Em comunicado enviado ao Folha 8, o novo presidente da FLEC/FAC, Emmanuel Nzita Wa Nzita, agradece a todas as pessoas e amigos que estiveram presentes “fisicamente e moralmente durante este período doloroso do falecimento do nosso saudoso pai, Nzita Henriques Tiago”.
Eis, na íntegra, o comunicado de Emmanuel Nzita Wa Nzita:
«Os meus agradecimentos, assim como de toda a família, vão especialmente para aqueles que se deslocaram de Cabinda, e especialmente ao Raul Danda, como parente e como Vice-Presidente da UNITA, e também para a delegação da CASA-CE na pessoa do seu representante na França.
Ao irmão e compatriota Belchior Lanso Tati, Secretário Executivo da Frente Consensual Cabindesa, e a todas individualidades, representantes de países irmãos e outros amigos de Cabinda.
Finalmente, quero agradecer a toda a população mártir de Cabinda, tanto no interior do território como nas zonas libertadas e nos campos de refugiados, e particularmente a todos os soldados e combatentes das FAC, pela confiança e maturidade que têm demonstrado, depositando não só a sua confiança na minha humilde pessoa, mas também por terem sido capazes de respeitar a última vontade daquele que dedicou a sua vida à nobre causa de Cabinda.
O nosso dever colectivo é honrar a herança que nos foi entregue por Nzita Henriques Tiago. Na FLEC-FAC Temos a obrigação e o dever de reforçar, reestruturar e nos manter firmes na continuidade da luta do povo de Cabinda ao seu direito inalienável à autodeterminação e independência em conformidade com o respeito pelo direito internacional e jus cogens, a dignidade humana e o respeito pelos Direitos Humanos.
Não tenho a ambição de trabalhar ou prosseguir esta luta sozinho, mas com todos vocês como valiosos recursos humanos e intelectuais, homens, mulheres, jovens e amigos de Cabinda num trabalho conjunto pela unidade, coesão, disciplina e respeito das nossas diferenças, fechando definitivamente as páginas obscuras da nossa caminhada, das divisões desnecessárias e controvérsias do passado. Devemos caminhar juntos com firmeza, credibilidade e dignidade para a restauração do nosso destino comum, e da nossa soberania em memória de todos aqueles que morreram como mártires pelo nosso território, e também em memória deste grande lutador que acaba de nos deixar.
Queridos irmãos e irmãs, amigos e parentes,
A união é necessária, mas não a qualquer preço, porque nunca vamos aceitar comportamentos desviacionistas dentro da FLEC, nem compromissos vergonhosos com os opressores de Cabinda.
Somos a favor de um diálogo aberto, honesto e inclusivo com Angola, sob a supervisão da comunidade internacional por que o direito a autodeterminação do povo de Cabinda não é negociável, independentemente do tempo e das circunstâncias, como se diz na nossa terra “ Nkulu FWA, Nkulu vingana (morre um antepassado e um outro o substitui).
O dia de 3 de Junho de 2016 foi um momento triste para nós, que permanecerá para sempre um dia de lembrança para todos os Cabindas, pois marca a alternância da primeira geração dos pais fundadores da nossa luta para uma nova geração na mesma luta e para o mesmo fim.
Nos próximos dias, vamos apresentar a nova equipa de dirigentes que vai assumir esta tarefa de todos nós para atingirmos as metas estabelecidas pelo Presidente Nzita Henriques Tiago.
Gostaria mais uma vez de agradecer em meu nome e em nome da minha família, a todos homens e mulheres, sociedade civil, diplomatas estrangeiros, elementos da imprensa de Cabinda presentes nas redes sociais, aos órgão de comunicação social internacional, aos amigos de Cabinda e todas as pessoas que nos apoiaram durante este tempo difícil, e do fundo do meu coração, que Deus abençoe Cabinda e o seu povo.»