Na organização e gestão de empresas, o mais contraproducente que poderá acontecer é existirem duas pessoas a ocuparem o mesmo posto de trabalho, quando esse cargo já era desempenhado apenas por uma delas, numa actividade em subprodução, hiper-sobre-remunerada.
Por Domingos Kambunji e Orlando Castro
Essa aberração acontece no papel de embrulho de louças baratas, da loja do chinês, a tal publicação (Jornal de Angola) diGerida por José Ribeiro, em Angola.
O Daniel Benchimol, que o Agualusa descobriu e revelou, na Teoria Geral do Esquecimento, como jornalista de investigação do Jornal de Angola, coleccionador de desaparecimentos, já deve ter ido para a reforma ou então morreu, numa outra conspiração do “reigime”, empregando uma outra cobra venenosa. Se assim aconteceu, usaram, com toda a certeza, os serviços de uma das descendentes da víbora de cabeça ao contrário, do Pepetela.
A verdade é que nunca mais se ouviu falar do Benchimol e os esforços do Rafael Marques, do William Tonet ou do Agualusa têm-se revelado infrutíferos para acusarem os “Bangas do Reigime”, os Lovalozédus do cabritismo, do desaparecimento, dos cofres do Estado, de muitíssimos biliões de dólares.
Não é necessário ser tão perspicaz e inteligente como as personalidades que acabámos de referir para descobrir a causa principal que contribui, actualmente, para a continuidade da cultura acéfala, eunuca e saprófita da publicação para a qual o Daniel Benchimol trabalhava. A culpa não é do Gutemberg. A culpa não é da impressora rotativa que José Ribeiro comprou na Alemanha, no ferro velho, por , dizem, 20 milhões de dólares, tendo uma grande parte desse dinheiro voado, “under the table”, directamente para o bolso deste madié.
Essa foi a tal rotativa que José Eduardo dos Santos inaugurou, acreditando ser novinha em folha, a que, depois da cerimónia oficial de boas vindas, deixou de trabalhar. Coitada, já nasceu cansada, pensarão os Ministros de José Eduardo dos Santos. O Eça de Queiroz, na Campanha Alegre, e o António Jacinto, no poema Monangambé, fizeram retratos muito parecidos com este, nos séculos XIX e XX.
A culpa, meu caro Watson, diria o Sherlock Holmes, se Sir Arthur Conan Doyle não tivesse decidido lançar para o layoff estes detectives, é dos inventores da máquina de fotocópias e do computador.
A máquina fotocopiadora, invento que inicialmente foi menosprezado pela IBM, por pensarem não ter qualquer valor e funcionalidade, revela-se de elevada importância para a actividade jornalística do Victor Carvalho, o sipaio do chefe de posto José Ribeiro. O José Ribeiro é quem, no pasquim oficial, recebe as “ordens superiores” que são “baixadas” do Governador Geral, sobre o que deve ser publicado.
Esta invenção permite que o Victor Carvalho fotocopie as paLarvas do Director, o José Ribeiro, ecolalicamente remultipublicadas, e as publique como se fossem originais. Eles, o chefe de posto e o sipaio, são tão amigos e, tão, tão, tão confidentes e cúmplices que, o José Ribeiro nem sequer acusa o Victor de Carvalho de plagiar as suas paLarvas.
O computador dá, ao Victor Carvalho, a possibilidade de utilizar os mecanismos do “copy & paste”, melhorando a eficiência deste madié, como fiel mangas de alpaca do pasquim oficial, na reutilização das paLarvas já remultipublicadas, do José Ribeiro, acrescentando algum balastro, que alguns classificam de escatológico.
O José Ribeiro não fica chateado por ser plagiado. Ele, dizem, prescinde da referência do nome do autor das paLarvas copiadas para que o vasto mercado internacional do papel de embrulho da loja do chinês, no Sambizanga, no Prenda, no Bairro Operário e no Cacuaco, depois de lhe ser, unanimemente atribuído o Prémio Pulhahitzer, conceda, ao proprietário dessa publicação angolana, de quem emanam as “ordens superiores” para o chefe de posto, o Prémio Pulitzer. Esse reconhecimento terá algumas, poucas, hipóteses de acontecer quando as aves de rapina de Angola tiverem as unhas menos afiadas e os macacos forem pombas.
O Victor Carvalho rediz, plagiando o José Ribeiro, que Angola está muito desenvolvida. De facto, em Inglaterra, no Quirguistão e em Itália o analfabetismo é muito menor agora, se compararmos com o período da Idade Média. Todavia, o desenvolvimento e a qualidade de vida, para a maioria dos angolanos, mostram-se bastante renitentes em abandonar os índices normais para quem vive na Idade da Pedra.
O grande problema de Angola, para além de ter tido um planeamento económico megalómano, não sustentado, é o de a economia estar demasiadamente parasitada. Daí que agora esteja a faltar kumbu para muitos angolanos, mas nunca para o Kangamba, a Isabel e o Zédu.
De facto, há uma obra muito vasta em Angola, com muitos exemplos de ostentação, e, graças ao investimento das migalhas que sobraram, após a abifação dos comensais da corrupção, o país apresenta índices de desenvolvimento muito superiores aos que registavam há cerca de três mil setecentos e trinta e nove anos.
O Victor Carvalho também diz que num país democrático, como Angola é, todos têm direito a manifestar a sua opinião. O sipaio do José Ribeiro cometeu aqui uma gafe. O que o plagiador do chefe de posto queria dizer é que em Angola a polícia do MPLA tem toda a liberdade de manifestar a repressão e as “Françonas” de mandarem para a prisão os que pretenderem manifestar a sua opinião em defesa da Liberdade, contra a Ditadura e a Corrupção da governação.
Os nossos leitores que estejam atentos. Brevemente iremos observar o Victor Carvalho e o José Ribeiro, o sipaio e o chefe de posto do papel de embrulho de louça barata, na loja do chinês, em Angola, a publicarem crónicas, explicando o papel relevante de José Eduardo dos Santos para a o desenvolvimento da música.
Não só na promoção do Bento Kamgamba mas também na composição, no piano do Palácio Presidencial, das obras cuja autoria é erroneamente atribuída a Mozart, Chopin, Stravinsky, Tchaikovsky e Heitor Villa-Lobos.