ANGOLA. O preço para comprar um dólar norte-americano nas ruas de Luanda voltou a subir na última semana, chegando aos 430 kwanzas (2,20 euros), aproximando-se hoje de máximos do ano, enquanto aumentam as restrições a este negócio ilegal.
O custo de cada dólar no mercado paralelo atingiu máximos do ano em Janeiro, nos 500 kwanzas (2,55 euros), para rondar, após as eleições gerais de 23 de Agosto, os 370 kwanzas (1,90 euros), enquanto a taxa de câmbio oficial, definida pelo Banco Nacional de Angola (BNA), está fixa há mais de um ano e meio nos 166 kwanzas (85 cêntimos de euro).
Por cada nota de euro, o BNA definiu, igualmente há mais de um ano e meio, uma taxa de câmbio de 186 kwanzas. Contudo, no mercado de rua, a moeda europeia está hoje a ser vendida a 520 kwanzas (2,65 euros), perto do triplo do valor do câmbio oficial do banco central, igualmente próximo de máximos de 2017.
Nos últimos dias têm surgido relatos de operações policiais em áreas da capital conhecidas pela venda de divisas, nomeadamente no bairro dos Mártires de Kifangondo, zona do centro de Luanda apelidada de “Wall Street dos Mártires”, dada a quantidade de dólares transaccionados, normalmente à vista de todos, diariamente.
Por ali, tal como noutros bairros da capital angolana, casos da Mutamba, Maculusso e São Paulo, praticamente todos transaccionam hoje cada nota de dólar até aos 430 kwanzas, aumentando face à semana anterior.
Esta cotação, em alta, é explicada com a possibilidade de uma forte desvalorização do kwanza a curto prazo, a aproximação do período de festas e, sobretudo, o aumento da fiscalização policial às ‘kinguilas’.
Só a falta de moeda nacional para completar as transacções está a travar uma subida mais acentuada, explicam.
Este negócio, apesar de ilegal e condenado pelo BNA, representa para muitos, angolanos e trabalhadores expatriados, a única forma de aceder a divisas, face às limitações nos bancos, funcionando a cotação de rua como referência para vários negócios.
O Presidente João Lourenço ordenou a 20 de Novembro, ao novo comandante-geral da Polícia Nacional, comissário-geral Alfredo Mingas, para reforçar o combate ao negócio da venda ilegal de divisas nas ruas, por terem atingido “níveis preocupantes”.
Entretanto, cinco dias depois, o chefe de Estado foi mais longe, garantindo que Angola tem divisas, só que estão fora do controlo do circuito legal, criticando o facto de até agora “ninguém” ter feito “nada” para inverter o cenário.
“Há divisas em Angola, pelo menos em Luanda, só que estão fora das instituições próprias que deviam ter o controlo delas”, apontou.
Acrescentou que as divisas “não estão nos bancos, mas estão em locais perfeitamente identificados, mas que por razões que desconhecemos, todo o mundo sabe e ninguém faz nada. Então, esta é uma das medidas [orientações ao banco central e polícia] que vai com certeza contribuir para que haja mais divisas disponíveis para a economia, de uma forma geral, e para outro tipo de necessidades”, disse.
Lusa
Quem está mal mudasse.
Como muitos.
Ou aguenta se a bronca.
E fica esperar melhores dias.
Porque que nao fazem auditurias nos bancos ……logo logo se sabia quem era o ladraõ andao aki os espatriados a trabalhar e a ter 12 meses em atrazo por cauza da corrupçao angolana