CRESCIMENTO EM ÁFRICA ESTÁ A DERRAPAR

FMI. O director do departamento africano do Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou hoje que a média de crescimento da África subsariana vai manter-se abaixo dos 4% a médio prazo, comprometendo os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável.

“O crescimento a médio prazo deve ficar abaixo dos 4%, e aquém dos níveis definidos há cinco anos, e abaixo do que é preciso para garantir o progresso consistente com os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável”, disse Abebe Aemro Selassie.

Na conferência de imprensa de apresentação das perspectivas macroeconómicas, que decorreu hoje em Washington no âmbito dos Encontros da Primavera, Selassie disse que o crescimento deve acelerar de 2,8% em 2017 para 3,4% este ano, mas vincou a preocupação com o aumento da dívida, que aliás trespassa várias regiões e atingiu o ponto mais alto desde a Segunda Guerra Mundial.

“Os rácios da dívida pública estão a subir; cerca de 40% dos países de baixo rendimento na região estão agora com uma dívida problemática ou avaliados como estando em grande risco de ter uma dívida problemática”, disse Selassie, acrescentando que “apesar de as causas deste aumento serem específicas de cada país, em parte representam a materialização das grandes necessidades de investimentos em infra-estruturas e despesas de desenvolvimento para potenciarem o crescimento e melhorar os resultados sociais”.

Piorando a situação, o director do departamento africano notou que “cerca de metade dos países com dívida problemática ou em risco de a terem são economias baseadas em recursos, que tiveram de enfrentam a maior descida real do preço do petróleo desde 1970, o que reduziu o crescimento económico e as receitas orçamentais”.

O FMI considera que há “riscos significativos” ao panorama geral da região que será apresentado a 8 de Maio (African Economic Outlook), que decorrem da possibilidade de o “ambiente externo favorável degradar-se ao longo do tempo, e as condições de financiamento poderem restringir-se”.

Por isso, o FMI sublinha a necessidade de manter um crescimento sustentável e inclusivo, o que requer um ambiente macroeconómico estável, a necessidade de mobilizar mais receitas e implementar políticas estruturais que aumentem o investimento privado.

Lusa

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