Comunicado de Jóquim Kassimba

«Eu ando muito preocupado com um putativo massacre judicial e mediático contra a minha pessoa e também todos os meus familiares, se acusarem a minha esposa, Maria Kassimba, de corrupção. Isso obriga-me a esclarecer a opinião pública nacional e internacional com os seguintes factos:

1. A minha esposa, Maria Kassimba, é uma cidadã honrada e cumpridora das leis. Não enriqueceu milionariamente no tempo da rebaldaria e roubalheira do Zedu e não é sogra nem nora do “guia imortal, o fundador da guerra civil e pai dos fuzilamentos do 27 de Maio”.

2. Até este momento, ela não foi acusada de nada. Porém, com as autoridades da Reipública da Angola, nunca se sabe, tudo é possível porque, com o circo mediático, não conseguem proteger o segredo da injustiça. A minha esposa, Maria Kassimba, poderá ser vítima de um julgamento mediático criado artificialmente e alimentado por sectores bem identificados.

3. Se decidirem a prisão preventiva da minha esposa, Maria Kassimba, será uma pena sentenciada no tribunal populista, presidido por agentes do “Mistério Púbico” do MPLA.

4. A prisão preventiva da minha esposa, Maria Kasimba, será um massacre judicial e mediático sobre a minha família e, particularmente, a minha pessoa, sem qualquer dúvida, uma intolerável interferência do Poder Político no Poder Judicial e também uma vingança mesquinha desnecessária.

5. O massacre judicial e mediático chegará ao ponto de, no meio de todas as baixezas, anunciarem que exonerei a minha esposa e bazei. Estamos mais unidos do que nunca e poderemos sofrer ambos os mesmos desgostos.. Nunca imaginaremos que a minha esposa, Maria Kassimba, que não enriqueceu milionariamente no período da rebaldaria e corrupção do Zedu, seja presa, apenas por não ser muitíssimo rica.

6. Não sou membro do Bureau Político do Comité Central do MPLA nem assessor da Fundação Agostinho Neto. Se colocarem em prisão preventiva a minha esposa, Maria Kassimba, não lamentarei que o Bureau Político do Comité Central do MPLA nem uma palavra pronuncie de apoio e solidariedade dos camaradas, sem excepções. Sou honrado mas não sou militante ou dirigente do MPLA e sou um cidadão que sempre deu o melhor à sociedade e nunca bajulou, não se conformou com a ditadura do MPLA e não apoiou os fuzilamentos do 27 de Maio e a fundação da guerra civil em Angola, decididos por Agostinho Neto e seus seguidores e familiares.

7. Não tenho contas bancárias, no país e no estrangeiro, porque ganho o salário mínimo nacional. Estou sem meios para enviar os filhos e as filhas com o objectivo de estudarem naquelas universidades muito caras do estrangeiro. Penso que isso é uma vingança sobre mim e a minha família pelas práticas comunistas do MPLA, de triste memória. Mas nunca me renderei à chantagem, ao abuso de poder e a uma injustiça travestida pela política do MPLA.

8. A minha esposa, Maria Kassimba, se for presa será injustamente e não poderá praticar actividade delituosa porque é pobre, não é militante do MPLA , vive numa cubata e não tem passaporte do MPLA, com todos os dados biométricos. Estar em liberdade, com todos os cambalachos do MPLA, vivendo na pobreza, é o mesmo que estar num tipo de prisão diferente. Por isso não haverá necessidade de a injustiça do MPLA metê-la na cadeia de Viana.

9. Irei responsabilizar os titulares dos órgãos de soberania que estiverem implicados no massacre se mandarem prender a minha esposa, Maria Kassimba. No poder judicial em Angola há muitos magistrados indecentes e inconscientes dos seus deveres, enquanto titulares dos órgãos de soberania, que são os tribunais. Espero que não pratiquem as inconstitucionalidades de que possa estar eivado esse processo de quererem mandar prender a minha esposa, Maria Kassimba.

Com este comunicado acabou o silêncio dos inocentes pobres, vítimas da ditadura e corrupção do MPLA, para enriquecer os netos e os santos.

J. Kassimba
Membro do Bureau Político dos 20 Milhões de Pobres de Angola.»

Artigos Relacionados

Leave a Comment