Basta. Stop MPLA!

João Lourenço está muito próximo do modelo do líder norte-coreano de Kim Jong-un, e muito longe do modelo Deng Xiao Ping que tinha prometido encarnar na sua governação. Foram quatro anos de desastre total. Cabinda que o diga.

Por Osvaldo Franque Buela (*)

Bastou-lhe quatro anos para quebrar todos os recordes de má governação, muito longe, a anos-luz do modelo de governo de Deng Xiao Ping, que teve uma onda de solidariedade e muita admiração por parte de alguns analistas políticos e todos os angolanos que acreditaram nas mudanças.

Apenas quatro anos, sem qualquer contenção, aquele em que os angolanos acreditaram, provou os seus limites e continua a mostrar-nos o vergonhoso e indigno espectáculo de um país governado com tanto amadorismo.

Deng Xiao Ping consolidou e iniciou o desenvolvimento da China moderna lançando as bases de uma visão que permite hoje à China afirmar-se como uma potência mundial.

Quatro anos, que todos os dias assistimos ao colapso do país em termos de governação, crescimento da intolerância política, e instrumentalização da justiça pelo Presidente da República contra os líderes da oposição e da sociedade civil.

Quatro anos quando foi prometer ao povo de Cabinda que faria de Cabinda uma terra onde será bom viver, quatro anos durante os quais deteve injustamente jovens líderes e activistas Cabindas que apenas queriam manifestar-se pelo fim da guerra e o diálogo para o caso Cabinda.

Apenas quatro anos foram suficientes para nos mostrar no mês passado como testemunhou o seu próprio fracasso, na impossibilidade de organizar uma viagem a Cabinda.

Quatro anos enfim para os Cabindas falarem mais alto e a uma só voz «Basta, Stop MPLA».

O que está em jogo, a um ano das eleições não deve ser o de nos distrair, e assistir passivamente de longe ao que se passa em Luanda, devemos sim, lutar com todas as outras forças da mudança que lutam pela alternância do poder, porque é de Luanda que partem todas as decisões políticas que nos privam da paz e liberdade em Cabinda.

Se o nosso destino depende, por um lado, do que se passa em Luanda, é portanto inconcebível que nós, os Cabindas, não possamos apoiar a Frente Patriótica Unida e bloquear a vontade antidemocrática do aprendiz de presidente ditador que o quer por sua vontade, para decidir o destino da oposição pela manipulação da justiça.

Quatro anos durante os quais os seus colaboradores em Cabinda nada fizeram senão lutar contra aqueles que queriam ajudar e apoiar o edifício das suas promessas, e que acabaram sendo derrotados pelos detentores e aproveitadores dos interesses económicos e orçamentais, supostamente alocados para o desenvolvimento de Cabinda.

O cancelamento da viagem e a convocação do governador de Cabinda para ir a Luanda vão permitir ao presidente trazer grandes mudanças políticas em Cabinda a um ano do fim do seu mandato?

Será que vai fazer um milagre se durante quatro anos não tiver iniciado nenhuma reforma em Cabinda, nem dado qualquer sinal positivo como via de solução para o fim da guerra em Cabinda, no momento em que a FLEC-FAC observa um cessar-fogo unilateral, em resposta ao apelo do Secretário-Geral da ONU para a luta contra a Covid-19?

Devemos aumentar a nossa capacidade de resistência e focar no que é digno de nos trazer a nossa dignidade, lutar no espaço político que nos rodeia com todos os meios pacíficos possíveis e não sucumbir ao plano e outros anúncios deste regime que nos impõe a brutalidade militar e uma guerra injusta que nada justifica, dentro do nosso próprio território.

A nossa juventude não deve se focalizar no destino dos quem saem do navio por motivos de estômago, de meningite, da febre tifóide ou para escapar da pobreza, mas dedicar-se à construção da união sagrada que todos queremos, afim de melhore lutar contra todas as decisões políticas que venham de Luanda e que nos arrastem nesta situação de escravos e colonizados. Na minha opinião os jovens devem participar activamente na derrota eleitoral do MPLA em Cabinda, o seu voto conta.

Participar na derrota de João Lourenço em 2022, quatro anos depois, é permitir que Cabinda não possa continuar a viver como província da Coreia do Norte

(*) Activista político, Paris, França

Nota. Todos os artigos de opinião responsabilizam apenas e só o seu autor, não vinculando o Folha 8.

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