Abertas as inscrições para
as novas condecorações

Em Agosto de 2012, o jornal do MPLA, conhecido também como Jornal de Angola, resolveu, cumprindo ordens do então bestial e democrata presidente, abrir fogo sobre a colónia angolana de Cabinda, juntando-lhe mais alguns dislates. O pasquim juntou todo o seu arsenal propagandístico para agradar ao “querido líder” e, dessa forma, continuar a garantir o salário ao fim do mês.

Segundo escreveu na altura o órgão oficial do regime, activistas da CASA-CE andaram em Cabinda a “vender” um referendo que consistia em saber se a população da província queria a independência.

Acrescentaram que “o padre Congo é o primeiro propagandista deste crime grave contra a soberania nacional”. De facto, para o órgão oficial do MPLA, bem como para os dirigentes do partido que governa angola desde 1975, Cabinda continua a ser aquela espinha que entope a garganta putrefacta dos colonizadores.

Por muito que tentem, e já utilizaram todos os meios ao seu dispor, não conseguem tirar a espinha e pôr os cabindas de joelho. Ao contrário do que fez em Angola, na colónia o Povo só aceita ficar de joelhos perante Deus.

Todos sabemos que o Jornal de Angola considerava na altura José Eduardo dos Santos um deus. Hoje o deus é João Lourenço. No final de Agosto de 2012 o Folha 8 escreveu que o pasquim “considera José Eduardo dos Santos um deus… por enquanto”, acrescentando que “quando ele, tal como Salazar e outros ditadores, alguns bem amigos do dono de Angola, cair, vamos ver este pasquim a dizer que, afinal, Eduardo dos Santos não era bestial mas, isso sim, uma besta. É, aliás, o processo natural de autómatos acéfalos e invertebrados”.

O nosso “crime” é mesmo esse. Ter razão antes do tempo.

Para o jornal do MPLA, quem defender o direito de o Povo de Cabinda escolher o seu destino está a cometer um crime. É, aliás, o mesmo crime que – à luz das leis de então – o MPLA cometia quando lutava pela independência de Angola.

Além disso, desde 1975 que a lei é alterada de acordo com a conveniência dos donos do reino, nem que para isso tenham de fazer vários 27 de Maio e matar milhares de pessoas. Se calhar agora, em vez de dizerem que é crime passível de pena de morte seguir Nito Alves vão dizer que é crime, com a mesma moldura penal, seguir Abel Chivukuvuku, o próximo líder da UNITA ou William Tonet.

Escreveu o órgão oficial do regime que “William Tonet, Congo e companhia assinaram um “acordo” para o referendo. Se fosse só irresponsabilidade estávamos bem. Mas é muito pior. Chivukuvuku imita Savimbi e grita empolgado aos seus apoiantes: “a direcção da Comissão Nacional Eleitoral não são patriotas”.

De uma só vez o pasquim então dirigido por Eduardo dos Santos através dos fantoches José Ribeiro e Filomeno Manaças meteu todos os seus inimigos no mesmo suposto crime: William Tonet, Jorge Congo, Abel Chivukuvuku e Jonas Savimbi. Era tamanha a dor que o MPLA sentia que os sipaios tiveram mesmo de escrever o nome destes inimigos.

(Dão-se alvíssaras a quem encontrar
diferenças com o que hoje se passa)

Em relação a William Tonet é compreensível. José Ribeiro e Filomeno Manaças gostariam um dia de ser como ele, Jornalistas, patriotas e íntegros. Como não conseguem lá chegar por mérito próprio, que não têm, tentam denegrir a sua imagem.

Em relação a William Tonet, se a sua valia moral e intelectual se medisse pelo nível dos seus inimigos, José Ribeiro e Filomeno Manaças amesquinhavam-no em todos os sentidos.

Quanto a Abel Chivukuvuku, o jornal do MPLA ainda procurava saber quem foram os responsáveis do partido que o não assassinaram, como era esperado e correspondia ao plano que, em 1992, o MPLA pôs em marcha e que visou o genocídio politico-tribal das gentes da UNITA.

Quanto a Jonas Savimbi, José Ribeiro, Filomeno Manaças e os actuais donos deste “Carnaval” lourenciano deveriam pôr-se em sentido (sabemos que é uma posição impossível para quem não tem coluna vertebral) quando falam dele. Se calhar acreditam que os documentos encontrados no bunker de Savimbi, no Andulo, desapareceram definitivamente…

Como eruditos escribas, os sipaios do jornal de MPLA diziam que Chivukuvuku fez ameaças à Savimbi: “com um governo da CASA-CE enfermeiro que pede gasosa vai no Tribunal!” Os apoiantes entram em delírio. Ele dispara: “no prazo máximo de um ano acabamos com a gasosa”. E também promete acabar com a pobreza numa legislatura! Quem fala assim não é gago mas também não pode ser levado a sério. Até a demagogia tem que ter limites para fazer algum efeito.”

“Os insultos mais rasteiros chegam de Chivukuvuku que já se julga um Savimbi apontando os canhões da calúnia contra os “crioulos” e os “caudilhos”. No último comício disparou: ”lá em cima roubam, os ministros roubam, as províncias roubam, os administradores roubam”, contava o jornal do MPLA.

A resposta a esta enciclopédia de imbecilidades do Jornal de Angola será, com certeza, um dia dada pelos visados que – embora não seja por vontade do MPLA – ainda estão vivos.

Também não temos nenhuma procuração para defender Jonas Savimbi. Mesmo assim, e não tendo a certeza que José Ribeiro e companhia sabem ler, aqui vão algumas notas de esclarecimento.

Jonas Malheiro Savimbi foi o único dirigente dos movimentos de libertação nacional que se encontrava no interior do país por ocasião do 25 de Abril de 1974.

Durante 16 anos, Savimbi dirigiu a Resistência contra o expansionismo russo-cubano e o monopartidarismo, tendo angariado apoios e simpatias interna e externamente. Foi classificado como estratega politico-militar de craveira internacional; combatente pela liberdade; esperança de Angola pelos países amantes da liberdade e democracia Foi Jonas Savimbi quem obrigou à saída dos cubanos de Angola e ao fim do monopartidarismo.

A carreira de Jonas Savimbi foi fundamentalmente de um cidadão sensível aos problemas do seu Povo; de um empenho total às causas profundas e legítimas dos angolanos de um condutor de homens cujo pensamento e acção determinaram a evolução do processo de Libertação do Povo de Angola e de África Austral, tornando-o num dos patriotas mais vibrantes e empreendedores do fim do Século XX.

Savimbi foi o único dirigente nacionalista angolano que circunscreveu nos ideais do seu Movimento, aquando da sua fundação em 1966, a democracia assegurada pelo voto do Povo através de vários partidos políticos.

Mesmo contra a vontade do MPLA e, neste caso, dos sipaios que tem em serviço no Jornal de Angola, com a morte de Savimbi, África perdeu um dos seus mais insignes filhos, cuja vida e obra o situam na senda dos arautos da História Africana como N’Krumahn, Nasser, Amílcar Cabral, Senghor, Boigny e Hassan II.

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