Transição energética “não deve ser uma imposição”

O ministro angolano dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, afirmou hoje que a transição energética não deve ser uma imposição e deve respeitar as condições de partida dos diferentes países para não acentuar as desigualdades.

Diamantino de Azevedo, que falava aos jornalistas à margem da conferência Angola Oil & Gas que hoje decorre em Talatona (Luanda), considerou que “a transição energética é importante para toda a humanidade, para todo o planeta, mas não pode existir uma imposição por parte de determinados países ou grupos de interesses sobre outros”.

“É preciso ter em conta que o desenvolvimento económico, social e energético não está ao mesmo nível em todo o país”, disse o responsável da pasta do Petróleo, indicando que países como Angola estão mais dependentes de combustíveis fósseis e precisam de mais tempo para atingir este objectivo.

“Nós não podemos impor que os passos sejam iguais para todos os países, independentemente das suas condições de partida, e é preciso ter em conta que não são os países menos desenvolvidos que mais poluem. Por isso apelei a que seja uma transição energética democrática e que não contribua para o aumento do fosso entre os que estão mais e os que estão menos desenvolvidos, para que não se acentue a pobreza energética”, justificou Diamantino de Azevedo.

Defendeu ainda que a transição energética deve ter em conta as condições de partida de cada país, pois só assim haverá condições para que os investimentos na indústria de hidrocarbonetos continuem, olhando em simultâneo para as metas a serem atingidas neste aspecto da redução do carbono.

O ministro diz que, se isto for feito, “haver condições para contribuir para a diminuição da emissão do carbono” e para que outras fontes de energia possam paulatinamente ocupar parte do espaço que hoje é ocupado pelos combustíveis fósseis.

Diamantino de Azevedo reforçou que o executivo angolano está consciente de que é necessário olhar para as questões ambientais, mas deve haver também espaço para que “possamos continuar a utilizar o recurso que possuímos para o bem do desenvolvimento económico e sustentável do nosso país e para a melhoria da qualidade de vida do povo”.

Indicou como exemplos alguns projectos de energias renováveis, biocombustíveis e hidrogénio que estão em curso em Angola, salientando que o objectivo é também que a empresa de hidrocarbonetos pública (Sonangol) se possa transformar numa empresa de energia.

O governante realçou, por outro lado, a tomada de medidas pelo executivo angolano e seus parceiros da indústria do petróleo que permitiram ajudar a minimizar os impactos sobre a produção petrolífera no período de pandemia.

Lusa

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