Kwanza? Queda (im)parável

O kwanza voltou a desvalorizar-se em relação às moedas europeia e norte-americana, valendo agora, 335,821 kwanzas/euro e 287,226 kwanzas/dólar, segundo indica uma nota do Banco Nacional de Angola (BNA). Nada de novo. Desde Janeiro já vale menos, em relação ao euro, 44,79% e 42,22” relativamente ao dólar.

A taxa cambial média de referência foi apurada na terça-feira, após a quinta sessão de Setembro de venda de divisas em leilão aos bancos comerciais, que colocou no mercado primário 55 milhões de dólares (47 milhões de euros).

Os novos câmbios representam uma depreciação de 44,79% face à moeda europeia desde 1 de Janeiro deste ano, quando valia 185,40 kwanzas/euro, e 42,22% em relação à norte-americana que, no início do ano, se situava em 165,92 kwanzas/dólar.

No último leilão, realizado a 12 deste mês, a moeda europeia fixou-se em 331,322 kwanzas/euro, enquanto a norte-americana estava nos 286,963 kwanzas/dólar.

As divisas colocadas na terça-feira no mercado primário foram adquiridas por 19 bancos comerciais e destinaram-se à cobertura de operações de natureza comercial, privada e atrasados com comprovativo de entrada de mercadoria no país.

Tratou-se do quinto leilão de divisas realizado este mês, estando prevista a realização de mais três, dias 20, 24 e 26, após o que o BNA entregará, a partir de 1 de Outubro próximo, a autonomia da venda de moeda estrangeira aos bancos comerciais, ponto termo a uma prática que, face à dificuldade de obtenção de divisas que se registava no final de 2017, foi – diz – obrigado a recorrer a 9 de Janeiro deste ano.

Nos cinco leilões realizados este mês, o BNA colocou no mercado primário moeda estrangeira no valor de 276 milhões dos 598 que anunciou esperar colocar até ao final deste mês.

Entretanto, o BNA emitiu o seguinte comunicado:

“O Banco Nacional de Angola (BNA), no âmbito da normalização do funcionamento do mercado cambial, retomou, recentemente, a venda de moeda estrangeira nos leilões de divisas sem indicação específica das operações ou importadores para os quais os fundos devem ser vendidos pelos bancos comerciais.

O sistema ajustado de vendas directas permitiu ao BNA obter um entendimento mais preciso da metodologia necessária para a protecção das reservas internacionais e emitir regulamentação e orientações aos bancos comerciais adaptadas a esse objectivo. O BNA assegurou também, com esse sistema, a alocação imparcial das divisas no pagamento dos atrasados e a atenuação das percepções negativas dos clientes sobre os critérios de selecção dos beneficiários aplicados pelos bancos comerciais.

Após este período de maior intervenção, estando o mercado cambial melhor regulamentado e havendo maior regularidade na oferta de moeda estrageira, o BNA entende estarem criadas as condições para devolver aos bancos comerciais autonomia na alocação de moeda estrangeira aos seus clientes.

Assim, a partir do dia 1 de Outubro, o BNA deixará de proceder a vendas directas de divisas pelo que as solicitações de compra de moeda estrangeira devem voltar a ser unicamente apresentadas a instituições financeiras autorizadas a exercer o comércio de câmbios pelo BNA.

O BNA, no exercício das suas responsabilidades de supervisor e de autoridade cambial, trabalhará junto das instituições financeiras para que esta transição seja bem-sucedida e ocorra sem quaisquer impactos negativos na actividade económica do país. Continuará ainda a transmitir ao mercado as orientações que se mostrem necessárias e a proceder aos acertos que o contexto macroeconómico recomendar para garantir o normal funcionamento do mercado cambial.”

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