Do socialismo soviético
ao capitalismo selvagem

José Eduardo dos Santos é o chefe de Angola. Após quase quatro décadas no poder e mais de uma dúzia de anos que afirma serem de paz, apenas conseguiu produzir um general “sargenteiro” para herdeiro do trono da Presidência.

Por Domingos Kambunji

Convenhamos que isso diz muito da sua incompetência para promover sinergias e harmonia em Angola, para facilitar a existência de um sistema democrático no país.

Este é um dos muitos exemplos de como ele sempre demonstrou uma elevada incompetência para liderar, revelando-se apenas capaz de emanar “ordens superiores”, com uma exagerada cobardia, protegido por um aparelho repressor muito musculado.

Um conhecido jornalista angolano faz um retrato muito fiel do que acabamos de afirmar. Diz ele que, durante a sua infância, quando o cortejo presidencial se deslocava em Luanda, os capangas do MPLA posicionavam tanques de guerra no seu percurso para protegerem o Presidente. Já imaginaram se cada vez que os presidentes dos EUA, do Chile, da França ou de qualquer outro país civilizado se deslocassem protegidos por canhões e tanques de guerra? Só mesmo na zéduardolândia!… Os ditadores são todos muito inseguros e cobardes.

Os órgãos oficiais de informação de Angola tentam promover a imagem de José Eduardo dos Santos como um herói, arquitecto da paz, após uma guerra civil iniciada pelo MPLA.

Este “herói” retractou-se ao revelar a sua limitação intelectual, já há algum tempo, numa entrevista que deu à estação de televisão portuguesa SIC. Quando respondeu às perguntas, pré-cominadas para a entrevista, usou da palavra lendo cábulas, porque o seu discurso habitual é inconsistente e incoerente. O seu poder de raciocínio caracteriza-se pelo facto de ser capaz de ler muitos discursos escritos por outras pessoas.

Que dizer de alguém que foi um feroz defensor do socialismo soviético e, quando a coisa deu para o torto, mudou de ideologia e passou a ser um canino defensor do capitalismo selvagem, o que ele designa, abusivamente, por “socialismo democrático”? O homem não tem tento e, por isso, há quem lhe chame o presidente cata-vento.

Um outro pormenor que adicionamos a este retrato é o facto de José Eduardo dos Santos ter sido condecorado com a medalha da honra do Putin. Essa “homenagem” demonstra que ele é um fiel seguidor do modelo neo-soviético da paz podre.

Quem mata a tiro ou por envenenamento e manda prender os adversários políticos, como faz Putin, e depois condecora os seus clones com “medalhas da honra”, só poderá ser visto como um mentor da discórdia, como, infelizmente, existem tantos exemplos na história mundial e na angolana, em especial.

José Eduardo dos Santos vai abandonar o trono da presidência mas continuará como patrulheiro da situação em putrefacção. Escolheu para seu herdeiro um clone dos clones de Putin.

A implementação de uma cultura de pensamento crítico, inteligente e construtivo, próprio dos países modernos mais avançados, continuará adiada em Angola. A megalomania e novo-riquismo saprófita da oligarquia do MPLA continuarão, por mais uns anos, a ser norma em Angola, até ao dia em que a maioria dos cidadão ganhar consciência de que são seres humanos, não só com deveres mas também com direitos.

Quando o medo for vencido pela educação cívica e não for escravo da “educação patriótica”, Angola será um país com futuro e não apenas um país com um passado e um presente de grande injustiça social e desrespeito pelos mais elementares valores dos Direitos Humanos.

José Eduardo dos Santos é um “herói” e um “arquitecto da paz” para os cidadãos angolanos que sofrem do síndroma da preguiça mental e de cegueira social.

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