Se não fosse o MPLA o que seria dos EUA?

O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, vai ser amanha homenageado, em Washington (EUA), pela Fundação Internacional para a Conservação do Ambiente (ICCF), pelo envolvimento em iniciativas de defesa ambiental, refere – é claro – uma nota da Secretaria de Imprensa do Presidente da República que substitui os jornalistas nesta deslocação.

Na gala de homenagem da ICCF o Presidente João Lourenço irá puxar dos seus galões e, na presença de altas figuras da política local e internacional, com realce para a presença do homólogo colombiano, Iván Duque Márquez, e congressistas que não vão perder a oportunidade de ter a honra de estar junto do escolhido por José Eduardo dos Santos para, como cabeça-de-lista do MPLA, ocupar a Presidência de Angola.

Em declarações, à Angop, o embaixador de Angola nos EUA, Joaquim do Espírito Santo, confirmou, igualmente, a presença de membros do Congresso, da Administração Biden, empresários americanos e de representantes de Organizações Não-Governamentais (ONG). Nesta altura o embaixador ainda procura um sósia de Joe Biden para estar ao lado de João Lourenço numa fotografia que possa ilustrar a enciclopédia de imagens do Presidente do MPLA.

A ICCF é uma fundação educacional apartidária (porque não está sediada em Angola), com sede em Washington, cuja missão é “promover a liderança dos EUA na conservação internacional, por meio de parcerias públicas e privadas e desenvolver a próxima geração de líderes conservadores no Congresso dos EUA”.

A Angop apurou que durante a gala anual da ICCF será assinado um memorando de entendimento entre o Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente e a “African Parkes”. Trata-se de ONG fundada em 2000 e sediada em Joanesburgo, África do Sul, que administra parques nacionais e áreas protegidas em todo o continente africano, em colaboração com governos e comunidades vizinhas.

No mesmo dia, o Presidente João Lourenço participa numa mesa-redonda sobre investimentos em Angola, iniciativa da Câmara de Comércio Estados Unidos da América-Angola, na qual falará aos empresários americanos, a quem vai transmitir uma mensagem sobre as oportunidades de negócios no país, na versão para estrangeiro ver.

Na ocasião, será assinado um memorando de entendimento com a “Sun Africa”, empresa de energias limpas. Está prevista a presença da secretária do Comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo, que fará uma breve intervenção.

O embaixador de Angola nos Estados Unidos adiantou que o Chefe de Estado tem, também, um encontro com a Câmara do Comércio e Indústria dos EUA e com empresas americanas, para transmitir os passos que o Governo angolano diz ter dado e os domínios específicos em que empresários dos EUA podem investir e contribuir para a diversificação da economia do país. A favor de João Lourenço está a sua aposta na alternância da pasta da Economia – quatro ministros em quatro anos.

Segundo Joaquim do Espírito Santo, devido às restrições decorrentes da pandemia da Covid-19, foram seleccionadas apenas 11 (das centenas) empresas que vão ter o raro privilégio de abordar com o Presidente João Lourenço questões que têm a ver com o investimento em Angola.

O embaixador afirmou que estão, ainda, previstos contactos no Congresso com as lideranças do Senado e da Câmara de Representantes, para estabelecimento de diálogo, acordos económicos, relações pacíficas e parcerias comerciais. Segundo a Angop, um encontro com a secretária do Comércio dos EUA está, igualmente, previsto, bem como com o conselheiro nacional de Segurança, para tratar de assuntos de interesse bilateral.

No último dia da visita a Washington, João Lourenço visitará o Museu de História Afro-Americana, onde vai encontrar-se com descendentes de escravos (segundo alguns historiadores do regime já pertenciam ao embrionário MPLA) idos de Angola há mais de 400 anos, que se estabeleceram na região da Virgínia, com participação relevante na conformação do que hoje se conhece como EUA.

Joaquim do Espírito Santo caracterizou como bom o ambiente político-diplomático e comercial entre Angola e os EUA, sustentando que, mesmo no ano passado, no auge da pandemia da Covid-19, o Chefe de Estado angolano manteve um encontro virtual com o Conselho de empresas que aconselha o Presidente dos EUA.

“Foi um encontro muito importante, porque foi o primeiro do género realizado com um Chefe de Estado africano. Vamos continuar a trabalhar nessa senda, para podermos receber, em Angola, novas empresas americanas, para ajudarem no processo de desenvolvimento e diversificaçãoo da economia”, enfatizou o embaixador.

Se até Trump amava João Lourenço…

Recorde-se que o Presidente da República, devidamente estribado pelo seu homólogo do MPLA e pelo Titular do Poder Executivo, disse no passado dia 3 de Julho, numa mensagem escrita de felicitações pelo Dia da Independência dos EUA (certamente conquistada graças à colaboração de alguns dirigentes do MPLA, a começar por Agostinho Neto) enviada ao seu homólogo norte-americano, que os dois países estão no “caminho certo” para “importantes realizações conjuntas”.

Bem que, agora, Joe Biden poderia receber João Lourenço para trocas de alianças e subscrição pública do trajecto do “caminho certo” e das “importantes realizações conjuntas”.

João Lourenço, endereçou essa mensagem de felicitações ao Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, por ocasião do Dia da Independência daquele país, que se celebra a 4 de Julho, enaltecendo os esforços feitos pelos dois países no sentido do “estreitamento contínuo” das suas relações.

“Os nossos dois países e Governos têm desenvolvido esforços genuínos no sentido do estreitamento contínuo das relações de amizade e de cooperação bilaterais, e quero, por isso, expressar a nossa convicção de que estamos no caminho certo, que nos conduzirá à construção de bases sólidas sobre as quais assentarão importantes realizações conjuntas, com benefícios recíprocos”, referiu o presidente angolano.

Na mensagem em nome do Executivo do MPLA, João Lourenço terminou o texto com “votos de bem-estar pessoal, de boa saúde e de prosperidade para o povo dos Estados Unidos da América”.

Nas palavras dirigidas a Joe Biden, o chefe de Estado angolano destacou “o exemplar percurso feito pelos Estados Unidos da América nestes poucos mais de dois séculos em que alcançaram conquistas grandiosas em todos os planos da vida nacional norte-americana”, projectando a “nação no mundo como uma incontornável referência em termos políticos, económicos, científicos e tecnológicos”.

Ao que tudo indica, fazendo fé no desenvolvimento que o MPLA conseguiu implementar nos 46 anos de Governo, e de independência, quando Angola tiver dois séculos de independência será um dos três mais desenvolvidos países do mundo. Isto, é claro, se o MPLA for ininterruptamente governo…

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