O Governo angolano retirou a Nigéria, o Egipto e a Argélia da lista de países abrangidos pela proibição de entrar no território devido à epidemia de Covid-19 (Coronavírus), segundo o secretário de Estado para a Saúde Pública.
Numa entrevista à TPA, televisão pública do MPLA, Franco Mufinda esclareceu que a comissão [interministerial angolana] resolveu retirar os países africanos que reportaram apenas um caso, mantendo a China, Itália, Coreia do Sul e Irão entre os países cujos cidadãos estrangeiros não-residentes estão proibidos de entrar no país.
Quanto à entrada de angolanos e cidadãos residentes em Angola provenientes destes quatro países “as portas estão abertas”, devendo, no entanto, ser observada a quarentena, disse o secretário de Estado, garantindo que “há capacidade para poder acolher” os cidadãos.
Segundo Franco Mufinda, o centro de quarentena instalado em Calumbo tem capacidade para 250 camas, existindo um outro na Barra do Kwanza, cuja capacidade não especificou, estando ainda prevista a abertura de um terceiro centro.
Neste momento estão a ser controladas 196 pessoas nos dois centros, disse ainda o responsável do Governo, adiantando que foram descartados os dois casos que eram suspeitos.
De acordo com uma fonte citada pela TPA, “os países entram ou saem da lista desde que existam indicadores de que a situação está controlada”.
Quanto a Portugal, “as autoridades consideram que os casos estão controlados, não existindo um aumento exponencial de novos casos”, indicou ainda a TPA.
A ministra da Saúde, Silvia Lutucuta, tinha decretado, num despacho datado de 28 de Fevereiro que estariam proibidos de entrar em Angola cidadãos estrangeiros vindos da China, Coreia do Sul, Irão, Itália (países com casos autóctones), bem como Nigéria, Egipto e Argélia, os países africanos com registados de coronavírus na altura.
Os cidadãos angolanos ou estrangeiros residentes em Angola que viajem a partir destes países terão de ficar em quarentena por um período mínimo de 14 dias.
O surto de Covid-19, que pode causar infecções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.200 mortos e infectou mais de 93.000 pessoas, em 78 países incluindo oito em Portugal.
Em África, além de Nigéria, Egipto e Argélia, foram identificados casos em Marrocos, Tunísia e Senegal.
O Covid-19 é o nome atribuído pela Organização Mundial de Saúde à doença provocada pelo novo coronavírus, que surgiu em Wuhan, na China, no final do ano passado.
A Itália, o país mais afectado na Europa, anunciou na quarta-feira o encerramento de todas as escolas e universidades a partir de hoje e até 15 de Março, como medida de precaução face à epidemia de Covid-19, que no país já matou mais de 100 pessoas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.
Os coronavírus são um grupo de vírus de genoma de RNA simples de sentido positivo (serve directamente para a síntese proteica), conhecidos desde meados dos anos 1960.
A maioria das pessoas infecta-se com os coronavírus comuns ao longo da vida. Eles são uma causa comum de infecções respiratórias brandas a moderadas de curta duração.
Entre os coronavírus encontra-se também o vírus causador da forma de pneumonia atípica grave conhecida por SARS, o MersCov, e o novo coronavírus.
Os sintomas reportados por doentes infectados com o Covid-19 são habitualmente febre, tosse e falta de ar. As complicações como pneumonia e bronquite têm surgido sobretudo em doentes idosos ou com outras doenças crónicas que diminuem o seu sistema imunitário. O tempo de incubação do vírus pode durar entre 2 a 14 dias.
Não existe vacina, pelo que a prevenção passa por evitar a exposição a este vírus. Os viajantes que chegam das zonas afectadas ou que tenham tido contacto próximo com doente infectado, há menos de 14 dias, e que apresentem sinais e sintomas de infecção respiratória aguda, com febre, tosse e dispneia e nenhuma outra causa que explique a sintomatologia devem recorrer a serviços de saúde, e referir sempre o histórico de viagens, e/ou contacto com animais e/ou pessoas doentes, seguindo as orientações que lhes forem dadas.
É importante lavar frequentemente as mãos com água e sabão, adoptar medidas de etiqueta respiratória – tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos), deitar o lenço de papel no lixo, lavar as mãos logo de seguida, utilizar máscara cirúrgica, se a sua condição clínica o permitir.
Aconselha-se ainda a que os viajantes que regressem de áreas afectadas vigiem os seus contactos próximos, e que caso estes desenvolvam sintomas respiratórios deverão contactar as autoridades de saúde.
Onde quer que se viaje, devem ser sempre aplicadas as regras gerais que regem a higiene das mãos e dos alimentos. Os viajantes que forem para uma área afectada devem seguir as recomendações das autoridades de saúde do país, evitar o contacto próximo com doentes com infecções respiratórias agudas, lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou com uma solução de base alcoólica, especialmente após contacto com uma pessoa infectada ou partilha do seu espaço, evitar o contacto com animais e o consumo de produtos de origem animal, crus ou mal cozinhados.
Não existe tratamento específico até à data. O tratamento é sintomático e de suporte de órgãos, de acordo com a gravidade dos casos. Os antibióticos não são adequados para infecções virais. Os antivirais com que se tratam actualmente as pneumonias causadas pelo vírus da gripe não são adequados para o Coronavírus.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto uma Emergência Internacional pedindo “uma acção coordenada de combate à doença deverá ser traçada entre diferentes autoridades e governos”.