Fugir ou paralisar? Como reage João Lourenço

Na Fundação Champalimaud (de Portugal) concluiu-se aqui há atrasado que existe um par de neurónios que hão-de determinar a melhor estratégia quando há uma ameaça e que pode depender da nossa aleatória posição no momento e um milissegundo que seja pode condicionar uma ou outra decisão quando colocado um animal perante o perigo.

Por Brandão de Pinho

Todavia, pelo que entendi dessa experiência com a mosca-da-fruta, afinal são três as estratégias defensivas perante o medo ou um problema: lutar, fugir ou paralisar e parto do princípio que paralisar será uma sub-divisão do acto primordial de fugir após a decisão de não lutar.

Por paradoxal que pareça é isso que a Administração da Sociedade Unipessoal Angola, Ld.ª vem fazendo ao longo do seu tirocínio. Paralisou e deixou que os “jovens turcos” de sangue na guelra tomassem o comando, e bem, da justiça. Paralisou e manteve a economia na mesma. Paralisou e a fome e a saúde configuram cifras do tempo do “Outro Senhor”. Paralisou e não consegue fazer nada porque não nada em dinheiro. Paralisou em quase tudo e JLo parece mais um animal acossado, mansinho e quieto, escondido debaixo de um silvado para ver se os abutres não o enxergam e menos um intrépido reformador, uma espécie de três em um: Marquês de Pombal, Cardeal Richelieu e Oliver Cromwell.

Tal comportamento ou não comportamento ou até “semportamento” teria mais probabilidades de ganhar um Nobel da Paz ou um IgNobel da Política e Administração Pública?

A cerimónia deste último já aconteceu em Harvard e a do primeiro há-de acontecer em Oslo. Mas como o processo burocrático tem “timings” cujos desígnios só o Senhor os conhece, não sei se foi pré-seleccionado a exemplo de Trump ou Kim – mesmo sabendo-se que os Nobel já não são o que foram outrora – cuja demonstração da total decadência foi a anterior tiara de louros no caso da Literatura, que resumidamente, na minha modesta opinião passou por um complexo plano de desacreditação de Paul Auster que, claramente, era o melhor de todos mas tinha o defeito de ser judeu, misógino (mais algumas personagens que o próprio), americano, branco e romancista (pois este ano pela Lógica da Batata o vencedor deveria ser um escriba de rótulos de garrafas de vinho), o que numa sociedade refém do Politicamente Correcto era muita fruta e, tendo em conta que estava moribundo, seria só esperar que morresse antes do Prémio Nobel do ano seguinte, como sucedeu.

Fala-se de caça às bruxas, de independência dos órgãos de justiça ou até de uma tentativa desesperada de reaver o dinheiro a troco de liberdade, acho que já se pode dizer literalmente, dinheiro roubado.

Das três hipóteses, escolho a derradeira e como sei que o Excelso Presidente devora com avidez o Folha 8 talvez possa dar uma vista de olhos nestas minhas ignaras palavras – sem sentido algum que não a consubstanciação da minha mediocridade – e que estas lhe ecoem no brilhante cérebro. Da mesma forma que gosta do F8, também sei que gosta de literatura. Daria de bom grado meio ano da minha vida para lhe espreitar a biblioteca, o que até poderia conter matéria para um “bestial-seller” como foi o caso da “Biblioteca Privada de Hitler” de Timothy Ryback em cujo livro se percebe que Herr Adolf afinal gostava mais de lê-los do que queimá-los. Verdadeiros bibliófilos como eu gosto.

Por feliz coincidência, o General JLo é formado em História, nalguma das ex-repúblicas da ex-CCCP, ciência de que sou devoto admirador pese embora a minha total ignorância e falta de vocação. Daria outro meio ano para saber qual a sua especialidade. Egiptologia?; História de África sub-sariana?; Australopitecologia?; ou; alguma temática do Estado Novo e Guerras Coloniais ou de Libertação, conforme o ponto de vista e nas quais teve um papel activo, o que por um lado o invalidaria como historiador mas por outro o enriqueceria numa perspectiva empírica.

Para terminar, de acordo com os escasso dados, JLo é um amante acérrimo de xadrez o que talvez possa explicar o elaborado e longo plano de, passo a passo, no seio do “M”, tal como um jogador de Pocker, ir disfarçando a sua linha de pensamento até que finalmente acabasse por chegar ao topo e concretizar o combate à corrupção que Zedu tanto preconizava mas que jamais concretizou. A ser esta a teoria comprova-se que o General é um bravo lutador – com estaleca necessária para varrer todo o lixo que se acumulou desde 1975 – e merecedor de uma coroa de louros.

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