Higienizar e desparasitar “fake” jornalistas do MPLA

O jornal da Angola do MPLA não pára de nos surpreender com actividades e afirmações cómicas, daquela comédia barata, tipo “fast food” para as mentalidades que não estão vacinadas contra o perigoso vírus da demagogia.

Por Domingos Kambunji

Ontem dizia que que “o carnaval tem maior força cultural em Luanda”. E nós acrescentámos “durante todo o ano”, para essa afirmação ficar mais completa. Hoje surge com a opinião de que “é hora de começar o processo de higienização do jornalismo em Angola”. Esta afirmação foi publicada num país em que a qualidade da educação e dos recursos humanos está classificada no lugar 129, a nível mundial, segundo o Legatum Institute e no combate à corrupção se situa no lugar 165, de acordo com informação publicada pela Transparência Internacional.

É do conhecimento universal que os serviços na Re(i)pública da Angola do MPLA estão demasiado povoados de licenciados pelas “kangambinas” universidades Agostinho Neto, José Eduardo dos Santos e outras que são filiais destas. Também sabemos que muitos “opinadores a metro” conseguiram as suas licenciaturas em democracia em Cuba, nas feiras de saldos brasileiras e em outros clones destas instituição de ensino patético.

É muito raro observar-se um bêbado admitir que está alcoolizado!…

Este é, no fim de contas, o retrato da comunicação social oficial, “capatazeada” pelo Re(i)gime do MPLA. A galinha depenada conseguiu comprar um fato para mascarar-se de pavão e participar no cortejo de carnaval, organizado pelo MPLA desde 1975, que percorre o ecossistema informativo durante todo o ano, nas picadas lamacentas de Luanda e no resto do território nacional.

Enganam-se os que acreditaram que na Re(i)pública da Angola do MPLA se verificou uma transição democrática quando, na realidade, aconteceu uma continuidade oligárquica onde, neste momento, é necessário, com a máxima urgência, impor a personalidade do novo Presidente-Rei como o senhor “pode tudo e faz tudo”.

A comunicação social nas redes sociais incomoda o Re(i)gime e os kapangas que o protegem nos órgãos oficiais de propaganda. Estes órgãos, parasitas do orçamento do Estado, abusam da ecolália de classificação da informação das redes sociais como “Fake News” e um atentado contra o “bom nome” das prostitutas que pretendem convencer-nos de que são muitíssimo puras, muitíssimo virgens.

O termo “Fake News” não foi inventado por Donald Trump mas tem sido demasiado parasitado pelo actual presidente dos Estados Unidos. A maior esquizofrenia de Trump verifica-se quando a comunicação social dos EUA, competente e honesta, independente do poder executivo, faz uma investigação sobre os factos e provou, até este momento, que o Trump já mentiu mais de oito mil vezes, em apenas dois anos, nos seus discursos públicos.

Na Re(i)pública da Angola do MPLA acontece exactamente o mesmo com as fisgadas que o Ministério da Propaganda e Educação Patriótica Demagógica de João Melo e os seus kapangas dos órgãos oficiais de informação utilizam para bombardear a informação das redes sociais, independentes do sistema parasitário do Estado/MPLA angolano

Voltamos a recordar aqui alguns exemplos de demagogia informativa. Foi o jornal da Angola do MPLA que anunciou para breve a extinção da malária no nosso país. Continuam a morrer milhares de angolanos devido a essa epidemia. Foi o jornal da Angola do MPLA quem classificou a guerra na Síria como “Fake News”. Já morreram nessa guerra muitíssimas centenas de milhar de sírios e ela já provocou a fuga de muitos milhões de cidadãos desse país para a Europa e outros continentes.

O jornal da Angola do MPLA não se cansa de idolatrar Agostinho Neto, o José Estaline angolano, como Herói Nacional, um dos ditadores mais sanguinários de África e do mundo. O jornal da Angola do MPLA continua a culpar dirigentes políticos de outros partidos pela guerra civil iniciada por Agostinho Neto e continuada por José Eduardo dos Santos, para combater uma ideologia política que diz defender agora.

Foi no jornal da Angola do MPLA que o actual Ministro da Propaganda e Educação Patriótica Demagógica, João Melo, publicou um artigo de opinião defendendo a contra manifestação, depois de observar os protestos públicos de angolanos defensores da democracia, dos direitos humanos e de maior justiça social. Agora o Juju até já conseguiu apresentar um diploma de democrata, talvez impresso e comprado na China numa feira de vaidades.

Foi o jornal da Angola do MPLA quem disse que, quando as principais potências económicas mundiais estavam em recessão, que Angola não entraria em recessão porque o governo do MPLA diversificou a economia atempadamente, porque o petróleo compensaria o decréscimo nas exportações, porque a venda de diamantes compensaria o decréscimo do preço do petróleo e das exportações… porque…. porque… porque…

Agora que os outros países apresentam crescimento económico, Angola continua em recessão e o novo Presidente-Rei não se cansa a viajar para o estrangeiro a pedir fiado ou a pedir ao estrangeiro que venha investir na Re(i)pública da Angola do MPLA. O jornal da Angola do MPLA noticia pobreza noutros países quando na Re(i)pública da Angola do MPLA continuam a morrer pessoas devido à fome.

É este o retrato dos jornalistas dos órgãos oficiais de propaganda demagógica e educação patriótica patética de um país onde cerca de 50% da população nem sequer está registada e, por isso, impossibilitada de obter uma certidão de nacimento. São estes os “fake” jornalistas parasitas quem nos quer dar lições de ética, em geral, e de deontologia profissional, em particular?

Não se riam porque o caso é bastante trágico para poder ser cómico!

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4 Thoughts to “Higienizar e desparasitar “fake” jornalistas do MPLA”

  1. César Rosa Bispo dos Santos

    O MPLA é a grande desgraça de Angola. Ainda bem que no meu país, o Brasil, escapamos, recentemente, do mesmo malfadado destino por muito pouco.

  2. César Rosa Bispo

    Tenho muito pesar por Angola, por causa da sua desgraça cuja sigla é MPLA. Aqui no país estávamos a ter um igual malfadado destino, mas a crise econômica e a sociedade civil derrubaram o regime do partido dito trabalhista.

  3. nvunda carvalho

    se metade da população não está registada significa que não pode ter cartão de eleitor e por conseguinte não poderá votar?
    Gostaria que os Carlos árvores comentassem…

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