O Secretário provincial da UNITA, em Cabinda, Estêvão Neto Pedro partilha o sentimento das populações locais, relativamente à visita de João Lourenço, prevista para dia 8 de Abril de 2017. Trinta e dois professores e agentes da Função Pública manifestaram-lhe preocupação face ao que chamaram de “cobrança de 100% de salário base”, alegadamente para apoio ao candidato do MPLA.
“A UNITA foi informada que os valores a serem cobrados destinam-se a suportar as despesas do comício de João Lourenço e a participação obrigatória dos funcionários públicos, dos alunos e das igrejas. (…) Afinal, o elefante já está mesmo a morrer, como sinal disto, essas pessoas que apareceram, aflitas e sem receio, são militantes do MPLA”, explicou Estêvão Neto Pedro.
O representante da UNITA fez saber que recebeu também representantes de plataformas religiosas que denunciaram ter recebido orientações de enviarem os seus membros para engrossar a palhaçada política e eleitoral do MPLA, havendo ameaças de retaliação, em caso de não cumprimento.
“Eles afirmaram que, caso não mandassem o número de membros solicitados, o Governo voltaria a fechar as suas igrejas. Diante desta situação preocupante, dirigiram-se à UNITA solicitando intervenção, com vista a denunciar o facto que põe em causa a verdadeira identidade e missão da Igreja”, apontou Estêvão Pedro, acrescentando que situação idêntica está a afectar as escolas do 2º ciclo, cujos directores, com ligações políticas ao MPLA, foram obrigados a participarem com 300 alunos cada.
Cinco faltas injustificadas, ficar sem fazer provas são as sanções reservadas aos faltosos ao comício de João Lourenço, denuncia o secretário provincial da UNITA, que se solidariza com os chefes de famílias e encarregados de educação, que se manifestam preocupados com o facto.
Entretanto, o acto que inicialmente estava previsto para o Estádio Internacional de Tchiazi vai acontecer no largo Dr. Agostinho Neto face aos receios de pouca afluência.
Recorde-se que em Janeiro deste ano a UNITA acusou o MPLA de estar a mobilizar em Cabinda cidadãos congoleses para se inscreverem ilegalmente para o registo eleitoral, obtendo também a nacionalidade angolana.
Como o Folha 8 escreveu na altura, não se tratava de uma novidade porque, ao menos, eram cidadãos vivos. Isto porque o MPLA não se inibe de pôr os mortos a votar.
Aposição foi assumida na altura também por Estêvão Neto: “Começaram a atribuir aos cidadãos congoleses [República Democrática do Congo] bilhetes de identificação e cartões de eleitores para votarem em Agosto. Muitos congoleses estão alegres porque estão a conseguir com facilidade a nacionalidade angolana por meio de recrutamento na praça de São Pedro e nas ruas”.
Como se sabe, com o processo de registo eleitoral “made in MPLA”, foi possível o registo eleitoral de um cidadão mesmo sem identificação, desde que atestada a sua nacionalidade por outros dois angolanos. Com mais ou menos maquilhagem, repete-se a história de 1992, 2008 e 2012.
“A UNITA está a alertar que não vai aceitar qualquer resultado fraudulento. Já suportámos em 1992, 2008 e em 2012. Desta vez, não queremos cenas que provoquem instabilidade política”, apontou o secretário provincial do partido do “Galo Negro”.
“Na administração de Cabinda, durante as madrugadas, tem-se notado a entrada de pessoas ligadas ao Registo Eleitoral, depois dos brigadistas [responsáveis pelo registo eleitoral] terminarem o seu trabalho. Claro, o processo é controlado por eles, e a qualquer hora podem entrar no interior para adulterar os dados eleitorais”, denunciou igualmente o dirigente máximo da UNITA naquele enclave.
“A UNITA não está a dormir. Existem equipas de vigilantes durante as noites nos arredores das Administrações Municipais. Se essas pessoas insistirem, serão surpresas em flagrante delito”, advertiu ainda Estêvão Neto.
Apesar de ser o território que garante a maior fatia das exportações de petróleo por Angola, o líder regional da UNITA afirma que Cabinda está votada ao abandono: “Tudo o que existe, em termos de infra-estruturas, quase foi o colono que deixou”.
“Hoje, acentuam-se cada vez mais as desigualdades no tratamento aos cabindas. São os cabindas que estão a sofrer os despedimentos em massa no Campo Petrolífero do Malongo. Os produtos alimentícios estão híper-caros, como, por exemplo, a lata de leite de um quilo está a custar 8.000.00, a de chouriço, 2.700.00. Nem adianta até fazermos alusão à carne e ao peixe”, salientou Estêvão Neto.
E acrescentou: “Senhora governadora, a UNITA, em Cabinda, quer explicação sobre como foram gastos os 382.500.007,00, para a construção e apetrechamento da Cadeia de Buco-Zau. Esta cadeia já foi inaugurada ou não? Ainda no Buco-Zau, o Projecto de óleo de palma e de amendoim que custou 143.349.696, 00. Queremos saber também dos 105.187.500,00, para a construção e apetrechamento da base de helicóptero em Cabinda. Onde está esta base?”
Desculpem lá mas vejam o texto que saiu
erros como “acrescentpu” ficam feio
Tem toda a razão. Obrigado pelo alerta e aceite (tal como os restantes leitores) as nossas desculpas pela falhas.
Bom dia. Gostei de ouvir, esta manhã 7 de Abril 2017, a entrevista que WTonet deu à Rádio MFM. Em relação à questão da terra. Houve um Presidente norte-americano (li há tanto tempo, tantos anos atrás que já não me lembro bem), mas, como dizia, houve um PR dos EUA (Abraham Lincoln?) que depois da guerra ou distribui ou vendeu quase de graça terra aos cidadãos, porque estes estavam pobres depois de anos de guerra, e o país precisava de desenvolvimento. Acho que seria interessante se WT pudesse confirmar. Eu mesmo não o faço porque não tenho computador (este é emprestado e tenho minutos para navegar pelas notícias de meus canais favoritos). Regras.