já a China viu as compras angolanas caíram 36% de 2015 para 2016, para uma quota de 12,54%, equivalente a um volume de negócios de 253.884 milhões de kwanzas (1.373 milhões de euros).
Os Estados Unidos da América tornaram-se no terceiro principal país fornecedor de Angola, com um volume de negócios em todo o ano de 2016 superior a 217.719 milhões de kwanzas (1.770 milhões de euros), que correspondeu a uma quota de 10,75%.
No plano inverso, a China reforçou a posição de maior comprador de Angola, com uma quota de 45% das exportações angolanas de 2016 (essencialmente petróleo). Traduz-se em vendas globais 2,187 biliões de kwanzas (11,8 mil milhões de euros), um crescimento superior, em valor, a 28%, face às compras realizadas pela China em 2015.
No segundo lugar, a índia também aumentou as compras (4,92%) a Angola, que em 2016 atingiram os 330.894 milhões de kwanzas (1.789 milhões de euros) e uma quota de 6,89% do total, seguido dos EUA, com uma quota de 5,11% e compraram 245.698 milhões de kwanzas (1.328 milhões de euros) das exportações angolanas, um aumento de 54% face a 2015.
Portugal foi apenas o nono destino das exportações angolanas, representando um volume de negócios de 153.536 milhões de kwanzas (830 milhões de euros), um aumento de 8,28% face a 2015, mas ainda assim uma quota de 3,20%.
Globalmente, as exportações angolanas aumentaram 18,76% em 2016, para um volume de negócios total de 4,803 biliões de kwanzas (25,9 mil milhões de euros), enquanto as importações caíram 22,37%, para 2,024 mil milhões de kwanzas (10,9 mil milhões de euros).
Em 2016 a balança comercial de Angola, incluindo ainda reimportações e reexportações, registou um saldo positivo de 2,779 biliões de kwanzas (15 mil milhões de euros), praticamente o dobro face ao resultado de 2015.
Os resultados definitivos do Comércio Externo (Importação e Exportação) apurados para o ano de 2016, indicavam para uma taxa positiva de variação homóloga, do período em análise, de 18,76% para as Exportações, enquanto que para o mesmo período, as Importações tiveram uma diminuição de 22,37%.
Em 2016 a Balança Comercial de Angola, registou um crescimento do saldo positivo de 2.779 Mil Milhões de Kwanzas.
O grupo de produto que teve a maior participação no valor total das exportações foi fundamentalmente os “Combustíveis” com 92,97%, enquanto que no valor total das importações os grupos de produtos que mais se destacaram foram: “Máquinas e Equipamentos e Aparelhos” com 24,71%, “Agrícolas” com 10,44%, “Metais Comuns” com 9,52%, “Químicos” com 7,62% e “Combustíveis” com 6,02%.
Os principais parceiros das exportações de Angola durante o ano de 2016 foram os seguintes: China com 45,53%, Índia com 6,89%, EUA com 5,11% África do Sul com 4,78%.
Os principais parceiros das Importações para Angola durante o ano de 2016 foram os seguintes: Portugal com 14,89%, China com 12,54%, EUA com 10,75% e África do Sul com 5,25%.
Os principais parceiros africanos nas exportações que mais se destacaram foram os seguintes, África do Sul com 81,70%, República Democrática do Congo com 12,93%, São Tomé e Príncipe com 1,15% e Namíbia com 1,12%.
Para as importações no mesmo período foram os seguintes, África do Sul com 71,87%, Egipto com 4,97%, Mauritânia com 4,32 e Senegal com 4,21%.
Folha 8 com Lusa