Nova Cimangola desmente confisco

Grupo de Isabel dos Santos comprou acções da Cimangola ao Grupo Teixeira Duarte- Cimpor por 74 milhões de USD. A Cimangola, em comunicado (que transcrevemos na íntegra), informa “os clientes e público em geral que a notícia “Governo confisca Nova Cimangola”, veiculada na comunicação social, é falsa, e que não existe processo algum de confisco da Nova Cimangola”:

«As informações divulgadas são incorrectas, desinformam a opinião pública e colocam a empresa no centro das atenções de forma negativa e tendenciosa.

Vimos esclarecer:

A CIMINVEST, em 2006, comprou as acções da portuguesa CIMPOR na Nova Cimangola, tendo-se financiado através de fundos próprios e com recurso a um financiamento bancário celebrado com o Banco Millennium BCP. Assim, o valor do investimento realizado pela CIMINVEST foi de 74 Milhões de USD, adquirindo desta forma os 49% do capital da Nova Cimangola.

Em 2014 os Accionistas aprovaram o projecto de construção da nova fábrica, com um investimento acima de 400 Milhões de USD, financiado por:

(i) capitais próprios dos Accionistas

(ii) por um contrato de suprimentos do sócio Cimangola U.E.E., no montante de 11.182.400.000 AKZ (o qual vence juros e está em situação regular, sem qualquer incumprimento). Este valor é equivalente a cerca de 28% do financiamento total da nova fábrica

e (iii) por um financiamento de Sindicato Bancário composto por bancos estabelecidos em Angola: Banco BIC, Banco Millennium Angola, Banco Caixa Angola, Banco de Fomento de Angola, Banco de Negócios Internacional, Banco Keve e Banco Montepio Geral, no montante de 287 Milhões de USD (duzentos e oitenta e sete milhões de dólares americanos).

PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO PARCIAL DA NOVA CIMANGOLA

1. Na década de 90, o Estado Angolano vendeu 49% das acções da Nova Cimangola, S.A. a Accionistas estrangeiros privados, do Grupo HOLCIM, da Noruega, passando assim a Cimangola U.E.E. – Empresa pública angolana, em representação do Estado, a deter apenas 51% das acções da Nova Cimangola.

2. Em 2002, foi realizado um aumento de capital da Nova Cimangola, tendo o Grupo HOLCIM acompanhado este aumento de capital, e a Cimangola U.E.E. optado por não o subscrever. Desta forma, cede o capital a favor do Banco BAI, que passa a deter 9,52%, e de 6 Accionistas particulares minoritários, que passam a deter, cada um, uma representação de menos de 1% das acções.

3. Em 2004, o Grupo HOLCIM da Noruega, realizou um acordo com a empresa portuguesa CIMPOR, para vender a participação que detinha na Nova Cimangola. Este processo despoletou um litígio junto dos restantes Accionistas, em particular com o Estado Angolano, uma vez que não foram previamente consultados.

4. O período de litígio entre a CIMPOR e o Estado Angolano durou cerca de 2 anos e terminou com um acordo, disponibilizando-se a CIMPOR a sair da Nova Cimangola e a vender as suas acções pelo valor de 74 Milhões de USD.

5. A CIMPOR colocou a sua participação à venda no mercado internacional, e realizou consultas para encontrar compradores. Neste sentido, houve um contacto pessoal do Dr. Pedro Teixeira Duarte accionista principal da Cimpor, com a Eng.ª Isabel dos Santos, informando a sua pretensão de querer vender as acções na Nova Cimangola.

A CIMINVEST, empresa resultante da parceria entre o Grupo da Eng.ª Isabel dos Santos e o Grupo Amorim, manifestou o seu interesse na compra desta participação.

É, assim, formalizado um acordo entre a CIMINVEST e a CIMPOR, para venda das suas acções na Nova Cimangola pelo valor de 74 milhões de USD.

Este acordo foi dado a conhecer aos outros Accionistas, que dispensaram o exercício do direito de preferência.

A CIMINVEST comprou as acções da CIMPOR na Nova Cimangola, tendo-se financiado através de fundos próprios e com recurso a um financiamento bancário celebrado com o Banco Millennium BCP. Assim, o valor do investimento realizado pela CIMINVEST foi de 74 Milhões de USD, adquirindo desta forma os 49% do capital da Nova Cimangola, em Dezembro de 2006.

Esta nova estrutura accionista da Nova Cimangola redefiniu a estratégia da Empresa, e fez importantes investimentos na modernização e aumento da sua capacidade produtiva.

Em Dezembro de 2009 foi efectuado um novo aumento de capital na Nova Cimangola, integralmente realizado com a entrada de fundos por parte dos Accionistas, não tendo o mesmo sido acompanhado pela Cimangola U.E.E., que viu assim a sua participação reduzida para os 28,13%.

Desde 2009 foram investidos mais de 60 Milhões de USD em Moinhos de Cimento e cerca de 400 Milhões de USD numa nova unidade industrial de fabricação de clínquer.

Com os novos investimentos foram criados cerca de 220 postos de trabalho directos, e eliminadas as importações de clínquer em cerca 50 Milhões de USD por ano, reduzindo significativamente o uso de divisas, e contribuindo para crescimento o da Indústria Nacional.

PROJECTOS DE MODERNIZAÇÃO DA NOVA CIMANGOLA

6. O processo de modernização da Nova Cimangola materializou-se através de:

• Investimento no aumento da capacidade de produção na fábrica existente;
• Construção de uma nova unidade industrial de produção de clínquer e cimento.

Em 2014, os Accionistas aprovaram o projecto de construção da nova fábrica, com um investimento de mais de 400 Milhões de USD financiado por:

Capitais próprios, um contrato de suprimentos do sócio Cimangola U.E.E., no montante de 11.182.400.000 AKZ, e um financiamento do Sindicato Bancário composto por bancos estabelecidos em Angola: Banco BIC, Banco Millennium Angola, Banco Caixa Angola, Banco de Fomento de Angola, Banco de Negócios Internacional, Banco Keve e Banco Montepio Geral no montante de 287 Milhões de USD.

Os contratos de financiamento bancário e o de suprimentos estão em situação regular, não existindo mora ou incumprimento.

A empresa está em cumprimento com todas as suas obrigações financeiras, perante as instituições financeiras e perante o Estado.

7. A Nova Cimangola tornou-se uma empresa de referência em Angola e internacionalmente pela qualidade dos seus produtos, continuando a fazer investimentos que sustentem o seu futuro e que promovam o desenvolvimento do País, apostando na formação de trabalhadores nacionais.

8. A Nova Cimangola tem dado contributos permanentes ao Executivo, à Associação da Indústria Cimenteira de Angola (AICA), e às restantes Empresas produtoras de cimento para criar soluções que protejam os interesses superiores do sector e do País. O trabalho da AICA tem permitido a dinamização do sector cimenteiro, que inclui projectos de construção de estradas em cimento, de utilização de combustíveis alternativos derivados de resíduos, de aumento de exportações de cimento e de clínquer, e de substituição de importações por produção Nacional, para reduzir a dependência de importações de matérias-primas, peças de reparação e combustíveis.

9. A Nova Cimangola é uma empresa cumpridora das Leis em vigor em Angola, não tendo quaisquer situações de litígio ou incumprimento perante o Estado Angolano.»

Foto: João Lourenço, ministro da Defesa, inaugurou em 12 Julho de 2017 a Nova Cimangola.

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