O gang dos aldrabões

“Ah! Vós dizeis que amais o progresso… Amais o progresso que vos inventa cadeiras mais cómodas (…) Não amais o progresso político porque isso traria uma ordem de coisas que extinguiria os vossos ordenados” (Eça de Queirós).

Por Domingos Kambunji

O Bureau Político do Comité Central do MPLA, numa declaração sobre o 3º aniversário do mandato de João Lourenço, “repudiou, veementemente, todas as manobras de diversão visando desacreditar as acções no âmbito do combate à corrupção, impunidade e demais práticas nocivas que ameaçam, seriamente, os alicerces da sociedade angolana”.

O Bureau Político do Comité Central do MPLA, se fosse minimamente coerente, deveria mudar de nome para passar a chamar-se “O gang dos aldrabões”. Tantas são as falácias e tantos são os sofismas espalhados por esta “organização de malfeitores” que só quem for muito palerma poderá acreditar nas contínuas mentiras publicadas por este gang.

Os órgãos da comunicação social do Estado, comprados pelo Zedu e herdados pelo JLo, ao ouvirem as bacoradas do gang dos aldrabões, vão a correr publicar a informação de que há campanhas de intoxicação contra o Estado angolano e o presidente da Re(i)pública. Os pseudo-jornalistas já sabem que se não noticiarem a informação distribuída pelo gang aldrabão, desde os tempos do Zedu, não recebem kumbu para se alimentarem de pirão.

O MPLA pensa que Angola e os angolanos são como uma cadela esfomeada, sarnosa, parasitada que pode ser constantemente pontapeada e, mesmo assim, deve-lhe obediência e total fidelidade porque é sua pertença.

O gang dos aldrabões e ladrões tenta escamotear a cultura de corrupção que implantou em Angola e, quando é criticado ou desmascarado, diz que essas práticas nocivas ameaçam seriamente os alicerces da sociedade angolana. As notícias são completamente claras e objectivas:

– Sua Excelência Fulano de Tal, Administrador Municipal, detido, julgado e condenado devido ao gamanço, é militante do MPLA…

– Sua Excelência Cicrano de Tal, ministro ou ex-ministro do governo do MPLA, detido devido ao gamanço, foi nomeado pelo presidente do MPLA e é militante do MPLA…

– Sua Excelência Beltrano de Tal, ex-presidente do Pitrol, militante do MPLA, foi acusado em Portugal de corrupção, branqueamento de capitais e falsificação de documentos…

– Sua Excelência Chafurdano de Tal, ex-governador provincial, nomeado pelo presidente do MPLA, militante do MPLA, acusado de peculato…

– Sua Excelência Chiqueirolano de Tal, ex-vice-presidente de qualquer coisa, militante do MPLA, eleito para deputado do MPLA nas eleições legislativas, vai para a Assembleia Nacional com o objectivo de obter imunidade cleptocrática…

– Sua Excelência o General Lixolano de Tal, acusado de kapiango, desmente os acusadores porque nunca roubou nada que não fosse já seu…

– Sua Excelência o General Kalamidade Total diz que só ele é que pode combater a corrupção porque participou na corrupção, beneficiou da corrupção e sabe como funciona a corrupção…

– Sua Excelência Santo Total, genro do “guia imortal’, pai da nação, fundador da guerra civil e patrono dos fuzilamentos do 27 de Maio”, detido por ter sido acusado de kapiangar ” muitíssimos milhões de euros…

– Suas Excelências as Filhas dum ex-Presidente do MPLA fugiram para o estrangeiro para não devolverem o abifamento ilegal de dinheiro… (uma delas até fazia parte do Comité Central do MPLA)…

– Sua Excelência um Filho de um ex-Presidente condenado a 5 anos de prisão por tentar desviar kumbu da Nação…

– Sua Excelência o Emérito Presidente do MPLA fugiu para Espanha e vive como um czar em Barcelona…

– Sua Excelência o Braço Direito do Presidente pediu a demissão por estar a ser desmascarado em cambalachos de corrupção…

O número de retratos dos actores principais, todos do MPLA, parasitas da economia na Re(i)pública da Angola do MPLA, é quase infinito. Mostramos só alguns exemplos de militantes e de membros do Comité Central do MPLA para não cansarmos o leitor.

O gang dos aldrabões, num comunicado, disse que “por último, o partido maioritário reitera o apoio nas medidas implementadas pelo Executivo destinadas a atenuar o impacto da pandemia da Covid-19”. Os membros dessa “organização de malfeitores” estarão a referir-se à morte de um médico, detido numa esquadra da polícia por não usar máscara, quando se encontrava dentro do carro, ou ao fuzilamento de cidadãos indefesos, obedecendo às ordens superiores baixadas para, durante o período da pandemia, a polícia distribuir “rebuçados e chocolates”?

Após todas estas situações ridículas, demasiado macabras, o gang dos aldrabões ainda tem o descaramento de usar a agressão deslocada ou a projecção, como dizem os psicólogos, para dizer que outros andam humilhar o bom nome de Angola “visando desacreditar as acções no âmbito do combate à corrupção, impunidade e demais práticas nocivas que ameaçam, seriamente, os alicerces da sociedade angolana” se eles são os autores principais dessas iniciativas que atiram para a desgraça Angola e os angolanos?

Já relembrámos várias vezes que o MPLA atirou o nosso país para o lugar 156 em qualidade de vida a nível mundial, entre os piores, através da incompetência demonstrada na governação do nosso país durante os últimos 45 anos.

Que dizer de um país onde continuam a morrer cidadãos nacionais, especialmente crianças, devido à fome, com muitos novos-ricos multimilionários, “empresários de sucesso na indústria da corrupção” implantada pelo MPLA desde 1975? É caso para dar os parabéns ao Bureau Político do Comité Central do MPLA pelo serviço que tem prestado ao país para este continuar na rebaldaria caótica?

Três anos de governação de João Lourenço demonstram que o presidente “Zoneranomeia” já mostrou tudo o que é incapaz de fazer para a criação de um país mais justo, desenvolvido e com uma economia moderna e sustentada.

Promessas leva-os o vento e não diminuem os efeitos da pandemia MPLA que causa tanta miséria e uma tão elevada mortalidade infantil no nosso país. Lágrimas de jacaré não combatem a seca de justiça implantada no nosso país.

Nota. Todos os artigos de opinião responsabilizam apenas e só o seu autor, não vinculando o Folha 8.

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